Apenas cinco milésimos de segundo definiram o campeão dos 100m rasos nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Em uma das provas mais aguardadas de todo o evento, somente o photo finish foi capaz de precisar o campeão: o norte-americano Noah Lyles, seguido pelo jamaicano Kishane Thompson. Ambos completaram a distância em 9.79s, e a cronometragem oficial do evento precisou ir atrás da diferença exata: 0.784 a 0.789. Fred Kerley, dos EUA, ficou com o bronze: 9.81s.
Antes da prova começar, a expectativa já era por uma prova equilibrada no Stade de France. Isso porque, desde a aposentadoria de Usain Bolt em 2017, os 100m rasos não têm um atleta que desponte como favorito absoluto. E, com os velocistas em ação, a tese se confirmou: apenas 0.12s separaram o campeão do oitavo colocado, o jamaicano Oblique Seville.
Quando os resultados oficiais foram anunciados, após alguns segundos de espera e muita tensão no estádio, Lyles pulou de alegria e, com uma bandeira dos Estados Unidos nas mãos, iniciou uma volta olímpica no Stade de France.
— Para ser sincero, só acreditei em mim mesmo. Já corri os 60 metros mais rápido que isso. Tive o pior tempo de reação e estava achando que tinha sido um pouco melhor, mas isso mostra que o tempo de reação não ganha corridas — declarou Lyles.
De acordo com a World Athletics, esta é a primeira vez que uma final olímpica dos 100m rasos tem os oito atletas correndo para menos de dez segundos em condições de vento legais (+1.0m/s).
Tempos da final dos 100 metros rasos em Paris-2024:
- Noah Lyles - EUA - 9,79s
- Kishane Thompson - Jamaica - 9,79s
- Fred Kerley - EUA - 9,81s
- Akani Simbine - África do Sul - 9,82s
- Marcell Jacobs - Itália - 9,85s
- Letsile Tebogo - Botsuana - 9,86s
- Kenneth Bednarek - EUA - 9,88s
- Oblique Seville - Jamaica - 9,91s
Outra marca importante envolve os Estados Unidos, que voltam a ter um atleta campeão olímpico da prova após vinte anos – o último havia sido Justin Gatlin, em Atenas-2004. Aos 27 anos, Lyles chegou no auge da forma física e fez sua melhor marca pessoal na prova. Em um ciclo olímpico repleto de conquistas, o norte-americano conquistou o ouro nos 100m, 200m e 4x100m no Mundial de Budapeste-2023. Agora, espera repetir a façanha em Paris-2024. O primeiro passo já foi dado.
— Tem sido uma montanha-russa, altos e baixos. Normalmente, sou um cara que gosta de sair brilhando em todas as baterias, especialmente nos 200m. Mas nos 100m foi a minha primeira vez aqui neste palco olímpico — continuou o novo campeão olímpico. — Lembro de Tóquio quando errei na forma de encarar as séries. Dali em diante, pensei: “nunca mais vou fazer isso. Vou lidar com isso corretamente e treinar mais ao longo dos anos.” Você só precisa de um. Desde que seja o último, é tudo o que importa.