A vice-presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Abamabile Pácios, afirmou que o setor apoia o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às mudanças do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). De acordo com ela, os colégios privados entendem que faltam regras claras definidas e que, por isso, esse tema ainda precisa ser bem debatido para que uma decisão seja tomada.
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Lula vetou dois artigos: o primeiro definia que o Enem cobraria os itinerários formativos, a parte das aulas que cada aluno escolhe o que estudar. Com essa retirada do texto, o exame terá apenas conteúdos da parte comum a todos os estudantes.
— As regras precisam estar claras. Hoje, não tem um norte de como isso seria cobrado no Enem. É melhor ficar do jeito que sempre foi por enquanto até que uma proposta se estruture para essa implementação — afirmou a representante da Fenep, que também faz parte do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Na avaliação dela, é preciso a construção de uma base comum de conteúdos para os itinerários que serviria de matriz curricular para o Enem e a construção de um novo formato de prova que incluísse essa novidade. Pacios afirma ainda que isso precisa ser feito para que os itinerários sejam valorizados na escola.
— É preciso discutir isso melhor. Só suprimir esvazia essa parte do currículo do ensino médio — diz.
Na mensagem comunicando o veto ao Congresso, o presidente justificou que o formato definido na lei "poderia comprometer a equivalência das provas, afetar as condições de isonomia na participação dos processos seletivos e aprofundar as desigualdades de acesso ao ensino superior".
Outro veto é o prazo de implementação da mudança do Enem, definido para 2027. Na avaliação do presidente, esse artigo perdeu sentido com seu veto anterior.