Este domingo marca os 80 anos em que a judia Anne Frank começou a escrever o diário que se tornaria o relato autobiográfico mais bem-sucedido da História. O registro começou no dia 12 de junho de 1942, data em que completou 13 anos, e foi mantido durante os dois anos em que ela ficou escondida de nazistas em Amsterdã. A menina compartilhou nas páginas histórias da vida cotidiana e a esperança de um futuro melhor até a datada de 1º de agosto de 1944, quando foi presa e deportada.
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“Espero poder confiar tudo a você, como nunca pude confiar em ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e apoio", escreveu a adolescente na primeira página do diário. Os escritos se tornaram livro em 1947, por iniciativa do pai de Anne, Otto Frank, o único que estava no esconderijo e sobreviveu.
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Nascida em Frankfurt em 1929, Anne emigrou com sua família para a Holanda em 1933, depois que Adolf Hitler chegou ao poder. Em 1942, enquanto as autoridades rastreavam judeus na Holanda ocupada pelos nazistas, a família se mudou para o "anexo", um apartamento escondido atrás de uma estante falsa.
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Em agosto de 1944, acredita-se que a família tenha sido traída por um indivíduo até hoje desconhecido e os habitantes do anexo foram deportados para o campos de concentração de Auschwitz. Pouco depois, Anne e sua irmã, Margot, foram transferidas para Bergen-Belsen.
Anne morreu de tifo em fevereiro ou março de 1945, logo após a irmã. Estima-se que apenas 38 mil dos 140 mil judeus que viviam na Holanda sobreviveram à ocupação nazista, um dos maiores números de mortes do Holocausto na Europa.
— Anne Frank era uma criança inocente, uma adolescente. As meninas sempre serão capazes de se identificar com ela. Enquanto houver crianças de 13 anos, seu diário será lido em todo o mundo. Desde 2011, existe até uma tradução chinesa — ressalta à AFP o professor Johannes Houwink ten Cate, do Instituto de Estudo sobre Guerra, Holocausto e Genocídio (NIOD), em Amsterdã.