ROMA — A polícia italiana desmantelou um grupo criminoso de ideologia nazista e antissemita e apreendeu várias armas nesta quinta-feira, dentro da operação "Sombras Negras". A investigação, que já durava dois anos, foi conduzida pela Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais da cidade de Enna, na Sicília, e pelo Serviço Antiterrorismo.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em várias cidades — de Bérgamo à Sicília, passando pela ilha da Sardenha. O grupo, que se autodenominava Partido Nacional Socialista Italiano dos Trabalhadores , tinha como um dos principais líderes, responsável pelo treinamento dos associados, um membro da Legião Estrangeira Francesa, investigado por conexões com a Ndrangheta, a poderosa máfia da Calábria.
Na cúpula do grupo também está uma mulher de 50 anos que se fazia chamar de "Sargento Maior de Hitler" e tinha como função, dentro da associação, difundir ideologias xenofóbicas.
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"O grupo desenvolveu uma estrutura interna e territorial, criou um símbolo e elaborou um programa abertamente antissemita e negacionista", afirma um comunicado da polícia italiana. "Os membros do grupo compartilhavam o mesmo fanatismo ideológico e sua intenção era constituir um movimento abertamente pró-nazista, xenofóbico e antissemita."
Durante as buscas, foram encontradas várias armas, entre elas fuzis, facas, bestas, além de livros sobre Mussolini e Hitler. Alguns dos suspeitos chegaram a sinalizar que tinham acesso a armas e explosivos, além de recrutarem seguidores via redes sociais.
Os extremistas mantiveram ainda contatos internacionais com organizações como Aryan White Machine-C18, ligada aos neonazistas ingleses, segundo o comunicado.