Provedores de aborto nos EUA relataram aumentos significativos na violência — incluindo perseguição, invasões e agressões — no ano passado, de acordo com uma pesquisa da Federação Nacional do Aborto (NAF, na sigla em inglês) divulgada nesta sexta-feira, no dia em que a Suprema Corte americana derrubou o direito ao aborto legal, estabelecido pelo mesmo tribunal em 1973.
Em 2021, os relatos aumentaram 128% em relação ao ano anterior, de acordo com a pesquisa com cerca de 390 provedores, atingindo um recorde de três décadas, segundo a NAF. Os acompanhantes e funcionários das clínicas relataram ter sido empurrados, pulverizados com spray de pimenta, estapeados e chutados, entre outras coisas. Os entrevistados também relataram um aumento de 600% na perseguição e um aumento de 163% no recebimento de dispositivos fraudulentos ou pacotes suspeitos, na comparação com 2020.
A organização espera ainda mais violência e distúrbios nas clínicas após a decisão da Suprema Corte dos EUA que derruba a histórica decisão Roe vs. Wade.
— Sabemos por experiência anterior que notícias como essa podem realmente encorajar indivíduos e grupos antiaborto — disse Melissa Fowler, diretora de programas da NAF. — Definitivamente, é algo importante para nós. É uma grande preocupação e esperamos uma escalada.
A NAF acompanha casos de violência contra suas instalações desde 1977. Dos provedores que fornecem relatórios, 91% estão nos EUA, 8% estão no Canadá e cerca de 1% estão na América Latina. Os dados do grupo anteriores a 2013 são apenas de membros nos EUA e Canadá; desde 2013, também inclui fornecedores no México e na Colômbia.
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