Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo, com agências internacionais

Ministro da Economia de uma Argentina com a inflação anual em 140%, Sergio Massa desafiou a lógica ao tentar convencer o eleitorado de que ser o responsável pela pasta a frente do problema não o desqualificaria do objetivo de ser o presidente a resolver a mesma crise. E ele parece ter conseguido, ao menos inicialmente. O candidato governista, que conta com os apoios de Cristina Kirchner e Alberto Fernández, foi o mais votado no primeiro turno das eleições realizadas no domingo, conquistando cerca de 36% dos votos.

Aos 51 deles, 30 deles dedicadas à carreira política, Massa já foi descrito pela imprensa argentina como carismático, pragmático e ambicioso. Em julho do ano passado, abandonou a Presidência do Congresso dominado pelo peronismo para embarcar no gabinete Fernández-Kirchner. Para isso, exigiu um "superministério" criado sob medida para ele, agregando as pastas da Economia, Produção e Agricultura. Também ficou a frente das relações com organismos internacionais, principalmente o Fundo Monetário Internacional (FMI). A frente da pasta, o peronista fez alguns acordos com empresários, sindicatos e com o FMI, mas não conseguiu controlar a inflação, a principal preocupação no país.

Apesar do possível "calcanhar de Aquiles", Massa optou por permanecer no cargo de ministro durante a disputa. A ideia por trás da equipe do candidato é de que "a campanha é a gestão". Contudo, sem resultados positivos para mostrar, seus estrategistas reconhecem que sua melhor opção é trabalhar para aumentar a rejeição a Javier Milei, ultraliberal apontado com favorito na maioria das pesquisas de primeiro turno, que ficou na segunda colocação.

Eleições na Argentina:

Advogado de profissão, Massa tem a habilidade de retratar dificuldades como conquistas, pelo menos entre seus seguidores, algo que é criticado por seus adversários. Em sua carreira política, transformou amizades em inimizades e vice-versa várias vezes. Deu o salto para a política nacional em 2013 com seu Frente Renovador, espaço dentro do peronismo que se apresentou como uma alternativa ao governo de Cristina Kirchner (2007-15), de quem havia sido chefe de gabinete e que hoje o apoia novamente.

Em 2015, disputou pela primeira vez a presidência argentina, mas foi eliminado no primeiro turno das eleições que acabaram sendo vencidas pelo direitista Mauricio Macri.

Sergio Massa é o atual Ministro da Economia da Argentina, que passa por forte crise econômica — Foto: Juan Mabromata/AFP
Sergio Massa é o atual Ministro da Economia da Argentina, que passa por forte crise econômica — Foto: Juan Mabromata/AFP

Entre 2007 e 2008, e depois entre 2011 e 2015, foi prefeito da cidade de Tigre, nos arredores de Buenos Aires, pela aliança da então presidente Kirchner. Mas alguns anos depois se afastou dela, até que, em 2019, se aliou novamente à ex-presidente, eleita naquele ano vice-presidente.

Massa nasceu e cresceu nos arredores da província de Buenos Aires e iniciou sua militância no partido liberal UCEDÉ no final dos anos 1980. Na década de 1990, voltou sua militância para o peronismo de Buenos Aires, através das líderes políticas Cristina Camaño e Marcela Durrieu, sua sogra. Durrieu o apresentou à sua filha, Malena Galmarini, com quem ele se casou e teve dois filhos.

Mais recente Próxima Itamaraty confirma que brasileiro de 59 anos está desaparecido em Israel

Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY

Mais do Globo

Suspeito do crime, Tiago Ribeiro do Espírito Santo foi preso momentos depois e autuado por feminicídio

Garota de programa é morta estrangulada em hotel no Centro do Rio

Fazendeiro receberá compensação anual de R$ 54 mil, pois a aeronave impede o plantio de grãos no terreno

Empresa aérea começa a desmontar avião preso em campo de trigo na Sibéria um ano após pouso de emergência

Gorki Starlin Oliveira conta como uma estratégia de aquisições garantiu a sobrevivência de sua empresa em meio ao colapso das grandes redes de livrarias do Brasil

‘Compramos editoras para brigar por prateleira’, diz CEO da Alta Books

Homem foi descredenciado sob a alegação de que tinha anotações criminais em seu nome

Uber é condenado a pagar R$ 40 mil a motorista de aplicativo por danos morais

Texto ainda depende de aval do presidente para ser enviado ao Congresso; proposta também prevê reduzir negativas a pedidos via LAI

Governo discute projeto para acabar com sigilo de 100 anos após críticas a Lula por veto a informações

Apresentadora fala sobre saída do ‘Saia justa’, estreia de ‘Admiráveis conselheiras’ e etarismo no terceiro episódio do podcast da Revista ELA

ELAPod: Astrid Fontenelle desabafa sobre o etarismo, manda a real sobre a maternidade e opina sobre aborto

A três meses do verão, consumidores já têm dificuldade em encontrar alguns modelos nas lojas. Escoamento dos aparelhos na Zona Franca de Manaus preocupa devido à seca

Produção de ar-condicionado bate recorde e salta 83% no ano, com ondas de calor em pleno inverno

Vítima optou por não realizar o julgamento a portas fechadas porque 'a vergonha deve mudar de lado'

Acusados por estupros de mulher dopada pelo marido denunciam ameaças na França

Só este ano, alta foi de 17%. Seca no Brasil e chuvas intensas no Vietnã, os dois maiores produtores globais, prejudicam colheita há vários anos

Clima adverso afeta plantações de café e preço dobra desde 2020, chegando a R$ 50 por quilo