Colômbia teve mais de 180 crianças recrutadas por rebeldes e narcotraficantes em 2023

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A entidade "conheceu durante o ano de 2023 um total de 184 casos de recrutamento de meninas, meninos e adolescentes (MMA), [dos quais] 110 eram meninos e adolescentes e 74, meninas e adolescentes", informou o escritório do ombudsman em um comunicado.

Dentre eles, 68,4% dos menores "faziam parte de comunidades indígenas, sendo este grupo populacional o mais afetado pelo delito", acrescenta a nota.

Os departamentos mais afetados foram Cauca (sudoeste), Norte de Santander (nordeste), Nariño (sudoeste), Putumayo (sudoeste), Arauca (leste), Valle del Cauca (sudoeste) e Caquetá (sul).

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Segundo a Defensoria, os maiores responsáveis pelo recrutamento foram rebeldes das dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), com 91,1%, a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN), com 7%, outros com 1,3% e esquadrões de direita das Autodefensas Unidas da Colômbia, com 0,6%.

— Temos recomendado ao Governo Nacional, no desenvolvimento dos diálogos de paz com os atores armados, sobre a necessidade de contar com um protocolo de atendimento e assistência especializada para garantir os direitos dos menores urgentemente — disse Carlos Camargo, chefe da entidade.

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O presidente colombiano, o esquerdista Gustavo Petro, aposta em uma saída final dialogada para seis décadas de guerra interna e violência, após o histórico acordo de paz que, há sete anos, desarmou o grosso das Farc.

Delegados de Petro mantêm conversas com as dissidências das Farc e o ELN.

Na opinião da Defensoria, esses números não refletem a "realidade da situação" na Colômbia, pois há um subregistro.

A autoridade responsável pelos direitos das crianças (ICBF) atendeu 196 casos de crianças recrutadas em 2023.

A Unidade de Busca de Pessoas Desaparecidas (UBPD) também alertou nesta segunda-feira, no contexto do Dia Internacional das Mãos Vermelhas contra o recrutamento de menores, que recebeu 3.198 pedidos de rastreamento de crianças com paradeiro desconhecido durante o conflito na Colômbia.

O país vive um conflito armado impulsionado pelo narcotráfico que, em seis décadas, deixou 9,5 milhões de vítimas, a maioria deslocadas.