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Por O Globo, com agências internacionais

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU para fiscalização de programas nucleares ao redor do mundo, disse que não houve danos às instalações do programa iraniano, após o ataque de Israel contra Isfahã, terceira maior cidade do país e um importante centro militar e de desenvolvimento tecnológico, na noite de quinta-feira. A agência já havia expressado preocupação com a possibilidade da escalada de tensões por em risco instalações atômicas.

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, pediu contenção extrema de todas as partes envolvidas no conflito e reiterou que as instalações nucleares nunca deveriam ser alvo de disputas militares. O comentário do diretor foi citado em uma publicação da agência na rede social X (antigo Twitter).

Ainda na segunda-feira, na esteira do bombardeio iraniano contra Israel — quando foram lançados 330 drones e mísseis contra o Estado judeu —, Grossi informou que o Irã fechou as instalações nucleares "por motivos de segurança" no dia do ataque. À época, o diretor se disse preocupado com a resposta israelense, que ainda estava em discussão, pela possibilidade de incluir alvos do programa nuclear do país.

— Estamos sempre preocupados com esta possibilidade. O que posso dizer é que os nossos inspetores no Irã foram informados pelo governo iraniano que ontem (domingo), todas as instalações nucleares que inspecionamos todos os dias permaneceriam fechadas por questões de segurança — disse.

As instalações nucleares iranianas estão localizadas no centro do país, em Isfahã, Natanz e Fordo, assim como na cidade portuária de Bushehr, onde está localizada a única central nuclear. No ataque desta quinta, três explosões foram registradas nos arredores de uma base militar em Ghahjaworstan, perto de Isfahã, no centro do país, segundo a agência oficial Fars.

Uma fonte militar de alto escalão do regime iraniano declarou, na quinta-feira, que em caso de ataque contra as instalações nucleares, o país responderia com o lançamento de "mísseis potentes" contra áreas nucleares israelenses.

Israel é considerado uma potência nuclear, embora nunca tenha confirmado ou negado possuir armas atômicas. De acordo com a estimativa da Arms Control Association, entidade americana que desde 1971 monitora os arsenais nucleares pelo mundo, o país possui cerca de 90 armamentos nucleares.

O país, contudo, acusa o Irã de tentar desenvolver uma bomba atômica e afirma que faz o possível para impedir a iniciativa. Teerã nega ter qualquer armamento nuclear e diz que o programa do país se limita ao uso para geração de energia.

Manifestações contidas

Funcionários dos governos israelense e iraniano confirmaram o ataque de quinta-feira. Israel considera a ação como uma resposta ao bombardeio lançado pelo Irã no sábado, o que foi justificado por Teerã como uma retaliação ao bombardeio da embaixada do país na Síria.

Os detalhes sobre a operação ainda não estão claros. Fontes iranianas disseram que um grupo de pequenos drones foi abatido na região de Tabriz, a cerca de 500 km de Isfahã, e que alvos foram atingidos nos arredores da cidade, sem provocar danos relevantes a estruturas militares ou civis. Autoridades também disseram que, possivelmente, os veículos não-tripulados foram lançados de dentro do território iraniano, e que os sistemas de radar não detectaram nenhuma aeronave entrando no espaço aéreo do país.

Assim como analistas apontaram que o ataque do Irã contra Israel parece ter sido calibrado para mandar uma mensagem, mas não configurar uma declaração de guerra aberta ao Estado judeu, a réplica israelense parece seguir no mesmo sentido. Havia a preocupação em Israel de que a ausência de uma retaliação passasse a mensagem ao Irã de que uma ação contra o seu território, como a de sábado, seria admissível.

As manifestações iniciais apontam para uma desescalada das tensões. As principais autoridades de Israel não deram declarações sobre o ataque, ao passo que, do lado iraniano, a primeira reação foi minimizar a ofensiva israelense. Um alto funcionário iraniano ouvido pela agência de notícias Reuters afirmou que não há plano de retaliação imediata contra Israel.

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