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Por — Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira não ver "nada de anormal" em relação à eleição na Venezuela, ocorrida no domingo e na qual foi declarada a reeleição de Nicolás Maduro. Apesar disso, o presidente brasileiro afirmou que "resolver a briga" é preciso que as autoridades locais apresentem as atas de votação.

Lula fez a fala em entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso, na manhã desta terça-feira, 30.

— É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar — disse o presidente, na primeira manifestação após os resultados.

Lula afirmou que irá reconhecer o resultado eleitoral após a apresentação das atas, posição que já fora adotada pelo Itamaraty.

— Lógico que eu vou reconhecer, a hora que for consagrada a vitória. Eu estou com o meu ministro Celso Amorim (assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República) na Venezuela desde sexta-feira. Ontem (segunda) à noite ele teve uma conversa com o presidente Maduro. Ele falou: “eu vou apresentar a ata”. Só não disse quando, mas disse que vai apresentar. Na conversa com a oposição, a mesma coisa. Ele disse que tem 70% das atas.

Após as eleições presidenciais realizadas no último domingo, Maduro foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela vencedor do pleito e apto a exercer seu terceiro mandato, no período de 2025 a 2030. Ele foi proclamado vitorioso, segundo o CNE, com 51,21% dos votos contra 44% de Edmundo González, o segundo colocado. O resultado foi questionado pela oposição, que cita fraude nas urnas.

O Brasil e outros países ainda não reconheceu o resultado. Lula chamou as eleições no país de "processo normal". Protestos que eclodiram na Venezuela, que desde a segunda, deixaram 11 pessoas mortas e mais de 700 detidas.

— Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo, o que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de provar que não concordam e o governo tem o direito de provar que está certo.

O presidente brasileiro minimizou a crise no país vizinho e disse não ver "nada de grave" ou " de assustador" na situação. Também afirmou que o processo eleitoral foi "pacífico" e que "não houve violência".

— O Tribunal Eleitoral reconheceu o Maduro como vitorioso, e a oposição ainda não. Então, tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal — disse Lula. — Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Tem uma eleição, tem uma pessoa que disse que teve 41%, teve outra pessoa que disse que teve 50%, entra na Justiça e a Justiça faz.

Lula disse que é "obrigação" reconhecer o resultado das eleições após a divulgação das atas.

— Na hora que forem apresentadas as atas e for consagrado que as atas são verdadeiras, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela. Maduro sabe perfeitamente bem que quanto mais transparência houver, mais chance de tranquilidade para governar a Venezuela ele terá — disse.

Ele afirmou, ainda, que o o presidente venezuelano "sabe perfeitamente bem que quanto mais transparência houver", mais tranquilidade em governar o país.

— Acho que é preciso acabar com a ingerência externa em outros países. A Venezuela tem o direito de construir seu momento de crescimento sem que haja bloqueio — declarou o petista.

Atas

As atas são os dados desagregados por mesa de votação. O Itamaraty considera que isso é um "passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito".

Nesta segunda-feira, o Itamaraty orientou a embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, a não comparecer a proclamação de vitória de Nicolás Maduro. A instrução foi dada pelo chanceler Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores.

O assessor especial Celso Amorim voltou ao Brasil nesta terça. Ele acompanhou as eleições no fim de semana.

Amorim foi enviado por Lula a Caracas para acompanhar o pleito. O assessor especial do presidente afirmou ao GLOBO que a falta de transparência "incomoda" e que esperava os "dados necessários" para se pronunciar sobre o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral, que apontou a vitória de Nicolás Maduro.

Em comunicado, o Itamaraty citou “o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”. O órgão brasileiro disse aguardar a publicação pelo CNE de ‘dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.

Já o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, expressou a sua “séria preocupação” de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não reflita a vontade do povo. Pouco antes, Blinken havia pedido uma recontagem “justa e transparente” dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela.

Mais recente Próxima Repressão na Venezuela: Presidente da Assembleia Nacional pede prisão de líderes da oposição

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