Ao mergulhar no trabalho, Deborah Evelyn encontra uma maneira de lidar com o luto pela perda do marido, o arquiteto alemão Detlev Schneider, que foi vítima de câncer este ano.
— Está sendo não sei se uma cura, mas o único caminho viável. Não estou fazendo mais nada a não ser trabalhar. É o que me faz levantar da cama: saber que vou encontrar pessoas boas e talentosas na gravação. Acho que, se não tivesse essa novela agora, não sei como eu estaria. Perdi o amor da minha vida. Aquela pessoa com quem dividia a minha vida, que teoricamente não era para ter ido embora tão antes assim. Foi um encontro muito especial — diz.
Ela, que será a vilã Ceci de "Dona Beja", da HBO Max, tinha aceitado o convite para a novela antes de o quadro de saúde do marido piorar.
— A gente não sabia o que ia acontecer. Nós estávamos na Alemanha. Combinamos que voltaríamos ao Brasil para eu começar a trabalhar aqui. Foi bom ter aceitado antes disso tudo. Está me ajudando muito. Estou agradecida por estar fazendo isso. Está me salvando — afirma a atriz, que conheceu Schneider quando a filha, Luiza, de 30 anos, do relacionamento com o diretor Dennis Carvalho, estava estudando Engenharia na Alemanha.
A atriz está completando 40 anos de carreira. Para ela, a passagem do tempo aumenta o grau de exigência.
— Fui amadurecendo durante o tempo, crescendo. Tive muita sorte neste processo, além do empenho. Ganhei grandes presentes em quatro décadas. Ter 40 anos de carreira não me dá a segurança de que vou conseguir fazer um trabalho. É sempre um universo novo, um personagem diferente. Para que ele fique redondo, não é fácil. Claro que é melhor agora do que quando comecei. Mas não quero me repetir. Não é porque já fiz outras antagonistas que farei mais do mesmo. Não tenho interesse em usar bengalas. Gosto de diretores que me desafiem — explica Deborah, de 57 anos.
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A atriz compara a atual personagem à Eunice da novela "Insensato coração". Segundo ela, ambas pregam os "bons costumes sociais":
— A Ceci vai tentar segurar Beja (Grazi Massafera) com lições de moral, para podá-la, ainda mais na época em que se passa a novela (no século 19). É parecida com a mãe da personagem da Bruna Linzmeyer que eu fazia. Não vou repetir as minhas vilãs que deram certo. É esse desafio que me dá o frescor na profissão.