Política
PUBLICIDADE

Com uma série de pendências a resolver com o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de solucionar um impasse na sua articulação política na volta do recesso parlamentar. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cortou o diálogo com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela interlocução do governo com o Legislativo. Os dois não se falam desde o fim do ano passado.

O estopim para o rompimento, segundo aliados do presidente da Câmara, foi a edição de uma portaria do governo que prevê novas regras para liberação de recursos apadrinhados por parlamentares na área da Saúde. A nova norma, que entrou em vigor em dezembro, condiciona transferências à aprovação de um colegiado formado por gestores estaduais e municipais do SUS em cada estado.

Lula foi avisado ainda em dezembro por Lira que não havia mais diálogo com Padilha, seja sobre a liberação de emendas ou sobre a tramitação de projetos. Procurados, tanto o deputado quanto o ministro não quiseram comentar o assunto.

Desde então, Lira elegeu como interlocutores o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar de assuntos de interesse do Palácio do Planalto. Foi o chefe da Casa Civil, por exemplo, quem avisou ao presidente da Câmara que Lula vetaria R$ 5,6 bilhões do valor aprovado para emendas de comissão no Orçamento deste ano.

Sinais trocados

Aliados de Padilha minimizam o “gelo” de Lira. Alegam que desde o início do governo o deputado envia sinais trocados sobre seu alinhamento com Planalto e, neste contexto, o ministro se torna alvo por estar à frente das negociações políticas. Na avaliação da equipe da pasta, Lira só queria um pretexto para o rompimento.

Em conversas internas no governo, Padilha disse ter sido avisado sobre o descontentamento de parlamentares do Centrão com a portaria do Ministério da Saúde. O ministro alega, porém, que a norma visava a facilitar a liberação dos recursos e houve uma interpretação equivocada.

Um outro ponto citado por aliados do ministro para o rompimento é o desejo de Lira de ter uma interlocução mais direta com Lula. As conversas entre os dois eram rotina na época da reforma ministerial concluída em setembro, quando a entrada do Centrão no governo foi sacramentada.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), um dos principais aliados de Lira na Câmara, prevê um clima difícil para o governo na volta do recesso.

— A medida provisória, que reonera a folha de pagamento e prevê o fim do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), e os vetos vão de encontro a decisões tomadas pelo Congresso. Isso gera um grande clima de insatisfação, é inevitável. O governo vai ter que trabalhar dobrado para reverter.

A relação entre Lira e Padilha nem sempre foi conflituosa. No início do governo, os dois mantinham encontros e conversas frequentes ao telefone. Auxiliares do ministro até chegavam a interromper reuniões quando o presidente da Câmara o procurava. As queixas por parte de Lira, porém, começaram ainda no primeiro semestre.

Em entrevista ao GLOBO em abril, Lira afirmou que Padilha é “um sujeito fino e educado, mas que tem tido dificuldades” no Congresso. Nos bastidores, as críticas, na época, eram de demora para nomeações e demora para a liberação de emendas.

Lula, porém, sempre defendeu seu articulador político. Em dezembro, ao discursar em um evento com catadores, o presidente disse que Padilha “cumpriu o seu papel” em 2023 e pediu compreensão com as dificuldades de negociação diante de um cenário que “a esquerda toda não deve ter 130 deputados de 513”.

Veja o histórico de recados de Lira e Padilha:

  1. ‘Fino, mas tem dificuldades’: Em entrevista ao GLOBO, em abril, Lira afirmou que a pasta de Padilha precisava se organizar. Sobre o ministro, definiu-o como “um sujeito fino e educado, mas que está tendo dificuldades”. “Talvez a turma precise descentralizar mais, confiar mais”, afirmou.
  2. ‘Falta de articulação’: Em maio, quando o governo tentava aprovar a MP que reestruturava os ministérios, Lira disse que havia insatisfação generalizada: “se o resultado for de não aprovação e de não votação da MP, não deverá a Câmara ser responsável pela falta de articulação política do governo’’.
  3. Debate sobre a Caixa: Após Lira dizer à Folha que a troca no comando da Caixa fazia parte de um “acordo com os partidos”, Padilha rebateu dizendo que eventual mudança se daria pelo desempenho e que o processo era diferente de cargos políticos, como composição de ministério.

Mais recente Próxima PSDB enfrenta escassez de candidatos para eleições municipais e racha em capitais; saiba onde

Inscreva-se na Newsletter: Jogo Político

Mais do Globo

Prêmio da Lotofácil da Independência não acumula e caso ninguém acerte os 15 números, valor máximo será dividido entre outros acertadores

Qual é o horário do sorteio da Lotofácil da Independência? Veja como jogar e números mais sorteados

Solange Bezerra não obteve o mesmo benefício da filha e continuará na prisão

Mãe de Deolane segue presa após influencer obter habeas corpus; empresária ficará em prisão domiciliar

À polícia ele disse que foi forçado a participar do crime para pagar uma dívida com traficantes

Homem é preso com 65 cápsulas de cocaína na cueca no aeroporto do Galeão

Gravação dividiu opiniões entre os internautas

Vídeo de Leo Santana recebendo massagem viraliza e massoterapeuta rebate: 'Extremamente profissional'

Confronto, válido pela Copa Argentina, foi marcado por agressões e acusações de coerção com armas

'Disseram que iam me matar': Árbitro acusa presidente de clube de ameaça após partida da Copa Argentina

Empresário foi mencionado 4032 vezes no chat do canal do pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo; ex-presidente alcançou 6,2% menos menções

Pablo Marçal foi mais citado que Bolsonaro em transmissão de Malafaia do ato na Paulista

Vítimas fizeram registro de ocorrência na 9ª DP e exame corpo de delito no IML

Casal conta ter sido agredido por homem e filho de 13 anos dentro do metrô após discussão sobre lugar reservado a bicicletas

Cidade da Baixada Fluminense fica à frente de Niterói e de Petrópolis

Ideb: Paracambi fica em segundo lugar na Região Metropolitana

Del Boppel passeava com cachorro quando foi atacada por réptil de mais de 2 metros de comprimento

Idosa de 84 anos é mordida por jacaré e se salva de ataque após socar animal nos Estados Unidos