A fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, completa uma semana nesta terça-feira. Desde então, já foram identificadas diversas pistas deixadas por Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, como pegadas, peças de roupa, a interceptação de telefonemas e até mesmo o arrombamento de casas na região do presídio, com uma família feita de refém. No entanto, os dois criminosos seguem em fuga e as buscas continuam, reunindo aproximadamente 500 homens, três helicópteros e drones com visão noturna.
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De acordo com os investigadores, os dois fugitivos fizeram uma família refém na noite da última sexta-feira. Eles invadiram uma casa na área rural da cidade, pediram comida, queriam ver notícias sobre a fuga e roubaram celulares. A dupla ficou no local por cerca de quatro horas, não pediu dinheiro e fugiu a pé. Não houve violência com os reféns. A dupla chegou pelo mato por volta das 19h30 de sexta-feira e deixou a casa 0h30 de sábado. Ao invadirem a casa, falaram que queriam comida e celular. Em uma sacola plástica, levaram alimentos, ovo cozido e outros itens, ambos não estavam de mochila.
Também levaram dois celulares com carregadores e pediram a senha para destravar o telefone. Mandaram ainda a família abrir as redes sociais nos telefones para que eles pudessem ver notícias da fuga e pediram para assistir o Jornal Nacional. Ao longo de quatro horas, fizeram várias ligações pelo WhatsApp, algumas delas para números com DDD 21. Do outro lado da linha, o interlocutor tinha sotaque e mencionou que estava no Rio de Janeiro.
Na madrugada de quinta-feira, um sítio no Rancho da Caça, localizado a sete quilômetros do presídio, foi arrombado. Os invasores percorreram a distância a pé e pegaram no local pacotes de biscoito, roupas, tênis, melancia, queijo, pão de forma, margarina e fósforo. Como a fuga do presídio e a invasão à casa aconteceram em um intervalo de poucas horas, as forças policiais acreditam que os eventos estão relacionados.
Duas camisas, uma rede e rastros de sapatilhas semelhantes às usadas pelos internos no presídio federal, uma toalha e um lençol foram encontrados em uma área da Serra de Mossoró, a 11 quilômetros do presídio, na madrugada desta sexta. Os dois presos também foram vistos por moradores da região. Estas pistas ajudam a montar o percurso que Deibson e Rogério teriam feito após escaparem e supostamente invadirem o sítio.
Buscas por criminosos
Desde que o caso veio a público, uma operação foi montada em Mossoró, no Rio Grande do Norte, com o objetivo de recuperar os foragidos. As forças contam, inclusive, com helicópteros da Polícia Rodoviária Federal e do Potiguar 02, da Secretaria de Segurança Pública do estado. O ministro da Justiça Ricardo Lewandovski autorizou ainda o envio da Força Nacional para a região de Mossoró e prevê a atuação de 100 homens e 20 viaturas.
Segundo Lewandovski, que esteve em Mossoró para acompanhar os trabalhos no último domingo, a operação não tem prazo para acabar.
— Temos quase 500 policiais trabalhando na recaptura desses dois fugitivos. Já estamos iniciando a construção de muralhas. A próxima muralha será feita em Mossoró e as demais medidas que nós anunciamos: sensores de presença, reconhecimento facial, iluminação, videocâmaras, incremento da inteligência, contratação de mais policiais penais federais, isso tudo está sendo providenciado — contou.
Ligados ao Comando Vermelho, os presos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Eles têm um vasto histórico de fugas e faltas disciplinares no sistema prisional do Acre, o que inclui flagrantes com serra, cordas feitas de sacos plásticos e a tranca de uma cela cortada. Os nomes dos dois presos foram incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional), mas o ministério da Justiça tem a expectativa de capturá-los antes que eles saiam do país. Os dois fugiram da penitenciária federal de Mossoró por volta das 3h da madrugada na quarta-feira de cinzas.
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