Economia
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Por — Rio de Janeiro

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta quarta-feira que o país precisa dar um "salto de qualidade" em relação à produção do agronegócio. A declaração ocorreu durante cerimônia de inauguração do Complexo Mineroindustrial da Eurochem, na Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro.

— Lembro que o cerrado brasileiro na década de 1970 era visto como terra "imprestável". Depois que houve o manejo na terra, passou a ser a região mais produtiva (...) Houve também o avanço do café brasileiro, não da capacidade de produção, mas da qualidade. As pessoas tem café de qualidade e o mundo precisa aprender que o Brasil produz café de qualidade. Mas nosso café ainda precisa de divulgação. (...) Nós precisamos dar um salto de qualidade para que a gente possa fazer jus ao grau de investimento que a gente fez em tecnologia, ciência e genética.

O presidente também defendeu que o Brasil não pode desvalorizar as commodities, que consistem nas mercadorias de origem primária. Ele citou países estrangeiros que estão distantes da capacidade produtiva do país:

— O Brasil está exportador de commodities, precisa produzir produtos de valor agregado. É verdade, mas a gente não pode desvalorizar as commodities porque a gente sabe o quanto de tecnologia tem em um grão de milho e em um grão de soja.

Durante a solenidade, Lula também criticou o "complexo de vira-lata" no Brasil que, no passado, fechou fábricas de fertilizantes.

— Se o país é um país agrícola porque que a gente não é pelo menos autossuficiente na produção dos fertilizantes que nós precisamos? Porque muitas vezes se negou a esse país uma coisa que ele tem condição de ter? — questionou o presidente.

Também discursaram o prefeito de Serra do Salitre, Paulo Silveira de Melo, e o presidente da EuroChem, Gustavo Horbach, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e os ministros de Minas e Energia, o mineiro Alexandre Silveira, e o da Agricultura, Carlos Fávaro.

Em seu pronunciamento, Silveira defendeu a necessidade do diálogo na política e fez elogios ao presidente que, segundo ele, seria o responsável pela volta da "boa política".

— O governo do presidente Lula não vive de narrativa de rede social, a gente trabalha para levar ações de verdade para melhorar a vida de brasileiros — disse o ministro, dando uma alfinetada no ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), e fez críticas às mineradoras — É inaceitável o que infelizmente nós temos por parte das grandes mineradoras no país, os potenciais não estão sendo explorados — disse, ao afirmar que parte das empresas fica com os direitos de exploração, sem exercê-los.

Já Carlos Fávaro afirmou que o agronegócio vive momentos de alegria no país e fez o "L", durante seu discurso:

— Ontem começamos o dia com o anúncio do governo chinês de 38 novas plantas frigoríficas brasileiras habilitadas de uma só vez. Isso significa confiança no nosso país, a volta da diplomacia. Enquanto ainda comemorávamos, veio o governo de Filipinas. Ontem durante a tarde, autorizou 137 plantas frigoríficas.

Carlos Fávaro 'faz o L' em evento em Minas — Foto: Reprodução
Carlos Fávaro 'faz o L' em evento em Minas — Foto: Reprodução

Zema, por sua vez, deixou seu vice comandar o início do discurso. Candidato pelo governo em 2026, Matheus Simões contou como a iniciativa auxilia o pequeno produtor.

O presidente Lula (PT) desembarcou nesta manhã em Minas Gerais apenas para cumprir esta agenda, importante para o agronegócio.

Entre as baixas, todavia, há uma série de aliados do governo federal. Parceiro de Lula na renegociação da dívida, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), não estará presente nesta passagem do presidente pelo estado, pois estará em Brasília, presidindo uma sessão na Casa Legislativa.

Os pré-candidatos que pleiteiam o apoio do presidente na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte também estarão ausentes por terem compromissos em Brasília ou na capital mineira. É o caso do prefeito Fuad Noman (PSD), da Duda Salabert (PDT) e da estadual Bella Gonçalves (PSOL). A exceção foi o petista Rogério Correia, nome da federação PT-PV-PCdoB, que esteve na solenidade.

A agenda marca a abertura de um complexo de produção de fertilizantes fosfatados. A expectativa é de que o polo adicione um milhão de toneladas do produto por ano ao agronegócio.

A previsão é de que o presidente retorne à Brasília já no início da tarde.

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