Política
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Por e — Brasília e Rio de Janeiro

Integrantes do diretório nacional do PT se reuniram hoje e foram informados que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai participar diretamente dos rumos da sigla nas disputas eleitorais do Rio de Janeiro e do Recife. A ideia é que Lula atue para convencer os prefeitos Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB) a aceitarem que o PT indique o vice de suas campanhas à reeleição, hipótese considerada difícil.

Paes e Campos têm proximidade com o presidente e já participaram de reuniões com ele nos últimos meses. A entrada mais incisiva de Lula nas negociações é uma espécie de aposta final do partido para reivindicar as vices em duas capitais de relevância política.

No Rio, a situação é vista como mais complicada porque Paes resiste a indicar um petista. O prefeito tem demonstrado preferência por um nome mais ligado a ele, como o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), com a formação de uma chapa "puro sangue". Também mantém como plano B outros quadros do PSD e que integram a prefeitura.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a indicação do vice de Paes precisa ser uma condição para o apoio ao prefeito.

– ​​É posição majoritária do partido – declarou ao GLOBO.

Apesar dessa postura, é considerada quase impossível a saída da aliança do prefeito carioca para seguir outro caminho em 2024, a despeito de alguns quadros do partido, como o deputado federal Lindbergh Farias, serem abertamente contra caminhar com Paes.

Coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, o senador Humberto Costa (PE) convocou para a semana que vem os presidentes estadual e municipal da sigla, João Maurício de Freitas e Tiago Santana, a fim de conversar sobre a conjuntura carioca.

Lula, inclusive, é esperado também na semana que vem pelo PT do Rio para um grande ato de filiação da ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, ao partido. O evento deve ser no anfiteatro da UERJ. No domingo passado, a Polícia Federal prendeu três suspeitos de mandar matar a irmã dela, a vereadora Marielle Franco. Um deles, o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), era secretário de Ação Comunitária de Paes até fevereiro.

Na reunião de hoje, realizada em Brasília e também com participações remotas, a cúpula nacional do PT debateu a situação das duas cidades e também de Curitiba e de João Pessoa. Apesar disso, a única deliberação formal tomada foi remeter a decisão sobre as disputas para uma reunião da Executiva Nacional, grupo com menos pessoas que o diretório.

Gleisi disse ainda que as disputas em outras cidades podem vir a ser decididas pela cúpula nacional da legenda.

– As quatro (cidades) foram remetidas à Executiva. O diretório nacional acatou encaminhamento do GTE e avocou a decisão sobre essas quatro capitais, sem prejuízo de outras que se fizerem necessárias.

Integrantes da legenda no Rio, como o deputado federal Washington Quaquá, já disseram que o cargo não deveria ser critério para o apoio. De acordo com participantes da conversa de hoje, Quaquá, que é do diretório, não fez falas durante a reunião, e todas as declarações foram no sentido de apoiar a exigência da vice, ainda que nenhuma deliberação tenha sido tomada.

O caso do Rio de Janeiro foi levado para a cúpula nacional do PT justamente para evitar que a direção local da legenda abrisse mão da vice de Paes muito antes da eleição. O secretário de Assuntos Federativos do Ministério da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), André Ceciliano, é apontado como uma opção dentro do PT para o posto na chapa do prefeito carioca.

Já no Recife, há uma disputa interna entre o deputado Carlos Veras e Mozart Salles, que trabalha na SRI, pela tentativa de indicação para a vice de Campos. No entanto, como o atual prefeito desfruta de amplo favoritismo na disputa, o ambiente é considerado pouco propício a cessões.

Assim como Paes, Campos é cotado para deixar o mandato no meio, caso reeleito, para concorrer ao governo estadual em 2026, o que faz o posto de vice ser cobiçado pelo PT, já que ganharia a prefeitura “de presente” daqui a dois anos.

A participação do presidente nessas duas cidades foi anunciada na reunião por nomes da legenda como Humberto Costa, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) e a secretária de Finanças do PT, Gleide Andrade.

O partido de Lula também pretende resolver impasses em Curitiba, onde se divide entre ter candidatura própria e apoiar Luciano Ducci (PSB), e em João Pessoa, capital em que a sigla também avalia candidatura própria, mas uma ala quer apoiar o prefeito Cícero Lucena (PP).

Na capital paranaense, Gleisi Hoffmann, cujo reduto é o estado, deseja apoiar o candidato do PSB, mas os deputados petistas Zeca Dirceu e Carol Dartora querem candidatura própria. Em João Pessoa há dúvida sobre apoiar a candidatura da deputada estadual Cida Ramos (PT) ou do atual prefeito. Lucena é aliado do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), político do Centrão próximo do governo Lula.

O curto documento aprovado hoje com o encaminhamento para a Executiva recebeu 49 votos a favor e 19 contra.

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