Na intenção de concorrer à prefeitura de Belo Horizonte, o deputado estadual e apresentador do Balanço Geral Minas Gerais, da Record TV, Mauro Tramonte (Republicanos) irá se licenciar da emissora a partir da próxima sexta-feira (31). Em nota, o político declarou que irá tirar um mês de descanso e, a partir de julho, vai elaborar seu plano de governo "com propostas simples, mas resolutivas de problemas cruciais da cidade".
No comando do programa há 16 anos, Tramonte busca agora consolidar sua pré-candidatura. Na emissora, seu posto será ocupado pelo jornalista Lair Rennó.
Segundo a legislação eleitoral, candidatos que aparecem com frequência em programas de rádio ou televisão precisam pedir licença até o dia 30 de junho. A partir desta data e o término das eleições, os disputantes que apresentarem conteúdos deste tipo podem ter seus registros cancelados.
"A partir de 30 de junho do ano da eleição, é vedado, ainda, às emissoras transmitir programa apresentado ou comentado por pré-candidato, sob pena, no caso de sua escolha na convenção partidária, de imposição da multa prevista e de cancelamento do registro da candidatura do beneficiário", diz o artigo 45 da Lei das Eleições.
O movimento de Tramonte deixa o cenário eleitoral em Belo Horizonte ainda mais indefinido. Além do deputado estadual, outros oito políticos são pré-candidatos, incluindo o prefeito Fuad Noman (PSD), que irá concorrer à reeleição.
O gestor municipal tem como principal impasse o desconhecimento de seu nome, por ter assumido a gestão em 2022, quando Alexandre Kalil (PSD) decidiu disputar o governo do estado e terminou derrotado.
A fragilidade no entorno de sua figura fez com que Fuad só se declarasse pré-candidato este ano e gerou, inclusive, uma briga interna no partido. Hoje do seu lado, o grupo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chegou a discordar sobre a tentativa de reeleição.
Nos bastidores, o prefeito ainda espera contar com a presença do presidente Lula (PT) em seu palanque, mas formalmente a federação PT-PV-PCdoB está com o deputado federal Rogério Correia (PT). Entre essas siglas, o PV possui afinidade com Fuad e já encena um apoio informal.
Articuladores apontam que, num possível futuro, as duas pré-candidaturas se unam. De um lado, para o prefeito, não concorrer seria uma grande demonstração de fraqueza. Do outro, o PT tenta alavancar a figura de Rogério para que ele seja o cabeça da chapa. Toda essa possível articulação é negada por ambos.
A fragmentação da esquerda ainda conta com outras duas pré-candidatas: a deputada federal Duda Salabert (PDT) e a estadual Bella Gonçalves (PSOL). Rogério, Duda e Bella tem conversado desde o ano passado na tentativa de conciliar apenas um nome do que apelidam de "frente-ampla democrática", mas há impasses para esta aglutinação visto que todas as siglas tem interesse em concorrer como chefe da nominata.
Na extrema-direita, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estará com o deputado estadual Bruno Engler (PL), que na última eleição ficou em segundo lugar na disputa. O bolsonarista irá disputar o campo da direita com outros nomes como o próprio Tramonte. Neste campo, há ainda o senador Carlos Viana (Podemos) e o presidente da Câmara dos Vereadores, Gabriel Azevedo (MDB), adversário de longa data de Fuad Noman e mais próximo ao campo político de centro.
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