RIO - Não é só a investigação da morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos , que pesa sobre o médico e vereador Jairo Souza Santos Junior , o Dr. Jairinho (Solidariedade). Após ser preso na manhã desta quinta-feira , o político teve que prestar depoimento sobre a denúncia de agressões contra uma ex-namorada e a filha dela, que na época do caso tinha 3 anos. Jairinho foi ouvido pelo delegado Adriano França, titular da Delegacia da Criança Adolescente Vítima (Dcav).
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Em entrevista ao GLOBO, a cabeleireira de 31 anos disse que teve uma crise de consciência ao tomar conhecimento da abertura do inquérito instaurado na 16ª DP (Barra) para apurar a morte de Henry. A mulher decidiu, então, ir à delegacia relatar que ela e a filha tinham sido agredidas pelo parlamentar há quase uma década. O advogado André França Barreto, que defende o vereador, nega todas as denúncias. Jairinho alega que a mulher mente e o calunia por ter sido abandonada no altar, situação “extremamente humilhante”, e que lhe causou “ódio e promessa de vingança”.
— Quando estourou a crise do Henry, tive a minha primeira crise de consciência, me senti deprimida. E comecei a pensar: “Será que se eu tivesse feito alguma coisa, isso teria sido evitado? — disse a mulher ao GLOBO.
Dois anos de namoro
A ex-namorada deu detalhes e explicou como se aproximou de Jairinho, como foi o relacionamento de dois anos que teve com o parlamentar e como e por quê se deu o término do namoro. Ela também reafirma as acusações de agressões sofridas por ela e a menina e diz esperar contribuir com as investigações pelo Henry e pela filha. No depoimento, disse que a criança, de 3 anos à época, ficava nervosa, chorava e até vomitava ao ver Jairinho e que ela contou ter tido a cabeça afundada por ele embaixo da água de uma piscina.
A mulher relatou que, em determinado momento, sua filha não mais queria ficar em sua companhia quando ela estava com Jairinho. A menina chorava e pedia para dormir com a avó materna. A testemunha disse ainda que, em uma ocasião em que viajou com Jairinho e a filha, ele lhe ofereceu remédios para dormir, tendo ela colocado o comprimido embaixo do travesseiro. Ao chegar na sala do apartamento, em Mangaratiba, disse ter encontrado o vereador segurando pelos braços a criança, que estava assustada.
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Esse caso só agora chegou à polícia, mas em 2104 a então mulher do vereador, Ana Carolina Neto, registrou queixa de agressão contra ele. Na delegacia da Barra, ela disse que Dr. Jairinho sempre foi violento e a agrediu diversas vezes. Ainda segundo o relato, ele chegou a tentar enforcá-la e a chutou com força, além de ofendê-la. Ana Carolina passou por exame de corpo de delito, que mostrou que ela tinha hematomas no corpo. No entanto, dias depois, ela voltou à delegacia e retirou a queixa. O caso acabou sendo arquivado a pedido do Ministério Público.