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Por Giovanni Mourão — Rio de Janeiro


A mãe de Kathlen Romeu, Jaqueline Oliveira, antes da audiência no Tribunal de Justiça do Rio — Foto: Fabio Rossi
A mãe de Kathlen Romeu, Jaqueline Oliveira, antes da audiência no Tribunal de Justiça do Rio — Foto: Fabio Rossi

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ) realiza na tarde desta segunda-feira, às 13h30, a primeira audiência sobre o caso Kathlen Romeu. A designer de interiores de 24 anos morreu após ser atingida por um tiro de fuzil no peito durante uma operação da Polícia Militar no Complexo do Lins, na Zona Norte do Rio, no dia 8 de junho do ano passado. Ela estava grávida de quatro meses. Cinco policiais militares que participavam da operação são réus na Justiça Militar pelos crimes de fraude processual (por alterarem a cena do crime) e de falso testemunho. O juiz Bruno Vaccari é o responsável pelo julgamento.

Inicialmente, a audiência estava marcada para 11 de abril, mas, por uma falha processual, precisou ser adiada: o sorteio para definir o grupo de juízes do julgamento considerou que todos os réus eram "praças", contudo, um deles é capitão. Uma vez que o grupo precisa ser formado por militares de patentes acima às dos réus, o tribunal precisou realizar um novo sorteio.

No dia 17 de dezembro, a Justiça Militar aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) contra os cinco PMs. Os soldados Cláudio da Silva Scanfela, Marcos da Silva Salviano, Rafael Chaves de Oliveira e Rodrigo Correia de Frias respondem, cada um, por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho. O capitão Jeanderson Corrêa Sodré, único oficial acusado, virou réu por fraude processual na forma omissiva.

Kathlen de Oliveira Romeu tinha 24 anos e estava grávida quando foi atingida por uma bala perdida no Complexo do Lins — Foto: Divulgação
Kathlen de Oliveira Romeu tinha 24 anos e estava grávida quando foi atingida por uma bala perdida no Complexo do Lins — Foto: Divulgação

As investigações da Polícia Civil indicaram que o tiro que matou a designer de interiores partiu da arma de um dos PMs. Dois agentes, ao prestarem depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pelo caso, admitiram que efetuaram disparos durante a operação no conjunto de favelas.

Segundo a denúncia elaborada pelos promotores e aceita pela Justiça Militar, os quatro praças retiraram o material que estavam no local em que a gestante foi baleada antes da chegada da perícia. Em seguida, o quarteto deixou no local 12 cartuchos deflagrados e um carregador de fuzil. Os itens acabaram entregues na 26ª DP (Todos os Santos) para simular um confronto, caracterizando o crime de fraude processual.

Além disso, a família da vítima afirma ainda que os PMs que estavam no local não prestaram o devido socorro à vítima. Em depoimento, os cinco policiais disseram que, após cessar o confronto, se depararam com a jovem baleada. Eles negaram terem sido autores do disparo que a atingiu por não haver ângulo para acertarem a design de interiores no local onde ela caiu.

Após ser alvejada, Kathlen de Oliveira Romeu foi levada para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a secretaria municipal de Saúde , Kathlen já chegou ao hospital sem vida.

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