Nos três anos da morte de Aldir Blanc, o autor de sucessos como "O bêbado e a equilibrista", "Dois pra lá, dois pra cá" e mais de outras 600 canções ganhou um espaço em sua homenagem. Um jardim com uma escultura dele foi inaugurado hoje, na Tijuca, bairro onde o poeta viveu durante quatro décadas. O monumento fica na esquina da Avenida Maracanã com a Rua Marechal Trompowski.
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A viúva do compositor, Mary Lúcia de Sá Freire, esteve presente na cerimônia, na companhia dos filhos, netos e bisneto. Em seu discurso, ela disse que a homenagem é uma espécie de despedida que a família não pode fazer devido à pandemia e relembrou a trajetória do marido.
— O Aldir merece essa homenagem por toda a sua obra. É muito emocionante e representativo para todos nós da família. É significativo fazer esta homenagem hoje, com uma grande festa, como se fosse uma despedida, que nem nós e nem milhares de famílias brasileiras pudemos fazer — disse Mary.
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Encerrando a cerimônia, os amigos Moacyr Luz e Moyseis Marques apresentaram a canção inédita “4 de Maio”, para celebrar o parceiro Aldir Blanc, e amigos e familiares jogaram pétalas de rosas brancas junto ao monumento e no leito do Rio Maracanã.
— O Aldir era plural, um cara com uma obra maravilhosa, que foi feita para o Rio de Janeiro. Era uma pessoa extraordinária, muito dedicada ao trabalho. Morei 23 anos nesta rua com ele, cada pedaço deste asfalto da Tijuca é um pouco do Aldir Blanc — contou Moacyr Luz.
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O monumento assinado pelo artista Mello Menezes tem um totem em concreto, que remete a folhas, no qual estão uma figura de Aldir Blanc e uma placa com texto assinado pelo jornalista Luís Pimentel.
— Aldir foi um dos maiores cronistas e compositores brasileiros, que viveu grande parte da sua vida na Rua Garibaldi. Era o maior frequentador do extinto e saudoso Bar da Dona Maria, aqui na esquina. Então, nada mais justo do que fazer uma homenagem dando o nome de Jardim Aldir Blanc, na beira do Rio Maracanã, que ele tanto cantou — disse o subprefeito da Grande Tijuca, Felipe Quintans.
O prefeito Eduardo Paes falou sobre a importância de Blanc para a cidade e para a arte.
— Aldir é um grande poeta do Rio de Janeiro, uma figura muito representativa, que morreu de Covid-19 naquele momento em que a cultura mais sofreu no Brasil. Fazer essa homenagem é justo, porque deixa viva a memória do Aldir — disse o prefeito Eduardo Paes — Como representante dos cariocas, o que posso dizer para a família e os amigos é muito obrigado pelo Aldir ter vivido aqui como um grande carioca e ter feito tanto por essa cidade e por esse país.
A obra, feita sob a supervisão da Gerência de Monumentos e Chafarizes, vinculada à Secretaria Municipal de Conservação, teve um investimento de R$ 168 mil. Além da estátua, foram feitos serviços de manutenção, como reparo em guarda-corpo e concretagem da área onde foi instalada a escultura.
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