Uma fábrica clandestina de armamento e munição foi descoberta por policiais civis da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), nesta quinta-feira, no Bairro da Piedade, na Zona Norte do Rio. O negócio irregular funcionava em uma casa e era investigado pela polícia desde dezembro último. No local, os policiais apreenderam milhares de balas de fuzil e pistola, alças de mira e molas de fuzis, além de maquinário próprio para recarga de cartuchos. Uma pessoa foi presa em flagrante pelos agentes.
Segundo o delegado Vinicius Miranda, da Desarme, a fábrica abastecia com munição os traficantes de morros e favelas que têm o comércio de drogas comandados por homens da facção criminosa Comando Vermelho(CV). A polícia apreendeu o material durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A ação aconteceu após um trabalho de inteligência, feito pela especializada. Pelo menos 20 homens investigadores da delegacia participaram da operação. Não houve registro de troca de tiros ou de feridos.
— A fábrica produzia cartuchos novos e também fazia a recarga de cápsulas deflagradas. Já sabemos que o material produzido abastecia a facção criminosa envolvida na maior parte das disputas territoriais — disse o delegado.
Entre o material apreendido, estão mais de mil balas de fuzil, calibre 556, e dezenas de cartuchos de pistola nove milímetros. A polícia também vai investigar se a fábrica era responsável por fazer a manutenção das armas usadas pelo tráfico durante os confrontos com criminosos rivais. Carlos Renato Fernandes Freitas, o Renatinho, suspeito de ser o responsável pela fabricação da munição, foi preso em flagrante. Ele vai ser autuado na Desarme por crime de posse de munição de calibre restrito.
Segundo a polícia, Renatinho já havia sido preso, em outra oportunidade, por fabricar e comercializar armas e munição. Em seguida, o suspeito será encaminhado para uma unidade da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, onde deverá ser submetido a uma audiência de custódia. Na oportunidade, um juiz vai confirmar ou não a validade da prisão. Na ocasião, o juízo poderá manter ou não a prisão, converter o flagrante em prisão preventiva, ou decidir que o suspeito responda pelo crime em liberdade.
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