Shows e concertos
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Por — Rio de Janeiro

Não é um festival, mas também não é uma casa de shows, ao menos não no sentido tradicional. Montada no meio das pistas de corrida do Jockey Club Brasileiro, na Gávea, a Arena Jockey é uma megatenda climatizada com 3.400 metros quadrados e capacidade para até 5.500 pessoas (dependendo do formato, que pode ser de pista, com mesas ou só com cadeiras). No palco temporário, uma programação de dois meses recheada de estrelas nacionais que não deixa a dever a qualquer festival do país.

Tudo começa com o Rei Roberto Carlos e seu desfile de sucessos românticos, neste sábado e domingo, com ingressos quase esgotados, e termina com o DJ francês David Guetta, na noite de ano novo, com o “Réveillon Splendido”. Nesse meio tempo, passam por lá Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Titãs, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, Ney Matogrosso e Maria Bethânia com Tim Bernardes, para citar só alguns. Também estão previstas apresentações de stand-up comedy e espetáculo infantil.

Os preparativos finais da Arena Jockey, poucos dias antes da abertura oficial do espaço — Foto: Leo Martins/Agência O Globo
Os preparativos finais da Arena Jockey, poucos dias antes da abertura oficial do espaço — Foto: Leo Martins/Agência O Globo

O projeto começou a sair do papel em outubro do ano passado, com uma série de shows de Marisa Monte, na turnê “Portas”. Enquanto a tenda era desmontada, o empresário Simon Fuller e sua equipe ficaram com um “gostinho de quero mais”.

— Pensei que o projeto podia ficar mais tempo, deu vontade de repetir. Fazia questão que recomeçasse com o Roberto Carlos. Então, do Jockey mesmo, na época, já fechei com ele — lembra Simon.

O bis é maior e mais caprichado e, além da tenda principal, há uma menor, aberta nas laterais, para rodas de samba com Pretinho da Serrinha e um espaço gastronômico — com quitutes de casas como Posí, Spicy Fish, Pici Trattoria, Oia e Brasa. A vista é privilegiada, para o Cristo e a Pedra da Gávea.

Na próxima semana, Calcanhotto desembarca na Arena com a primeira apresentação carioca de “Errante”, sua nova turnê, que estreou em Portugal e leva um “espírito jazzístico” ao palco.

Adriana Calcanhotto no palco em "Errante" — Foto: Divulgação/Ana Viana
Adriana Calcanhotto no palco em "Errante" — Foto: Divulgação/Ana Viana

— Finalmente vamos para o Rio. É sempre uma celebração cantar nessa cidade, que é o único lugar do mundo em que durmo em casa depois do show — diz Calcanhotto, entre algumas risadas. — Nas passagens de som, não “passamos”, mas tocamos mesmo. Vai ser maravilhoso, estamos na contagem regressiva.

Nos dias seguintes, quem se apresenta é Caetano Veloso, que se junta a Jards Macalé, Áureo de Souza e Tutty Moreno, músicos que participaram do antológico disco “Transa”, de 1971, para repetir o show que fez sucesso (apesar das reclamações por causa do atraso gerado pela chuva) em agosto, na Marina da Glória — desta vez, com participação de Angela Ro Ro, que tocou gaita na faixa “Nostalgia”. Os ingressos já estão praticamente esgotados.

O rock brasileiro também tem vez, com o show de reencontro dos Titãs (já esgotado) e um clima nostálgico também para os fãs de Legião Urbana. Mais de 30 anos depois de uma apresentação histórica para mais de 60 mil pessoas ali mesmo no Jockey, com Renato Russo, Dado e Bonfá voltam ao local — desta vez acompanhados por André Frateschi nos vocais — para a despedida carioca da turnê “As V estações”, em que celebram os discos “As quatro estações” e “V” — que, juntos, têm alguns dos maiores clássicos do grupo, como “Pais e filhos” e “O teatro dos vampiros”, que estão, claro, no setlist.

Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos — Foto: Divulgação/Leo Aversa
Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos — Foto: Divulgação/Leo Aversa

— Aquele foi realmente um show memorável. Cazuza tinha morrido naquela manhã e pensamos em cancelar. Depois, vimos que a melhor forma de homenageá-lo seria fazendo — recorda Dado, que celebra ainda o reencontro com o público. — São duas horas de catarse, com as pessoas cantando tudo, do começo ao fim. É mágico.

Na semana seguinte, o octogenário e jovial Ney Matogrosso chega com a turnê “Bloco na rua”. A apresentação vai ser no formato pista, que o cantor diz adorar pela maior espontaneidade da plateia e pelo contato com novas gerações — inclusive de crianças, que, segundo ele, têm sido levadas pelos pais cada vez mais aos seus shows.

Ney Matogrosso em ensaio exclusivo para o Rio Show, para a capa da edição desta quinta-feira, 2 de novembro, sobre a Arena Jockey — Foto: Leo Martins/Agência O Globo
Ney Matogrosso em ensaio exclusivo para o Rio Show, para a capa da edição desta quinta-feira, 2 de novembro, sobre a Arena Jockey — Foto: Leo Martins/Agência O Globo

— É automático. Quando eu subo no palco, na frente de um público, claro, eu já sou daquela maneira [jovial]. Desde sempre foi assim e não sei ser de outro jeito. Eu pulo, me abaixo, faço um monte de loucuras. Me cuido diariamente, então, a idade, para mim, não tem esse peso todo — afirma Ney, antes de dizer que sempre buscou trabalhar com liberdade de expressão, em todos os sentidos. — Eu não entendia porque aqui no Brasil tinha essa caretice de que homem não podia dançar. Me interessava ser um personagem que cantava e dançava, então nunca me preocupei com o que era proibido, com o que não iam autorizar. Nunca pedi autorização também, né?

Repeteco

Marisa Monte no palco em "Portas" — Foto: Divulgação/Leo Aversa
Marisa Monte no palco em "Portas" — Foto: Divulgação/Leo Aversa

Inspiração para a Arena Jockey, Marisa Monte volta ao palco mais “feliz, alegre e forte” ainda, para fechar as suas “Portas” em terras cariocas.

— Esse tempo na estrada foi uma fase de expansão para compensar a pausa da pandemia. Uma mistura de alegria e alívio de estar viva, ao vivo, interagindo e trocando com a vida através da arte — comenta Marisa.

A artista diz que o setlist passeia por toda a sua carreira e pode mudar de um dia para o outro:

— Tenho um repertório extenso, e procuro promover um rodízio de canções. São muitas músicas que todo mundo conhece.

Todo mundo também conhece os sambas puxados por Pretinho da Serrinha, que comanda rodas semanais, com convidados surpresas, sempre às quintas-feiras — nesta semana, por causa do feriado, a apresentação foi marcada para quarta-feira, na tal tenda aberta. A ideia, segundo ele, é levar os sambas de Madureira e de terreiro à Gávea.

Pretinho da Serrinha — Foto: Divulgação/Leo Aversa
Pretinho da Serrinha — Foto: Divulgação/Leo Aversa

— Não tem roteiro. Sempre vamos começar com “Alguém me avisou”, da Dona Ivone Lara, e depois disso vamos sentindo o que está acontecendo em cada dia — afirma Pretinho, que diz que os convidados nunca serão anunciados previamente, para o protagonista ser o samba. — Já passaram pelas minhas rodas Marisa, Caetano, Seu Jorge... O amigo que estiver lá e for da música, eu vou puxar para o palco.

Confiante no sucesso da empreitada, Simon já programou a Arena para 2024 e 2025 — pelo menos:

— A expectativa, no próximo ano, dentro desse festival de dois meses, é ter o Rei de volta, além de atrações internacionais.

Programação completa

  • Pretinho da Serrinha. 9, 16, 23 e 30/11. 7, 14 e 21/12, às 18h. R$ 90. 18 anos.
  • Roberto Carlos. Sáb dom, às 20h. R$ 480, últimos ingressos. 16 anos.
  • Adriana Calcanhotto. 10/11, às 19h30. De R$ 140 a R$ 260. 16 anos.
  • Caetano Veloso. 11 e 12/11, às 19h30. Há ingressos apenas para camarotes: de R$ 600 a R$ 700. 16 anos.
  • Aniversário 50 anos JB FM. Com Samuel Rosa, Luciana Mello, Anavitória, Roberta Sá, Adriana Calcanhotto, Paulo Ricardo, Paula Toller, Roberto Menescal e Analu, Toni Garrido, Lucas Mamede, Léo Jaime e Luedji Luna. 14/11, às 19h. De R$ 220 a R$ 330. 16 anos.
  • Mundo Bita. 15/11, às 17h. De R$ 100 a R$ 220. Livre.
  • Titãs Encontro. 18, 19 e 20/11. Esgotados. 16 anos.
  • Anavitória e Orquestra Ouro Preto. 26/11, às 19h30. De R$ 200 a R$ 270. 16 anos.
  • Tom Cavalcante. 1/12, às 20h30. De R$ 90 a R$ 200. 16 anos.
  • Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. 2/12, às 19h30. De R$ 160 a R$ 350. 16 anos.
  • Paul Cabannes. 8/12, às 20h30. De R$ 90 a R$ 150. 16 anos.
  • Ney Matogrosso. 9/12, às 19h30. De R$ 320 a R$ 600. 16 anos.
  • Os Paralamas do Sucesso. 10/12, às 19h30. De R$ 240 a R$ 560. 16 anos.
  • Ritchie. 15/12, às 19h30. De R$ 220 a R$ 420. 16 anos.
  • Marisa Monte. 16 e 17/12, às 19h30. De R$ 200 a R$ 500. 16 anos.
  • Maria Bethânia com Tim Bernardes. 22/12. Esgotado. 16 anos.
  • Matheus & Kauan. 30/12. Vendas ainda serão abertas. 16 anos.
  • Réveillon Splendido com David Guetta. 31/12, às 20h. De R$ 1.090 a R$ 1.990. All inclusive. 18 anos.

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