Medicina
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Por — São Paulo

O deputado estadual de São Paulo Eduardo Suplicy revelou ter sido diagnosticado com Parkinson e iniciado tratamento com Cannabis medicinal. Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", o petista de 82 anos afirmou que a doença foi detectada em estágio inicial, com sintomas leves, no fim do ano passado.

Suplicy disse que importou um vidro de Cannabis industrializada em fevereiro, para iniciar o tratamento. Ele toma cinco gotas do remédio no café da manhã, outras cinco à tarde e mais cinco à noite. Também toma o medicamento Prolopa, receitado pelos médicos.

A cannabis medicinal é um termo que se refere aos medicamentos feitos à base de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), duas das cerca de 500 substâncias da planta Cannabis sativa (canabinoides) – mesma utilizada para a produção da droga, ilegal no Brasil.

Porém, embora o THC de fato seja responsável pelo efeito psicoativo, isso ocorre apenas em quantidades superiores às autorizadas pela Anvisa, que estabelece um teor máximo de 0,2%.

A neurologista Luana Oliveira, do núcleo de Cannabis medicinal do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, responsável pelo tratamento do deputado, explica que a cannabis medicinal é utilizada como um tratamento adicional à terapia tradicional para a doença.

— A cannabis medicinal entra como um tratamento de associação para aqueles sintomas não contemplados pelo tratamento tradicional, em especial os não motores, como dor, insônia, ansiedade e depressão.

A interação dos canabinoides com o sistema endocanabinoide humano tem efeito analgésico, ansiolítico e relaxante. Ela explica também que, em alguns pacientes, o THC pode melhorar os tremores caraterísticos da doença. Por isso, em geral, é usado um óleo com uma combinação de THC e CBD, dentro dos limites permitidos pela Anvisa.

O uso é diário e oral, com administração de duas a três vezes ao dia. A posologia é definida pelo médico e varia de acordo com a necessidade de cada paciente.

— Não existe uma receita de bolo. O tratamento é individualizado — ressalta a neurologista.

Isso também significa que o uso de cannabis medicional não será benéfico para todo paciente com Parkinson.

— O primeiro passo é avaliar se o paciente possui alguma contraindicação para o uso da cannabis medicinal. Se não houver e ele apresentar sintomas que podem ser tratados com esses produtos, ele é um candidato. Mas sempre em associação com o tratamento tradicional, que vai fazer com que a parte motora melhore — explica Oliveira.

Evidências científicas

Um estudo feito em 2014, por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, mostrou que o CDB mostrou eficácia para melhorar a qualidade de vida e bem-estar geral em pacientes com Parkinson. Os resultados foram publicados no Journal of Psychopharmacology, da Associação Britânica de Psicofarmacologia.

Em abril, o Programa Institucional de Políticas de Drogas, Direitos Humanos e Saúde Mental da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou uma nota técnica em que aborda as evidências científicas mais robustas sobre os benefícios da cannabis medicinal e defende uma eventual inclusão dos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Parkinson é uma das condições citadas no documento com "pesquisas com maior nível de evidência". De acordo com a nota, os canabinoides são benéficos no tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, “como a doença de Parkinson e distúrbios do sono - mostraram melhora significativa dos sintomas, com o tratamento com canabinoides em relação ao controle com um nível de evidência satisfatório”.

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