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Rio Diala

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Diala
ديالى
Diyala, Gyndes, Gindes
Rio Diala
Represa do Diala
Localização do Diala
Localização do Diala
Localização do Diala
Comprimento 445 km
Foz Tigre
Bacia hidrográfica Hamrim
Área da bacia 32 600 km²
Afluentes
principais
Siruã (esquerda)
Tanjero (direita)
Países  Iraque e Irã Irão

Diala (em árabe: ديالى; romaniz.: Diyālā)[1] é um importante rio do centro-oeste do Iraque, afluente do Tigre. Cobre uma distância total de 445 km.

Características

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A origem do nome Diala é incerta. Na Antiguidade, é registrado pelos gregos como Sila (em grego: Σίλλα) ou Delas (Δέλας), enquanto que pelos romanos como Dialas. Seu curso superior é conhecido como Siruã (Sirwan) ou originalmente Xiruã (Shirwan), como cita Iacute de Hama, e esse nome é recorrente para se referir a boa parte de sua extensão. Ele forma o afluente da margem esquerda do Tigre, navegável apenas com pequenas canoas, e com vazão muito grande na época das cheias (março-maio).[2]

O rio surge no Irã Ocidental, onde os muitos córregos das colinas (geralmente secos no verão e outono) se unem pra formar a bacia de seus afluentes principais: a área ao norte de Quermanxá; a área entre o norte e sul de Sanandaje no Curdistão; a área da fronteira pérsico-iraquiana em torno de Mariuã; a zona mais ocidental da província de Quermanxá, a oeste de Carinde (Kerend-e Gharb), e oposição a Canaquim (Khanaqin) no Iraque, e Qasr-e Shirin no Irã. Os primeiros três afluentes influenciam no rio antes do curso principal cruzar a fronteira e são conhecidos localmente por muitos nomes; fluem em vales habitados desde muito cedo tribos persas e curdas. O quarto afluente forma o rio Aluande (Alwand), ou Hulvã (Hulwan) em homenagem a cidade histórica, e entra a oeste de Caniquim, no Iraque. Fora estes ainda há o rio Tanjero, que flui do vale Xarizur, e mais alguns menos notáveis. Até a Comissão de Fronteira de 1914, o curso médio do Diala marcava a fronteira turco-persa.[2]

Em seu curso médio e baixo, flui em terreno menos ondulante e diminui de velocidade, sendo utilizado para irrigação. Próximo ao ponto onde atravessa as montanhas Hamrim, vários canais grandes irrigam extensos jardins e colheiras de inverno e verão; os mais notáveis são Calis (Khalis), que flui da margem direita e abastece Daltaia, Ruz que flui da margem esquerda e sobre o qual está Balade Ruz, Marute (Mahrut) e Coração (Khurasan). Segundo Longrigg, o atual sistema de irrigação é similar, porém menor e não idêntico, ao sistema que existiu na região entre os séculos IX e XIII antes dos mongóis o arruinarem. Ele afirma que naquele tempo, ou pelo menos por boa parte dele, as águas do Diala abaixo das montanhas Hamrim desaguavam no grande Canal de Naravã e foram canalizadas por ele, com boa parte delas desaguando no Tigre ou próximo a sua foz atual, 16 quilômetros abaixo de Bagdá.[2]

Através das fontes do Diala fluía a antiga rota caravaneira da região do Tigre central à cidade persa de Hamadã via Cerinde e Quermanxá.[3] Desde ao menos o tempo do Império Acádio, as regiões elamitas ao sul do Diala eram ocupadas por semitas que emigraram da Acádia, enquanto ao norte estavam assentados povos hurrita-hititas.[4] No tempo de Gudea de Lagaxe as montanhas de Magda situadas na província de Rimas eram fonte de cobre para seu reino; ambos os locais talvez estavam situados próximo a cordilheira do Zagros junto ao Diala.[5] Durante Ur III, as regiões de Cazalu e Quimas ao sul do Diala foram elevadas a categoria de províncias com um patesi.[6]

Em 744 a.C., o rei assírio Tiglate-Pileser III conduziu campanha contra Namri e regiões adjacentes no vale do Diala, dominando muitos Estados, como Bite-Zati e Bite-Abdadani; Nicur foi feita capital provincial e cativos de outras áreas foram realocados ali. [7] Em 694 a.C., enquanto Senaqueribe estava ocupado com uma campanha no golfo Pérsico, o Elão invadiu a Babilônia pelo norte através do vale do Diala e ocupou Sipar. Em resposta, os babilônios entregaram aos elamitas Assurnadinsumi, o príncipe assírio designado como rei babilônio, e os primeiros levaram-o preso, enquanto os babilônios nomearam Nergalusezibe como novo rei. Como consequência, no mesmo ano Senaqueribe fez uma campanha punitiva contra o Elão.[8]

Durante a Idade Média, Naravã, Bajicera, Bacuba, Dascara e Jalula eram abastecidas pelo Diala e seus canais. Seu curso inferior, por sua vez, era cuidadosamente administrado e abastecia centenas de vilas e uma densa população. A Estrada do Coração que ligava Bagdá, através de Jibal, ao Coração, percorreu sobretudo o curso do rio.[2]

Referências

  1. Editores 1967, p. 1967.
  2. a b c d Longrigg 1991, p. 343.
  3. Langdon 1928a, p. 357.
  4. Langdon 1928b, p. 414-415.
  5. Langdon 1928b, p. 428.
  6. Langdon 1928c, p. 440.
  7. Grayson 1991a, p. 79.
  8. Grayson 1991b, p. 107-108.
  • Editores (1967). Enciclopédia brasileira mérito Vol. 19. São Paulo: Editôra Mérito S. A. 
  • Grayson, A. K. (1991a). «Assyria: Tighath-pileser III to Sargon II (744-705 B.C.)». In: Boardman, John; Edwards, I.E.S.; Sollberger, E.; Walker, C.B.F. The Cambridge Ancient History Vol. III Part 2 - The Assyrian and Babylonian Empires and other States of the Near East, from the Eighth to the Sixth Centuries B.C. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Grayson, A. K. (1991b). «Assyria: Sennacherib and Esarhaddon (704—669 B .C.)». In: Boardman, John; Edwards, I.E.S.; Sollberger, E.; Walker, C.B.F. The Cambridge Ancient History Vol. III Part 2 - The Assyrian and Babylonian Empires and other States of the Near East, from the Eighth to the Sixth Centuries B.C. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Langdon, Stephen H. (1928a). «Chapter X - Early Babylonia and its Cities». Cambridge Ancient History Vol. I: Egypt and Babylonia to 1580 BC. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Langdon, Stephen H. (1928b). «Chapter XI - The Dynasties of Akkad and Lagash». Cambridge Ancient History Vol. I: Egypt and Babylonia to 1580 BC. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Langdon, Stephen H. (1928c). «Chapter XII - The Sumerian Revival - The Empire of Ur». Cambridge Ancient History Vol. I: Egypt and Babylonia to 1580 BC. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Longrigg, S. H. (1991). «Diyala». In: Lewis, B.; Pellat, Ch.; Schacht, J. Encyclopaedia of Islam Vol. 2 C-G. Leida: E. J. Brill