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Textor, dono do Botafogo, é denunciado pela Procuradoria do STJD e pode pegar gancho de 810 dias

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Dono da SAF do Botafogo, John Textor foi denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva por recentes manifestações a respeito de possíveis manipulações de resultados no Campeonato Brasileiro.

A manifestação do órgão aponta cinco violações do empresário norte-americano ao artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, e uma ao 221.

A punição máxima em caso de condenação é de suspensão de 810 dias, além de multa que pode chegar a R$ 500 mil.

Veja abaixo os artigos citados pela Procuradoria do STJD:

  • Art. 243-F. Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto

PENA: multa, de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a noventa dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural.

  • Art. 221. Dar causa, por erro grosseiro ou sentimento pessoal, à instauração de inquérito ou processo na Justiça Desportiva

PENA: suspensão de quinze a trezentos e sessenta dias à pessoa natural ou, tratando-se de entidade de administração ou de prática desportiva, multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

Foi publicado no início de julho o relatório do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com a conclusão do inquérito sobre as denúncias feitas por John Textor a respeito de uma possível manipulação de resultados no Brasileirão.

O auditor Mauro Marcelo de Lima, responsável pelo inquérito de número 121/2024, sugeriu uma pena de suspensão de seis anos além de pagamento de multa de R$ 2 milhões ao empresário estadunidense, o que resultaria a maior punição da história.

De acordo com o relatório, as provas apresentadas por Textor são “imprestáveis”, com os sistemas utilizados pelo empresário no relatório da Good Game “não passam de fantasias tecnológicas”.

"A ideia de que um algoritmo pode garantir justiça absoluta no esporte é, infelizmente, apenas um sonho. A confiança depositada nesses métodos pela “Good Game” é, na melhor das hipóteses, uma ilusão quase bem-intencionada e, na pior, um artifício na tentativa de ludibriar as entidades esportivas", diz o relatório.

"É de se concluir que os sistemas Match-Fix e Ref-Eval da Good Game não funcionam como prometido. As alegações de precisão extrema e a capacidade de detectar manipulações e erros de arbitragem de maneira infalível não resistem a um exame rigoroso", completou.

O STJD ainda concluiu que as ações de Textor configuram atos ilícitos desportivos contra a honra de sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros.

Os clubes citados são Palmeiras, Grêmio, Bahia, Flamengo, Atlético-MG, São Paulo e Fortaleza.

O processo esclarece que o relatório da Good Game entregue pelo dono da SAF do Botafogo tem sete árbitros e nove jogadores acusados, sendo cinco do São Paulo e quatro do Fortaleza.

Os atletas do Leão do Pici estavam em campo na goleada do Palmeiras por 4 a 0 em 2022, no Allianz Parque, quando o Alviverde já tinha o título garantido: Juninho Capixaba (atualmente no Red Bull Bragantino), Tinga, Marcelo Benevenuto (hoje no Coritiba) e Fernando Miguel (hoje no Ceará).

No Tricolor, por sua vez, os jogadores atuaram em outra goleada do Palestra, também no Allianz, só que por 5 a 0 em 2023, quando o Botafogo ainda liderava o torneio. São eles: Diego Costa, Rafinha, Gabriel Neves (atualmente no Independiente), Beraldo (hoje no PSG) e Caio Paulista (agora no Palmeiras).

Além disso, também foram citados pelo relatório da Good Game os árbitros Raphael Claus (duas vezes), Ramon Abatti Abel, Rodrigo José Pereira de Lima (três vezes), Rafael Rodrigo Klein, Rafael Traci, Wagner do Nascimento Magalhães e Sávio Pereira Sampaio.

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