<
>

O 7 a 1 na visão alemã: Müller e Lahm revelam bastidores inéditos de goleada sobre Brasil à ESPN

play
'Brasil perdeu o controle...': Muller e Lahm repassam memórias alemãs do 7 a 1 dez anos depois (6:14)

Série de reportagens especiais relembra o 7 a 1 com entrevistas exclusivas de Muller e Lahm; assista ao primeiro episódio (6:14)

Em uma das salas reservadas como estúdio na Allianz Arena, aguardo Thomas Müller. No final de semana anterior, o Bayern de Munique havia vencido o RB Leipzig por 2 a 1 e, em poucos dias, teria o Freiburg pela frente. Em meio aos compromissos pela Bundesliga, em um momento de pressão sobre o time, ele parou para falar sobre o 7 a 1.

Dez anos depois, a maior derrota na história do futebol brasileiro parece que ainda não terminou. O impacto desse jogo é tão grande que vai muito além do esporte. Afinal, quem nunca ouviu a expressão "todo dia um 7 a 1 diferente" quando nos referimos às mazelas do nosso país?

Müller é uma daquelas pessoas que tornam o ambiente onde está mais descontraído pela simpatia. Entra na sala ao lado de seu assessor pessoal com sorriso no rosto, me cumprimenta e puxa papo sobre a Copa do Mundo de 2014. Comento que estive com a equipe durante todo período no Brasil na cobertura pela ESPN; as boas lembranças dele rapidamente vêm à mente.

Experiente em lidar com a mídia, Müller conhece também alguns processos comuns antes de iniciar uma gravação. Como, por exemplo, bater palma em frente às câmeras para facilitar a sincronização do som na edição. Ele mesmo se encarrega de fazer a claquete: "7 a 1, primeira tomada".

Duas semanas depois, viajei novamente para Munique. Em um bairro tranquilo da cidade, um pouco mais afastado do centro, busco o número 19 na Ehrengutstrasse. Ao entrar no escritório de Philipp Lahm, a memorabilia exposta de sua vitoriosa carreira pelo Bayern e pela Alemanha dá a devida dimensão de seu tamanho.

Lahm prefere falar em alemão. Entende e fala inglês como Thomas Müller, mas se sente mais à vontade para lembrar o 7 a 1, como capitão da Alemanha naquele 8 de julho de 2014, em sua língua materna. Bem mais contido do que o ex-companheiro, o ex-lateral é sereno e direto nas respostas. Aos poucos se soltou mais ao revisitar a partida que marcou para sempre sua vida.

O relato abaixo é a lembrança desses dois personagens da Alemanha na goleada por 7 a 1 contra o Brasil, pelas semifinais da Copa de 2014, no Mineirão, em Belo Horizonte.

As primeiras horas do dia e a estratégia alemã

Müller: Normalmente, partimos da nossa base de treinamentos... Tivemos que viajar, porque na Bahia tínhamos uma bela praia e nada mais lá. Na floresta, na parte selvagem da natureza... Então tivemos que viajar. Estava quente no último treino um dia antes no estádio. Sabíamos que a temperatura estaria alta, e o estádio, lotado de brasileiros, orações e toda aquela energia. Você começa o dia com o conhecimento do grande jogo que está por vir. Quase no mesmo nível, mas eu acho que sentíamos que o Brasil tinha, talvez, um pouco de vantagem. Por jogar em casa, porque eles eram muito fluídos... Mas, por outro lado, quando você é frio, calculista e pensa nos fatos, essas vantagem podem ser também desvantagens. Uma coisa que lembro era que Neymar estava machucado, então talvez os brasileiros estivessem com medo por estarem sem sua superestrela. Como poderiam vencer os alemães? Mas acho que eles tinham muita confiança. Só que essas pessoas, essa pressão, a esperança de cada torcedor brasileiro colocou muita pressão sobre aquele time. Eles não começaram mal, mas o que a pressão fez dá para ver no primeiro tempo. A pressão foi uma das principais razões de estar 5 a 0 no intervalo. Porque depois do primeiro gol que sofreram...

(Seu gol.)

Sim, o meu gol. Foi uma boa sensação. Os jogadores ficaram malucos. Eles queriam atacar, atacar... Eles sentiram aquele momento, estavam 1 a 0 atrás no placar e precisavam empatar o mais rápido possível. Estavam atrás, precisavam fazer tudo que podiam para vencer esse jogo pelo país... Mas nesse tipo de pressão, nesse estilo de jogo, eles perderam o controle. Cometeram erros, nos deram metade do campo. Muitos estavam atacando o tempo todo. Nesse tipo de situação, nós tivemos competência para fazer 5 a 0. Algo bom para nós foram as quartas de final contra a França. Fizemos um jogo muito maduro, um jogo que precisávamos. Manuel Neuer, por exemplo, foi muito bem. Marcamos um gol cedo e defendemos. Tínhamos a sensação de 'ok, somos fortes defendendo'. Também contra a França, eles tinham o Benzema, jogadores muito bons, mas fomos capazes de permanecer com o zero no placar. Sabíamos que os brasileiros queriam controlar o jogo, queriam arriscar, jogar, são muito técnicos, nível mais alto possível, queriam 'jogar bonito' ao invés de apenas um gol de falta ou de cabeça. Tínhamos a sensação que precisaríamos defender bem, mas quando estivéssemos no campo do Brasil, precisávamos fazer o nosso jogo. Tínhamos jogadores maduros. Ao meu lado Philipp Lahm, nas minhas costas Mesut Özil, um jogador muito criativo, Toni Kroos, nunca nervoso, Bastian Schweinsteiger... Tínhamos jogadores acostumados a lidar com pressão. Acho que esse foi um ponto importante para enfrentarmos esse time do Brasil, porque, sendo honestos, se olharmos para as estatísticas do jogo, acho que a única estatística que vencemos foi o número de gols. Os brasileiros conseguiram nos machucar, mas eles forçaram muito. Acho que essa é a análise clínica que faço, quando lembro desse jogo.

Lahm: Expectativa. Um jogo de semifinal contra a equipe da casa é algo muito especial. Estávamos muito animados. Sabíamos que os brasileiros estariam muito emotivos e que nos pressionariam. Sabíamos também que teríamos que atacar a linha ofensiva, passar por ela. Aí teríamos muitas chances contra a defesa brasileira. Nunca é uma boa notícia quando as estrelas do time não jogam, tanto faz o adversário. Você quer se comparar aos melhores, e perder o Neymar, principalmente, foi muito triste para a seleção brasileira. Mas você nunca sabe, isso poderia trazer força ao time, quando as estrelas não jogam, e o time precisa se unir mais.

Caminho até o Mineirão e o discurso do técnico Joachim Löw

Lahm: Para ser honesto, não lembro (caminho até o estádio). Você está tão focado, vai jogar contra o time da casa e você sabe que serão 90, talvez 120 minutos, e que será um jogo difícil. Devo dizer que não lembro. Löw disse primeiro para aproveitarmos o jogo. É especial jogar contra o time da casa e podíamos ir para a final. Então, como eu disse, foco e concentração, mas uma grande chance de ir para a final no Brasil. Quando você está tão concentrado, mesmo no vestiário, você conversa com os companheiros sobre os planos, o que vamos fazer, mas... Você está tão concentrado no jogo, uma semifinal contra o time da casa, contra uma grande nação do futebol, que é algo muito especial. Você está muito concentrado. A maioria dos nossos jogadores já tinha passado por isso com a seleção, jogar em uma semifinal. Em 2010, na África do Sul, nós jogamos uma semifinal. Em 2012, estávamos na semifinal da Euro, era um time experiente.

Müller: Antes do jogo, não. Mas me lembro bem do discurso dele no intervalo. Acho que é famoso, bem conhecido, que nos olhávamos uns para os outros... 5 a 0? No Brasil? Contra essa seleção brasileira? Não podíamos acreditar, mas estávamos cheios de adrenalina. Joachim Löw foi a primeira pessoa a dizer 'rapazes, cuidado'. ‘Tomem cuidado, não façam besteiras, tenham respeito até o final do jogo’. Tínhamos certeza que não perderíamos a vantagem de 5 a 0, mas sua primeira frase foi 'mantenham o respeito pelos torcedores, pelos jogadores e por esse país'.

Alemanha 1 a 0

Müller: Sempre falam muito depois de gols em jogadas de bola parada que foi planejado, mas algumas vezes não são. Só que, nesse caso, foi planejado que eu e Miroslav Klose corrêssemos em direções opostas para, talvez, bloquear quem estivesse seguindo - normalmente é marcação individual. Eu comecei na trave da frente, Miro na trave de trás, e nós trocamos as posições. Durante essa troca, eu fico livre porque, não me lembro... David Luiz? Ele tinha que me marcar, mas não conseguiu me seguir por conta do Miroslav Klose e seu adversário também. Que a bola tenha caído exatamente nesse local, talvez tenha sido sorte ou um bom cruzamento, mas havia o plano de trocar posições para criar caos e talvez uma finalização ou uma cabeçada livre.

Lahm: Não precisei falar muito. O time estava presente no momento certo. Fizemos 1 a 0, nos sentíamos confiantes e, na mesma hora, percebemos que a confiança dos brasileiros sumiu. Eles cometeram pequenos erros, dos quais nós aproveitamos.

Quatro gols entre 23 e 29 minutos

Lahm: Não acho que dá para descrever. Nunca vivi algo parecido na minha carreira. Foram seis minutos durante os quais os brasileiros erraram muito e nós aproveitamos cada possibilidade. Por isso, eu diria que nunca vivi algo parecido na minha carreira. Mesmo se você consegue deixar o primeiro gol para lá, mas depois toma o segundo gol, percebemos como os jogadores sentiram essa pressão. Essa situação talvez os tenha sobrecarregado, principalmente naqueles seis minutos.

Müller: A seleção brasileira colapsou. Quando eles sofrem o segundo gol, como tentei descrever, eles tentaram demais. Todo mundo queria ajudar a marcar um gol, então você perde seu equilíbrio. Nesse jogo, fomos muito decisivos, marcamos em cada ataque. Como você comentou, entre 23 e 29 minutos, quatro gols... Normalmente, você não é tão eficiente, mesmo se tiver as chances. Acho que no primeiro tempo, ou durante esse período maluco, não conversamos muito. Apenas fizemos. Tivemos uma boa vibração, boas combinações, estávamos em grande forma e não tivemos muito tempo para pensar no que estava acontecendo. A conversa foi no intervalo. Aí tivemos tempo para 'nossa, não acredito'. Nesse tempo, estávamos apenas no modo guerreiro automático. Joachim Löw nos colocou antes do jogo em um estado mental no qual precisávamos estar prontos para qualquer coisa, por causa das forças do Brasil. Então, nesse primeiro tempo, estávamos apenas no nosso programa para estar prontos, fazer as coisas certas com máxima intensidade e apenas aconteceu.

Alemanha tirou o pé no segundo tempo?

Müller: Não, não. Quando você olha para os primeiros dez, 15 minutos do segundo tempo, acho que o Brasil teve duas ou três boas chances. Imagine se você marca na primeira chance, marca na segunda e marca na terceira. Então, não era o nosso plano recuar. Nosso plano era fazer coisas respeitosas em campo e não desrespeitosas. Trouxemos nova energia, André Schürrle marcou mais dois gols, então nosso plano era vencer e fazer um bom jogo também no segundo tempo, mas não é normal marcar cinco vezes no primeiro tempo. Essa foi a diferença.

Lahm: Não. Tínhamos um exemplo negativo, o jogo contra a Suécia alguns meses antes pelas eliminatórias. Estávamos vencendo por 4 a 0 no intervalo, mas no final terminou 4 a 4. Muitos jogadores tinham isso na memória, por isso a nossa estratégia era continuar concentrados e ir assim para o segundo tempo. No futebol, tudo pode mudar muito rápido, por isso queríamos nos manter concentrados no segundo tempo para não levar nenhum gol. Se o Brasil fizesse um gol, e talvez um segundo, o jogo poderia ficar apertado. Não imagine que era somente eu falando. Eu fui de jogador em jogador, especialmente com os principais. Você conversa, existe uma troca de ideias para continuarmos focados e concentrados, mas muitas vezes você faz isso também em pequenos grupos.

Tristeza brasileira nas arquibancadas

Lahm: Já foi possível notar isso (a tristeza dos torcedores) no primeiro tempo, quando fizemos os quatro gols, um atrás do outro. Deu para notar como todos no estádio ficaram tristes. Você pode falar o que quiser no vestiário durante o intervalo, mas você sabe que está ganhando por 5 a 0. Isso também influencia sua equipe. Achei nosso segundo tempo pior. Ainda estávamos em um bom nível, mas o Brasil teve algumas chances de gol. Eles poderiam ter marcado, mas eu acho que o Brasil reconheceu que continuamos jogando. Nós continuamos jogando de uma forma séria, foi como eu senti isso. Depois, os torcedores brasileiros aprovaram porque continuamos jogando de forma séria.

Müller: Acho que conseguimos (sentir a tristeza), mas não me lembro. Depois do jogo tive tempo para pensar sobre o que aconteceu, e eu tinha na minha mente que teríamos que cruzar o país para voltar ao nosso hotel. Como os brasileiros reagiriam? Estariam bravos ou agressivos conosco? Não sei, eu não sabia como seriam as reações após uma derrota como essa. No final, acho que porque a derrota foi tão evidente e tão massiva, as pessoas tiveram muito respeito por nós. O ambiente no estádio foi bom.

O apito final

Lahm: Para mim, aquilo era algo incompreensível. Um 7 a 1 na semifinal, contra o país-sede... Precisava entender isso primeiro. Precisava primeiro entender como isso tinha acontecido, mas logo depois começamos a pensar na final. O Joachim Löw também ficou surpreso com o ocorrido. Quando duas nações se enfrentam no futebol, na semifinal ou em jogos eliminatórios, você sempre parte da ideia de que o jogo será apertado. Não é um jogo que se decide em 80 minutos. Você pensa em 90 minutos, 120, que será um jogo apertado. Ele também, mas se manteve muito calmo. Acho que logo começou a pensar na final.

Müller: Nós estávamos comemorando, mas talvez tenha sido mais tranquilo do que você imagina. A maior festa no nosso centro de treinamentos foi após a vitória contra Portugal, no primeiro jogo, porque a pressão era muito grande sobre nós e ficamos aliviados. Porém, sabíamos que não estava acabado, afinal, quando você alcança a final é legal, mas quando você perde é nada. Então acho que estávamos felizes, mas também confusos com esse jogo maluco e focados já na próxima partida. Foi uma mistura de felicidade e mais tranquilidade do que você imagina.

Conversa com jogadores brasileiros

Müller: Durante o jogo, você joga. Quando o árbitro apita o início, tudo na sua mente vai embora e você apenas joga futebol. O futebol é um esporte tão reativo, você não tem tempo para pensar na sua família, no seu handicap no golfe ou em qualquer outra coisa. Sentimos pelos nossos oponentes brasileiros, mas companheiros no Bayern. Dante, especialmente, e Luiz Gustavo estavam no clube. O David Luiz era conhecido de outro jogador pelo período na Inglaterra... É difícil para eles. Eles não tinham somente o próprio sonho para defender, mas também o sonho de todo país. Não posso imaginar como estava a pressão sobre eles e como você se sente quando perde assim. Acho que tentamos achar as palavras certas, o comportamento certo com os jogadores, e estava claro que o estádio estava chorando.

Lahm: Durante (o jogo) não; mas sim, depois do jogo, eu falei com o Dante e o Luiz Gustavo. Sabemos como são os brasileiros, eles tinham sido meus colegas no Bayern Munique. Não é certo você sentir pena de alguém no futebol, mas doeu um pouco os ver. São colegas com os quais vencemos o tricampeonato com o Bayern, então foi uma sensação estranha para ser honesto. Depois tentamos animá-los, o que não era possível.

Retorno para a Bahia, base da Alemanha no Brasil

Lahm: Mesmo quando festejamos no estádio, no fim do jogo, não exageramos, e acho que o público também percebeu isso. Não podemos esquecer que a final foi contra a Argentina, acho que isso também influenciou. (No retorno à Bahia) Só sei que disseram que devíamos vencer a final. Acho que eles apoiaram muito a seleção alemã, apoiaram muito a nós, jogadores. Por isso acho que foi também um pedido para ganharmos o título, já que nos venceram. ‘Vocês têm que vencer a final’.

Müller: Nós tínhamos que usar a balsa para cruzar o rio, para chegar na nossa base, e não sabíamos se as pessoas iam nos ajudar ou não a atravessar. 'Não, vocês alemães, filhos da p..., não vamos levar vocês lá' (risos).

'Todo dia um 7 a 1 diferente'

Müller: Somos apenas jogadores de futebol, mas influenciamos um país inteiro com uma nova expressão. Peço desculpas por isso, mas no final também tenho orgulho em ter feito parte disso. Não era nosso objetivo, nosso objetivo era apenas ir para a final. Foi um jogo histórico com certeza. A dimensão para a Alemanha foi grande, mas posso imaginar como no Brasil foi ainda maior.

Lahm: Demonstra o quanto o futebol é importante, não só no Brasil, mas também na Alemanha. São nações futebolísticas, as pessoas amam futebol, principalmente no Brasil. Mostra a importância do futebol no Brasil.

A melhor lembrança do 7 a 1

Lahm: Os seis minutos. Os seis minutos quando fizemos quatro gols. Aquela sensação é algo... Não dá para descrever, é inacreditável. É algo que não vou esquecer na minha vida.

Müller: A melhor lembrança é o jogo por um lado, mas a reação das pessoas, a forma como elas reagiram. Fiquei feliz por reconhecer pessoas fanáticas por futebol e que respeitam o adversário. Aquilo foi muito bonito de se ver e sentir nesse dia. E fiquei feliz também quando o jogo acabou, porque no segundo tempo o David Luiz estava me caçando em campo. Ele estava muito nervoso e tentou me seguir por todo campo. Não lembro se disse algo a ele talvez, porque não estava feliz. Foram pelo menos os últimos 30 minutos dele esperando aquela ação em que eu recebesse a bola, e ele me mataria (risos).

Maior jogo da história da Alemanha?

Lahm: É sempre difícil comparar. Pensando no resultado, em uma semifinal, no Brasil, contra o Brasil, acho que isso nunca existiu e não vai se repetir.

Müller: Acho que foi a noite mais mágica de futebol que já tivemos. Não era um jogo para o título, era a semifinal, mas é também normal que as semifinais sejam mais agitadas do que as finais, quando ambos os times estão se segurando, defendendo, com medo de perder. Já na semifinal, você tenta vencer um pouco mais. Mas nesse tipo de circunstância, contra o Brasil, com essa cultura de futebol, no Brasil, em sua casa, acho que não é possível mensurar a dimensão. Não se pode mais do que isso, então acho que foi para nós também. Um dos grandes jogos, talvez o maior na nossa história como Alemanha, além de partidas valendo o título. Para todos foi algo mágico, e mágica não se discute, apenas acontece. Talvez isso descreva esse dia pela perspectiva alemã. Para os brasileiros, não foi mágico, foi horrível, mas vocês têm uma chance na próxima Copa do Mundo.