Luiza
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Por Por Luiza Brasil (@mequetrfismos); Colagem Domitila de Paulo


Aproveitando a “curva não achatada” de lives, tive um bate-papo com a empresária Monique Evelle (@moniqueevelle) sobre empreendedorismo e humanidade. Entre trocas referentes ao mercado de trabalho, visões para o futuro em torno da inclusão e como somos percebidas enquanto mulheres pretas em todos os nossos movimentos profissionais, saí da conversa acolhida, aliviada e com a sensação de que não estou só.

A necessária ressaca do mar revolto do movimento Black Lives Matter, que no Brasil ganha a tradução de Vidas Negras Importam, bate em pessoas como nós diariamente. É preciso que sejamos rochas, duras e rígidas, para não nos sabotarmos, não cairmos em gatilhos culposos e seguirmos nossa trajetória rumo ao sucesso, ao conforto e à estabilidade financeira. Paradoxalmente, em meio a esta “petrificação”, temos que ter flexibilidade, alcance e resistência de um bambu por causa dos inúmeros jogos de cintura que precisamos para chegar em novos espaços.

“Transforme espaços de liderança para que sejam, de fato, inclusivos” (Foto: Arte Domitila de Paulo) — Foto: Glamour
“Transforme espaços de liderança para que sejam, de fato, inclusivos” (Foto: Arte Domitila de Paulo) — Foto: Glamour

Contudo, diferente de outras vezes, o debate de pautas raciais tomou proporções exponenciais com a infeliz coincidência de agenda dos assassinatos de George Floyd nos Estados Unidos, João Pedro no Brasil e, ainda, do caso do menino Miguel Otávio, de 5 anos, que teve sua vida ceifada devido a uma estrutura racista que resulta no descaso com corpos pretos. Para a nossa surpresa, mais do que ver a comunidade preta global entoando gritos de mudança, pessoas não negras se dispuseram a estar na linha de frente, reforçando a importância do antirracismo – palavra nova no vocabulário de muitos.

“O que é o antirracismo, Luiza?” A primeira vez em que me aproximei do termo foi a partir da minha imersão em leituras, falas e declarações da filósofa e professora Angela Davis.

Prefiro começar pelo que NÃO é. Ser antirracista NÃO é apenas se apropriar de uma tela preta no feed das redes sociais. NÃO é sobrecarregar o amiguinho negro com mil perguntas, tendo uma fonte de pesquisas imensa na internet ou fora dela. NÃO é defender “todas as vidas importam” como eixo central do discurso. Seria o mundo ideal, mas, no fim do dia, sabemos muito bem quem chora a morte de seus filhos, brutalmente exterminados por um movimento genocida que tem na mira cor e CEP.

Ser antirracista é movimento, combate e ação. Não é só opinião ou esperar que as coisas aconteçam passivamente, pois sabemos que sem atitude nada muda. É responsabilidade minha, mas, principalmente, de quem gozou tanto tempo dos privilégios de uma sociedade que dá gratuitamente mais acesso a corpos não racializados.

E por onde começar? Perguntando o sonho do outro! Provavelmente, pode ser bem parecido com o seu. Mas já experimentou entender como o percurso de algumas pessoas pode ser mais difícil por causa do tom de pele? E, indo além, como funciona a distribuição da renda no nosso País? Afinal, como sabemos, estruturar projetos e empresas custa caro. Como fazer isso sem recursos e investimento?

Repense as contratações da sua empresa, transforme os espaços de liderança para que sejam inclusivos, questione a ausência negra em ambientes decisivos ou de destaque, sejam eles quais forem. Se, há poucos anos, pautar a representatividade racial era travar uma disputa identitária e imagética muito pouco proporcional a uma sociedade composta por 55,8% de não-brancos (dados dos IBGE), o empoderamento financeiro faz-se essencial para questionarmos aonde chegamos (e quem chega) quando falamos de dinheiro e poder.

Não podemos mais encarar como tabu a monetização de pessoas pretas. Avançar em qualquer política de inclusão e não tratarmos do assunto é desvalidar a equidade, que tanto omitimos – e deu no que deu. Daqui, eu e muitos dos meus, seguimos na constante ação de mostrar desde que nascemos que um mundo mais igualitário e justo é melhor para todos. E por aí, o que você tem feito para virar este jogo?

@mequetrefismos Luiza Brasil é jornalista, fashionista, crespa assumida e ativista racial. Aqui, na coluna Caixa Preta, compartilhará insights sobre moda, comportamento y otras cositas más... (Foto: Arquivo Pessoal) — Foto: Glamour
@mequetrefismos Luiza Brasil é jornalista, fashionista, crespa assumida e ativista racial. Aqui, na coluna Caixa Preta, compartilhará insights sobre moda, comportamento y otras cositas más... (Foto: Arquivo Pessoal) — Foto: Glamour
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