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Por Emiliano Urbim


'A Infância do Brasil', de José Aguiar Divulgação — Foto:
'A Infância do Brasil', de José Aguiar Divulgação — Foto:

Se é verdade que o país não é para amadores, também não se trata de um lugar fácil para nossas crianças. Este é o mote da história em quadrinhos “A infância do Brasil”, de José Aguiar, que traça paralelos entre várias épocas a partir de momentos pontuais na vida de crianças. Indo da colonização até o presente, a HQ “instiga a uma reflexão sobre o que foi superado e o que insiste em permanecer errado em nossa sociedade”, diz o quadrinista, colaborador diário deste Segundo Caderno com a tirinha “Nada com alguma coisa” (ver página 3).

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Obra finalista do Prêmio Jabuti e vencedora dos prêmios LeBlanc, Minuano e HQMix, o título de 2017 ganha agora pela Nemo uma nova edição ampliada com prefácio da historiadora Mary Del Priore e um rico conteúdo extra. Além de acrescentar contexto histórico ao gibi, estas páginas mostram um pouco da extensa pesquisa e do processo criativo de Aguiar — que, como se vê na imagem ao lado, combina um traço preciso com a variedade de tons em seus painéis.

Temas mais urgentes

Os relatos se estendem por toda a História do Brasil, desde os anos 1600, quando a posse dos menores indígenas era disputada entre colonizadores e jesuítas, passando pela época da escravidão, em que as crianças negras eram objetos pessoais dos donos de seus pais, até o século XX, quando descendentes dessas populações se tornam meninos de rua.

'A Infância do Brasil', de José Aguiar Divulgação — Foto:
'A Infância do Brasil', de José Aguiar Divulgação — Foto:

Aguiar avalia que os problemas abordados na HQ só se aprofundaram desde seu lançamento original:

— É triste afirmar, mas nos últimos anos regredimos em relação às políticas e ações referentes a saúde, educação e cultura — diz o curitibano, que desde 2019 vive entre Brasil e Alemanha, onde dá oficinas de quadrinhos para a comunidade falante de língua portuguesa. — Meu livro volta num momento em que pode contribuir na sensibilização e discussão desses temas cada vez mais urgentes.

Ele conta que a intenção de “A infância do Brasil” sempre foi a de expandir a discussão social para além do quadrinho em si:

— Pode inclusive ser utilizado em aula. Acho que os quadrinhos, além do valor artístico, têm potencial educativo enorme.

Projeto audiovisual

Entre os trabalhos atuais do quadrinista estão dois desdobramentos de “A infância do Brasil”. Além de pesquisar novas histórias para uma continuação, ele está desenvolvendo um projeto de série de TV baseada em sua HQ para apresentar a produtoras e plataformas de streaming.

Aguiar também está finalizando “Debaixo d’água”, parceria com sua mulher, Fernanda Baukat, que chega no segundo semestre. A partir das vivências do casal, a HQ mostra questões sobre gestação e parto humanizado. Depois, o plano é voltar a desenhar a personagem adolescente Malu (www.maluca.com.br). E, claro, manter “Nada com coisa alguma” diariamente no GLOBO:

— Considero a tira algo surreal, já que não tem personagem fixo e a cada dia posso mudar a forma, o tema e o traço. É meu parquinho para explorar os limites da linguagem e do pouco espaço. Espero que leitoras e leitores estejam se divertindo comigo.

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