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Por Telio Navega


Hulk, que nasceu cinza e se tornou verde  por problemas gráficos, é homenageada em quadrinho que celebra os 61 anos do personagem criado por Stan Lee e Jack Kirby — Foto: Divulgação
Hulk, que nasceu cinza e se tornou verde por problemas gráficos, é homenageada em quadrinho que celebra os 61 anos do personagem criado por Stan Lee e Jack Kirby — Foto: Divulgação

Todo mundo conhece Bruce Banner, o cientista que, por acidente, recebeu uma dose excessiva de radiação gama e passou a se transformar em uma figura monstruosa quando se enfurece, o Hulk. O clássico personagem da Marvel, inspirado na criatura de Frankenstein e no alter ego do doutor Jekyll — ambos egressos da literatura, respectivamente de Mary Shelley e Robert Louis Stevenson —, surgiu em maio de 1962 na cor cinza, mas, por dificuldades de impressão, acabou se tornando verde. E hoje, 61 anos depois de ser criado por Stan Lee e Jack Kirby, o gigante esmeralda é tão pop que ganhou até “biografia”.

A editora Panini acaba de lançar no Brasil o álbum gigante (23,4cm x 33cm) “Hulk Grand Design”, em que seu autor, o americano Jim Rugg, reúne a cronologia do monstro em duas HQs (a versão brasileira compila ambas no encadernado), totalizando 120 páginas que resumem centenas de gibis — alguns bem resumidamente, claro. O resultado é um trabalho que excede os quadrinhos, transformando-se em um admirável trabalho de design em que Rugg emula o estilo de artistas que desenharam Hulk ao longo dos anos.

Designer, quadrinista e professor de narrativa visual na School of Visual Arts, em Nova York, Rugg conta que se tornou fã do Hulk na infância, graças ao programa de TV (que, aliás, é homenageado na capa do álbum, ao lado), ao desenho animado e, claro, aos brinquedos:

— Como muitas crianças, eu adorava monstros e o Hulk era um monstro incrível! Quando fiquei mais velho, os quadrinhos do Hulk foram os primeiros que eu li. Eu o vi cinza, como Sr. Tira-Teima, de terno, lutando contra o Homem-Aranha, e eu precisava saber mais! Eu o tenho lido desde então.

Jim Rugg — Foto: Divulgação
Jim Rugg — Foto: Divulgação

Rugg leu e releu muito quadrinho do Hulk para resumir o período que escolheu do personagem: seus primeiros 36 anos, o que equivalem a 466 gibis. Especificamente até a morte do grande amor de Banner, Betty Ross, que voltaria depois, claro, pois nem tudo é definitivo nos quadrinhos de super-heróis.

— A pesquisa foi estranha e divertida. Li a edição de estreia do Incrível Hulk algumas vezes, e a primeira década foi bizarra — diz Rugg, de 46 anos. — Esses quadrinhos eram voltados para o público jovem e não foram criados para serem lidos de uma só vez como muitos quadrinhos são hoje. Então eu lia uns 20 deles por noite e depois ia dormir muito confuso.

Ainda que o trabalho de pesquisa quase que arqueológico pareça ter sido árduo, Rugg revela que ler praticamente quatro décadas da série de um mesmo personagem foi fascinante:

— Ver o personagem se desenvolver com tantos grandes criadores fazendo sua interpretação foi divertido, e a própria história em quadrinhos evoluiu de algo simples voltado para crianças para algo mais complexo voltado para leitores mais velhos e sofisticados. As mudanças de estilo, impressão e coloração foram divertidas de se ver. Eu recomendo que as pessoas leiam toda a produção de seu personagem favorito. É uma montanha-russa e tanto.

O álbum do Hulk não foi o primeiro da série Grand Design, que antes abordou o Quarteto Fantástico no traço de Tom Scioli e estreou com os X-Men por Ed Piskor, o criador da série e amigo de Rugg. Há cinco anos, os dois mantêm um canal no You Tube, o Cartoonist Kayfabe, em que entrevistam colegas de profissão e desenvolvem críticas de quadrinhos. Ele conta que se conheceram em Pittisburgh, onde vivem até hoje.

— Começamos a fazer quadrinhos na mesma época e nos conhecemos por meio de uma loja de quadrinhos local, Phantom of the Attic, em Oakland —lembra Rugg. — Ficamos próximos desde então e viajamos juntos para muitas convenções de quadrinhos. Essas viagens podem envolver sentar em aeroportos ou fazer longas viagens de carro em que conversamos sobre quadrinhos, fazemos quadrinhos etc. Costumávamos brincar que as conversas dariam um podcast.

Imagem da graphic novel 'Grand design' — Foto: Divulgação
Imagem da graphic novel 'Grand design' — Foto: Divulgação

O papo rendeu e, hoje, o canal tem 1.500 vídeos gravados e pouco mais de 80 mil inscritos. Tudo começou na Baltimore Comicon de 2018, segundo Rugg.

— Ed sugeriu que olhássemos as revistas antigas da Wizard e as usássemos para falar sobre os quadrinhos da época — conta o autor.— Nós dois crescemos lendo quadrinhos nos anos 1990, então foi aí que começamos com o canal do YouTube. Desde então, cresceu para incluir vídeos de processo, entrevistas com outros cartunistas, eventos ao vivo e muita arte e amor em quadrinhos. Fico constantemente surpreso ao aprender sobre novos quadrinhos e artistas, e adoro compartilhar isso com outras pessoas.

Rugg, que ganhou um Prêmio Eisner pelo design do álbum “Little Nemo: dream another dream”, inédito no Brasil, diz que sua formação como designer o ajuda bastante na produção de quadrinhos, pois aprendeu na faculdade sobre cores, tinta, impressão, papel etc.

— Uso tudo isso em todos os quadrinhos que crio. — explica ele. —O design gráfico é a única outra forma de arte além dos quadrinhos que se concentra em palavras mais imagens. Então essa é uma grande parte de como penso e faço quadrinhos.

Jim Rugg evidentemente diz que gostou de todas as entrevistas que realizou em seu canal ao lado de Ed Piskor, mas ainda assim selecionou alguns nomes que passaram por lá.

Melhores papos no Cartoonist Kayfabe

“Geof Darrow (autor de ‘The Shaolin Cowboy’) se tornou um amigo, e, quando vi seu trabalho pela primeira vez, religou meu cérebro. Falar sobre quadrinhos com ele foi uma revelação”.

“Dave Gibbons (parceiro de Alan Moore em ‘Watchmen’ e de Frank Miller na série ‘Martha Washington’) leu a última edição de ‘Watchmen’ conosco, página por página”.

“Kevin Eastman e Peter Laird (criadores das Tartarugas Ninja) apareceram no Cartoonist Kayfabe e fomos juntos até as Tartarugas Ninja originais!”

“Sergio Aragonés (quadrinista da ‘Mad’ e um dos criadores de Groo, com Mark Evanier) é um dos cartunistas mais incríveis de todos os tempos e um ser humano lindo. Bater um papo com ele foi uma das grandes conversas sobre quadrinhos de minha vida”.

“Dan Clowes (autor de ‘Ghost World’) é um cartunista cujo trabalho admiro há muito tempo, então isso foi especial”.

“E ainda quero conversar com Jamie Hewlett, Frank Miller, Chris Ware, Dean Mullaney...”, conclui.

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