Cultura
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Por Louise Queiroga — Rio de Janeiro

Paulo Coelho participou da terceira edição da Conferência Interdisciplinar Global de fãs do BTS, chamados armys, com proposta de reunir acadêmicos que adotam o grupo sul-coreano como objeto de pesquisa em suas respectivas áreas. O escritor é um conhecido admirador do septeto e recebeu uma equipe responsável pela conferência em sua casa, em Genebra, na Suíça. O encontro foi gravado em vídeo e divulgado durante o evento, em Seul, na Coreia do Sul, entre quinta-feira e sábado. Outro destaque se deu à participação da fã-base brasileira Army Help The Planet, criada em agosto de 2019 e atuante em causas socioambientais.

— Não foi fácil organizar e hospedar muitos acadêmicos e ativistas do ARMY de todo o mundo, mas os armys compartilharam inspirações entre si para futuras colaborações. Estou feliz em fornecer um tipo de plataforma onde acadêmicos do ARMY, ativistas do ARMY, [o próprio fandom] ARMY e público em geral podem se encontrar e ampliar suas perspectivas e pensamentos para um mundo melhor — disse ao GLOBO Jiyoung Lee, autora do livro "BTS: Art Revolution" e professora do Centro de Pesquisa de Semiose da Universidade de Estudos Estrangeiros de Hankuk.

Lee considerou a iniciativa, desta vez realizada presencialmente, "um sucesso". A edição do ano anterior, mediada na Califórnia, nos EUA, ocorreu online. Já a primeira conferência foi em Londres, no Reino Unido, em 2020.

— Quase toda a mídia na Coreia cobriu a 3ª Conferência Interdisciplinar Global do BTS em Seul. Em particular, escreveram sobre a entrevista com Paulo Coelho — destacou Lee, admitindo que ela própria ficou emocionada. — Todos os participantes ficaram impressionados com suas palavras. A reação foi esmagadoramente maravilhosa.

Um vídeo da entrevista com Paulo Coelho foi publicado no canal do evento, BTS: The Third Global Conference in Seoul. Enquanto fala sobre como conheceu o grupo, o escritor diz que ficou impressionado com ataques aos artistas nas redes sociais, o que lhe fez recordar da própria trajetória quando também foi alvo de comentários negativos.

— Eu gostaria de fazer uma observação: o que me interessou pelo BTS? Eu escutei uma vez o BTS e adorei, adorei, adorei. E aí eu comecei a ver que eles são muito atacados. E eu disse, mas por quê? Por que o BTS é tão atacado? Aí fui ver outro show, um terceiro, quarto, quinto, e vi que os armys defendiam [o grupo]. Mas achava aquilo uma injustiça. Porque em um momento da minha vida também fui muito atacado. Quando você faz sucesso, é pedir o ataque, mas você não vai deixar de fazer as coisas que você gosta — disse Coelho. — Eu tenho a maior admiração pelo BTS.

O escritor contou que passou a apoiar o BTS da melhor forma como podia. Com isso, a partir do momento que observou os ataques online, decidiu se posicionar.

— Aí claro que eu também fui atacado, óbvio. Entende? Mas, e daí? — completou. — Me achei na obrigação de me posicionar a respeito deles.

De acordo com a organização da conferência, foram recebidas mais de 200 propostas de várias partes do mundo para serem apresentadas na Universidade de Estudos Estrangeiros de Hankuk.

A professora Lee chamou atenção para a sessão Focus, que contou com armys ativistas que atuam na causa de pessoas com deficiência, violência contra a mulher, questões ambientais e campanha de incentivo ao voto da geração mais jovem, além da já mencionada entrevista de Paulo Coelho.

— Todas as conversas ressoaram e se relacionaram, então a entrevista com Coelho foi tão intensamente emocionante. O ARMY Help The Planet apresentou seus projetos e seu impacto. Também foi maravilhoso — acrescentou Lee. — Espero que esta oportunidade seja o primeiro pequeno passo para a futura solidariedade e nova colaboração entre armys do mundo todo para um mundo melhor.

Advogada brasileira representa o Army Help The Planet na conferência

A advogada Mariana Faciroli foi a pessoa responsável na conferência em Seul por representar o Army Help The Planet — projeto de fãs brasileiros do BTS que ficou conhecido por promover campanhas socioambientais, como preservação da floresta Amazônica, combate de incêndios no Pantanal e estímulo de doação de oxigênio para hospitais em Manaus durante situação crítica da Covid-19. Mais recentemente, chamou atenção a mobilização para incentivar adolescentes de 16 e 17 anos a tirarem seus títulos de eleitor e participarem das Eleições 2022.

Mestre em Direito e Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, a pesquisa de Faciroli é sobre o Desenvolvimento Sustentável, com enfoque na Agenda 2030 e na Promoção do Trabalho Decente. Antes da realização do evento, ela disse que seu objetivo era abordar "as contribuições das ações dos membros do grupo BTS e do ARMY no alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, apresentando o AHTP como um estudo de caso no Brasil".

— Ter a oportunidade de estar ao redor de ARMYs que estão unindo seu amor pela ciência e pesquisa com o amor pelo grupo é algo tão incrível que é difícil expressar em palavras. A sinergia e comunhão do ARMY reunido é realmente mágica, um sentimento que só quem teve a oportunidade de experienciar consegue verdadeiramente entender — afirmou Faciroli.

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