Senado expõe primeira obra de arte restaurada após ataques terroristas de 8 de janeiro

• Entenda: Fundação Palmares deverá indenizar professor por citação em relatório que defendia banimento de livros
• Primeira mulher no cargo: Maria Marighella, nova presidente da Funarte: 'O direito à cultura está na Constituição'

Data de 1967, a tela foi encontrada no chão, separada da moldura, após os atos golpistas promovidos por bolsonaristas radicais nas instalações do Congresso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto. Fragmentos de vidros e estilhaços provocaram arranhões e perda de policromia, de acordo com informações divulgadas pela Agência Senado. A obra estava encharcada e empenada.

A recuperação da obra foi realizada no laboratório de restauração do Senado. De acordo com o especialista Nonato Nascimento, responsável pelo trabalho, uma série de procedimentos foi adotada para devolver o quadro ao estado original. Ele utilizou uma mistura de água e álcool para remover fungos e fragmentos do quadro. Em seguida, eliminou esporos, retirou a umidade e planificou a tela por meio do uso de uma prensa.

• Entrevista: Ary Fontoura chega aos 90 anos de bem com a vida: 'Tenho que acreditar que o futuro vem'

— Como ficou muito encharcada, no dia seguinte já tinha muito fungo — explica o profissional. — A gente cuida de todas as obras da Casa com muito carinho. Quando percebi o estado em que ela estava, foi chocante. É de arrepiar. Mas, quando terminei o trabalho de restauração, foi uma alegria no laboratório. Ela ficou linda de novo, está perfeita!

De acordo com Maria Cristina Monteiro, coordenadora do Museu do Senado, ainda não é possível definir quando acontecerão a restauração e a entrega de todas as obras danificadas. O processo é longo e custoso, como ela ressaltou em entrevista ao GLOBO. O valor total dos reparos pode chegar a R$ 1 milhão.