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Por , Em The New York Times

RESUMO

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GERADO EM: 11/07/2024 - 08:38

Liderança de Brooke Shields no sindicato de atores

Brooke Shields assume a presidência do sindicato dos atores de teatro nos EUA, buscando retribuir o apoio da comunidade teatral e lutar por melhores condições de trabalho. A atriz reflete sobre seu novo papel como líder sindical e seu compromisso em fazer a diferença.

Brooke Shields tem um novo escritório de trabalho. Está vazio por enquanto. Ainda não decidiu como quer mobiliá-lo, ou mesmo com que frequência estará lá, mas é um sinal de sua nova e inesperada posição como presidente da Actors' Equity Association, o sindicato que representa atores de teatro e diretores de palco nos Estados Unidos.

A candidatura de Shields foi uma surpresa até mesmo para ela. Mas quando Kate Shindle, que liderou o sindicato durante nove anos, anunciou em abril que estava deixando o cargo, o diretor musical de Shields sugeriu que ela considerasse a vacância, e rapidamente a atriz se apresentou como candidata. Em maio, ganhou a votação feita com os membros, derrotando dois ativistas trabalhistas mais experientes. Ela já chefiou sua primeira reunião do conselho sindical e se deu conta de que tem muito a aprender, a começar pela linguagem usada nas reuniões.

Shields, claro, é uma daquelas pessoas famosas há tanto tempo, e de tantas maneiras, que nem ela mesma consegue se lembrar de uma época diferente. Foi modelo infantil, estrela de cinema quando era ainda pré-adolescente, objeto sexual e ícone da beleza, tudo isso antes de frequentar a faculdade (Princeton, evidentemente). Nos anos seguintes, atuou na tela e no palco, escreveu livros, falou bastante, especialmente sobre depressão, e se tornou um símbolo e um tema para o debate que não para de crescer sobre como mulheres e meninas foram sexualizadas pela indústria do entretenimento e da moda.

Interpretou cinco papéis na Broadway, todas as vezes substituindo um protagonista de uma peça que já estava cumprindo temporada ("Grease", "Chicago", "Cabaret", "Wonderful Town" e "Família Addams"). Também se apresentou ocasionalmente em teatros regionais ("O Exorcista", na Geffen em Los Angeles, por exemplo) e nos espetáculos off-Broadway (escritos especialmente para estrelas, como "Cartas de Amor", "Monólogos da Vagina" e "Amor, Perdas e Meus Vestidos", entre outros).

Agora, ao chegar aos 59 anos, vem refletindo muito sobre a meia-idade. Está se recuperando de uma cirurgia no pé que chamou a atenção quando se apresentou com sandálias Crocs amarelas (combinando com o vestido) no Tony Awards. Acaba de abrir um novo negócio na área da beleza, o Commence, com produtos para o cabelo desenvolvidos para mulheres com mais de 40 anos; está escrevendo outro livro, também focado no envelhecimento; e busca novas maneiras de aproveitar a celebridade que não pode deixar de lado. É aí que entra o Equity. Shields revela que atores e diretores de teatro a apoiaram de maneira extraordinária quando precisou entrar às pressas em um espetáculo que desconhecia. Agora ela quer retribuir o favor.

Durante um almoço no B'artusi, restaurante italiano no West Village, em Nova York, ela falou sobre seu tempo no teatro e seu curso intensivo como líder trabalhista. A seguir, trechos editados da conversa.

Como está o pé?

São os dois pés. Vão ficar bem. Esta é minha sexta cirurgia. Realmente os estourei na Broadway, dançando em shows – me lançando na coisa sem nenhum treinamento em palcos cheios de obstáculos, enfiando os pés nos sapatos e abusando deles. Tenho certeza de que esse meu arrebatamento é hereditário – provavelmente mais uma coisa pela qual posso culpar minha mãe.

Você acabou de abrir uma empresa, está atuando e a presidência do Equity é um cargo sem remuneração. Por que adicionar mais essa posição à mistura?

Há uma coisa com que luto e lutei a vida inteira: ser uma pessoa pública. Preciso conviver com isso o tempo todo. Assim, o que faço para transformar esse fardo em algo que não me incomode? Como faço para utilizar Brooke Shields – a persona que está separada de mim, que é um trabalho e também certo tipo de mercadoria – para fazer a diferença? Como faço para devolver o que recebi de uma comunidade que só me deu amor e aceitação numa época em que não se escalava alguém que não tinha formação na Broadway? Minha experiência com a Broadway, com o teatro local e com o circuito off-Broadway cresceu com essa comunidade que me recebeu de braços abertos. Essas pessoas me apoiaram.

O ativismo sindical é novo para você?

Vai ser uma enorme curva de aprendizado. A primeira vez que presidi uma reunião sindical foi como se eu estivesse em uma comédia do Monty Python. Eu não tinha conhecimento dos jargões específicos. Regras de Robert? Preciso conhecê-las! [Ela se refere às Regras de Ordem de Robert, padrão criado para facilitar discussões e tomadas de decisões em grupo.] Mas, se esse é meu ponto mais fraco, então não estou mal. Posso aprender ou ter a meu lado alguém que faz melhor do que eu e a quem posso observar.

Você não gosta de conflito?

Vai ser difícil para mim. Nesta fase da minha vida, estou largando o cabo de guerra. Não gosto de brigar; gosto de argumentar.

Mas você aceitou um emprego em que vai ter de pedir aos produtores coisas que eles não querem dar. É contraditório.

Estou pronta para isso. Tive de fazer o mesmo na minha empresa – dispensar pessoas, dizer não. Essa é uma habilidade que a gente pratica e aprende.

O sindicato acaba de anunciar uma greve contra a forma como se fazem contratos para trabalhos em desenvolvimento, dizendo que as negociações para novos contratos não progrediram. Qual é o problema?

Os profissionais não estão sendo recompensados de forma justa.

Além disso, os artistas dos parques temáticos da Disney acabaram de votar para que se associem ao sindicato da Equity.

Temos de descobrir o que eles querem em seus contratos e depois trazer pessoas que sejam boas para fazer esse tipo de negociação.

Qual sua opinião sobre a situação do teatro?

Não se recuperou completamente da pandemia, isso é óbvio. Mas é ótimo ver uma nova programação. Há espetáculos para todos os gostos. Você tem "Merrily", "Stereophonic", "Illinoise", "Appropriate" e "Mother Play". É revigorante saber que não é só um.

A pergunta que ouço frequentemente dos leitores é por que não há mais streaming de espetáculos encenados.

É complicado. O teatro é fundamentalmente uma arte presencial. Toda noite, há uma apresentação diferente.

Você vai continuar atuando mesmo enquanto lidera o sindicato?

Contanto que me aceitem. Estou trabalhando em algumas coisas agora. A Netflix se saiu muito bem com o último filme que fiz. Tenho o projeto de um programa que está em desenvolvimento. O ideal seria participar de um espetáculo aqui em Nova York porque assim eu poderia fazer tudo. E nunca dormir.

Qual é o legado que você quer deixar?

Espero ser capaz de fazer muitas pequenas mudanças, aquelas que fazem uma diferença maior. Deixar o sindicato me sentindo mais gentil e inclusiva, e não zangada ou alquebrada.

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