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As imagens rodaram o mundo: um jovem funkeiro está cantando no palco, num show lotado, quando é atingido por um tiro no peito. O protagonista da cena chocante foi Daniel Pellegrini, o MC Daleste, que se apresentava em Campinas, na noite de 6 de julho de 2013. Ele chegou a ser levado para um hospital da região, mas não resistiu. Morreu com apenas 20 anos e com o título de um dos principais nomes do “funk ostentação”, autor de hits como “Mina de vermelho” (que foi parar no refrão de “Vermelho”, de Gloria Groove, em homenagem ao funkeiro) e “Mais amor, menos recalque”.

É sobre essa história que se debruça “MC Daleste — Mataram o pobre loco”, série documental de quatro episódios que estreia no Globoplay na próxima sexta-feira. Dirigida por Guilherme Belarmino e Eliane Scardovelli, que assina o roteiro com Caio Cavechini, a produção analisa as quase mil páginas do processo arquivado e traz novidades neste caso em que até hoje não se descobriu a autoria nem a motivação do crime.

— Esmiuçamos detalhes do processo, fomos fundo mesmo — diz Eliane, que dirigiu “Escola Base — Um repórter enfrenta o passado”, vencedor do prêmio APCA 2022 de documentário. — Encontramos lacunas e falhas e trazemos novas testemunhas. Por isso, temos esperança de que o caso volte a ser discutido e seja reaberto.

MC Daleste, morto em 2013, em cima de um palco — Foto: Reprodução Facebook
MC Daleste, morto em 2013, em cima de um palco — Foto: Reprodução Facebook

Criado em Cangaíba, Zona Leste de São Paulo (mesmo bairro onde nasceu o diretor Guilherme Belarmino), Daleste era o caçula de três irmãos, numa família de classe baixa. A mãe morreu cedo, e ele dependia do dinheiro da irmã mais velha para frequentar lan houses, onde começou a criar as primeiras batidas de funk. Apesar de ter circulado pelos “proibidões” (músicas com temáticas de drogas, armas e crimes), ganhou popularidade ao exaltar as “quebradas”, gíria para as comunidades periféricas da metrópole, e retratar as dificuldades de seus habitantes. Sua popularidade também explode quando entra de cabeça no “funk ostentação”, a vertente paulista do ritmo que exalta carros, bebidas e mulheres. Mais do que um true crime, a série documental também pretende abordar o movimento sociocultural tão marginalizado, que Daleste encabeçava.

— O nosso doc é sobre música e crime — diz Guilherme, que cobriu o caso juntamente com o repórter Valmir Salaro quando era produtor do “Fantástico” (TV Globo). —A base da cultura na periferia é a valorização da raiz. Daleste falava o nome das quebradas das pessoas. Ajudava muita gente, valorizava a ascensão sem esquecer de onde veio.

A imagem brutal do crime

De posse do HD do artista, emprestado pela família, Eliane e Guilherme tiveram a noção do quão pioneira era a forma como ele produzia imagens para suas redes sociais. O diálogo com os fãs também era único, o que fazia dele, para Eliane, um “influencer” quando a palavra nem existia. Curioso, portanto, pensar que sua morte viralizou mundo afora justamente pelas redes.

—A imagem do assassinato é um ponto central. Sem ela, o crime não teria repercutido tanto — diz Guilherme. — Quando viralizou, não só no Brasil, mas no mundo, uma das principais reações foi: “quem é essa pessoa?” Mas houve outra bem sintomática: essa imagem foi vista como o tratamento que um funkeiro poderia ter. Crimes com repercussão têm mais chance de resolução. Mas esse, nem com uma imagem tão brutal, teve desfecho.

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