Herança, divórcio e ações: o que deixou as bilionárias ainda mais ricas na lista da Forbes

Em apenas um ano, a fortuna dessas mulheres subiu US$ 240 bilhões, acumulando quase US$ 1,8 trilhão — cerca de R$ 9 trilhões.

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Este ano, 100 mulheres da lista são self-made, o que significa que elas fundaram ou cofundaram uma empresa ou construíram elas próprias a sua fortuna, sem qualquer herança. Outras 200 mulheres herdaram seu patrimônio.

A lista de 2024 traz 46 novas mulheres, algumas por conta da alta das ações de suas empresas e outras por herança. Entre as novatas há duas irmãs, Märta Schörling Andreen e Sofia Högberg Schörling, da Suécia. O pai delas, o investidor bilionário Melker Schörling, morreu em dezembro de 2023 e deixou sua fortuna para as filhas, de 39 e 45 anos. Cada uma tem US$ 5,6 bilhões.

Nove das dez mulheres mais ricas do mundo herdaram suas fortunas, seja dos pais, dos maridos ou, em um caso, da mãe.

MacKenzie Scott é a única entre as dez primeiras a obter fortuna por meio do divórcio — ex-mulher de Jeff Bezos, que tem patrimônio de US$ 35,6 bilhões. Ela ganhou US$ 11,2 bilhões em relação ao ano passado.

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A terceira mais rica é Julia Koch. Após a morte do marido, em 2019, Julia e seus três filhos, Mary Julia, John Mark e David, herdaram juntos uma participação de 42% Koch Industries, a segunda maior empresa privada dos EUA.

1. Françoise Bettencourt Meyers e família: US$ 99,5 bilhões
2. Alice Walton: US$ 72,3 bilhões
3. Julia Koch e família: US$ 64,3 bilhões
4. Jacqueline Mars: US$ 38,5 bilhões
5. MacKenzie Scott: US$ 35,6 bilhões
6. Savitri Jindal e família: US$ 33,5 bilhões
7. Rafaela Aponte-Diamant: US$ 33,1 bilhões
8. Miriam Adelson e família: US$ 32 bilhões
9. Gina Rinehart: US$ 30,8 bilhões
10. Abigail Johnson: US$ 29 bilhões

Nascida em 1953, Françoise, neta do fundador da L'Oréal, é oficialmente a mulher mais rica do mundo pelo quarto ano consecutivo e a primeira a ultrapassar a barreira dos US$ 100 bilhões. Atualmente, retornou aos US$ 99,5 bilhões.

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A maior parte da sua riqueza está ligada à sua participação de quase 35% na gigante dos cosméticos L'Oréal Group, que tem receitas de US$ 45 bilhões, com marcas famosas como Maybelline, Kiehl's e Lancôme.

Sua mãe, Liliane Bettencourt, era herdeira de Eugène Schueller, que fundou a L'Oréal em 1909 após descobrir uma tintura de cabelo inovadora. Seu pai, André Bettencourt, foi ministro durante a presidência de Charles de Gaulle, nas décadas de 1960 e 1970.

Diferente dos irmãos, a única filha do fundador do Walmart, Sam Walton, Alice, não se dedica a holding da família. Aos 74 anos, seu patrimônio líquido de US$ 72,3 bilhões, US$ 15,6 bilhões a mais que no ano passado, devido a um salto de 34% no preço das ações do Walmart nos últimos 12 meses.

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No posto de mulher mais rica dos Estados Unidos, ela nunca fez parte do conselho da empresa do pai e voltou sua atenção para a curadoria de artes. Alice Walton é dona do Museu Crystal Bridges de Arte Americana, em Bentonville, no estado do Arkansas. Em acervo, a coleção conta com artes de Andy Warhol, Norman Rockwell e Mark Rothko.

A filantropa Julia Koch, de 61 anos, viúva de David Koch, é atualmente a terceira mulher mais rica do mundo, com fortuna estimada em US$ 64,3 bilhões, de acordo com o ranking da revista Forbes. Com um grande patrimônio em investimentos imobiliários, ela fechou a venda de sua cobertura de sete andares no Upper East Side, em Nova York, por US$ 41 milhões (o equivalente a R$ 202 milhões, na cotação atual).

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Ela e seus três filhos herdaram uma participação de 42% na Koch Industries, que possui negócios que vão desde refino de petróleo e tecnologia médica até toalhas de papel. Ela é curadora do Metropolitan Museum of Art e é formada em Artes e Ciências pela Universidade Central do Arkansas.

Aos 84 anos, a quarta mulher mais rica do mundo acumula fortuna de US$ 38,5 bilhões. Jacqueline Mars é herdeira com cerca de um terço da Mars, empresa de doces, alimentos e produtos para animais fundada por seu avô, Frank C. Mars, em 1911. A empresa possui marcas icônicas, incluindo M&Ms, Snickers, Ben's Original e ração para cães Pedigree.

Atualmente, Jacqueline atua no conselho do Arquivo Nacional dos EUA. Antes disso, ela integrou o conselho da Ópera Nacional de Washington. Outra atividade relacionada à herdeira Mars, é a detenção de uma fazenda de cavalos na Virgínia que treina equinos montados por medalhistas olímpicos.

Desde que se divorciou do fundador da Amazon, Jeff Bezos, em 2019, MacKenzie se tornou uma das filantropas mais prolíficas da história, com cerca de 4% das ações da companhia do ex-marido, com quem foi casada por 25 anos. Até agora, ela doou mais de US$ 17,3 bilhões para cerca de 1.600 instituições de caridade por meio da sua organização Yield Giving.

Com patrimônio líquido estimado em US$ 35,6 bilhões, ela é a favor do estilo de doação em que as ONGs que apoia têm controle total sobre a melhor forma de aplicar os valores recebidos.

Presidente do Grupo Jindal, a viúva Savitri Jindal, aos 73 anos, dirige a companhia do falecido marido, Om Prakash Jindal. Dona de uma fortuna líquida estimada em US$ 33,5 bilhões, Savitri tem nove filhos, quatro deles a ajudam com os diversos setores da empresa, que contempla aço, energia, cimento e infraestrutura. Ela é a mulher mais rica da Índia

O patriarca da família morreu em 2005, vítima de um acidente de helicóptero. Com isso, as maiores riquezas do grupo indiano passaram a ser supervisionadas pelo filho mais velho do casal Sajjan Jindal.

Responsável pela decoração da MSC Cruzeiros, empresa que possui com o marido Gianluigi, Rafaela Aponte-Diamant tem 50% do império da família, que fundaram em 1970. Eles se conheceram durante uma viagem à Ilha de Capri na década de 1960. O homem era capitão de navio e os dois decidiram investir no ramo com cerca de US$ 200 mil para comprar uma embarcação.

Atualmente, Rafaela tem US$ 33,1 bilhões de fortuna estimada e é considerada uma rica 'self-made', pois não herdou seus bens. Na empresa, Gianluigi é o presidente executivo da MSC e o filho deles, Diego, é o presidente da MSC.

Nascida em Israel, Miriam Adelson é viúva do ex-CEO e presidente da empresa de cassino Las Vegas Sands, Sheldon Adelson. Com a morte do empresário aos 87 anos em 2021, Miriam e sua família agora têm domínio de mais da metade da empresa da família, com cassinos em Singapura e em Macau. Em 2020, os Adelson se tornaram megadoadores do Partido Republicano dos Estados Unidos, com cerca de US$ 180 milhões para fins políticos.

Médica e com um patrimônio de US$ 32 bilhões, ela doou mais de US$ 1 bilhão ao longo de sua vida para financiar pesquisas médicas e descoberta de medicamentos, de acordo com estimativas da Forbes.

Miriam é formada em medicina pela Universidade Hebraica de Jerusalém e tem como foco de trabalho pessoas com problemas de vícios com opioides. Aos 78 anos, ela divide o império familiar com os cinco filhos.

Dona de um império de minério de ferro e agricultura, Gina Rinehart é filha do explorador Lang Hancock, e reestruturou o Hancock Prospecting Group quando se tornou presidente executiva, em 1992. Atualmente, segundo a Forbes, ela é a segunda maior produtora de gado da Austrália, com propriedades de criação por todo o país.

Com quatro herdeiros, Rinehart travou uma prolongada batalha judicial com seus filhos pelo comando das empresas da família. Sua fortuna aumentou 14% desde março de 2023 e ela continua sendo a pessoa mais rica da Austrália.

Mestre em Administração de Empresas, pela Harvard Business School, e bacharel em Artes e Ciências, Abigail Johnson é herdeira da Fidelity Investments, empresa que preside desde 2014. A empresa familiar foi fundada em Boston no ano de 1946 pelo avô de Abigail, Edward Johnson III. Seu patrimônio é de US$ 29 bilhões.

Mãe de dois filhos, Abigail possui cerca de 28,5% da empresa, que segundo a Forbes acumulou ativos discricionários de US$ 4,9 trilhões. Em 2018, a Fidelity lançou uma plataforma com foco em negociações por criptomoedas. Abigail ingressou na empresa da família como analista em 1988, após concluir seu MBA em Harvard.