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Por O Globo, com agências internacionais

A Apple perdeu sua liderança no mercado global de smartphones para a Samsung, que recuperou sua posição como a maior fabricante desses dispositivos do mundo em volume no primeiro trimestre deste ano, de acordo com a pesquisadora de mercado International Data Corporation (IDC).

A mudança de posição acontece apenas três meses após a fabricante do iPhone ter conquistado o primeiro lugar do ranking pela primeira vez, e se deve à queda de 10% nas vendas de celulares da fabricante americana nos três primeiros meses de 2024, já que rivais chineses de custo mais baixo, como a Xiaomi, tiveram um rápido crescimento.

A IDC estimou que as remessas globais do iPhone caíram 10%, para 50,1 milhões, nos primeiros três meses de 2024, ficando aquém da estimativa média de 51,7 milhões dos analistas compilada pela Bloomberg, o que deu à Apple uma participação de mercado de 17,3%.

Vendas de smartphone — Foto: Editoria de Arte/O Globo
Vendas de smartphone — Foto: Editoria de Arte/O Globo

A queda de 9,6% em relação ao ano anterior é a mais acentuada para a Apple desde que os bloqueios da Covid afetaram as cadeias de suprimentos em 2022, disseram os pesquisadores.

A fabricante de iPhone com sede em Cupertino, na Califórnia, tem lutado para sustentar as vendas na China desde o lançamento de seu modelo mais recente, o iPhone 15, em setembro. O ressurgimento de rivais como a Huawei e a Xiaomi, e a proibição imposta por Pequim de dispositivos estrangeiros no local de trabalho pesaram sobre as vendas.

A queda nas remessas do iPhone é significativa, uma vez que o mercado móvel geral registrou seu melhor crescimento em anos. Os fabricantes de smartphones enviaram 289,4 milhões de aparelhos no período, marcando um aumento de 7,8% em relação ao ponto mais baixo de um ano atrás, quando muitos fabricantes estavam lutando contra um excesso de aparelhos não vendidos.

O crescimento mais forte do mercado veio de dois fabricantes chineses, na mais recente indicação das dificuldades da Apple na China, maior mercado de smartphones do mundo.

A Samsung, que lançou seu mais recente telefone Galaxy S24 em janeiro, teve uma participação de 23% depois que as remessas caíram pouco menos de 1% em relação ao ano anterior, para 60,1 milhões.

Já as vendas da Xiaomi aumentaram 34%, e a empresa passou a atingir uma participação de mercado de 14%, já que o grupo de eletrônicos com sede em Pequim viu seu desempenho melhorar após uma onda de publicidade em torno da estreia de seu carro elétrico.

— O mercado de smartphones está emergindo da turbulência dos últimos dois anos mais forte e mudado — disse Nabila Popal, diretora de pesquisa da IDC.

Nabila acrescenta:

— Embora a Apple tenha sido super-resistente e tenha visto um grande crescimento em remessas e participação nos últimos anos, será um desafio para ela manter o ritmo de crescimento e o pico de participação que teve em 2023. À medida que o mercado se recupera ainda mais em 2024, a IDC espera que o Android cresça muito mais rápido do que a Apple.

Durante a pandemia, o iPhone da Apple mostrou a maior resistência, já que os consumidores deixaram de comprar smartphones da maioria de seus rivais com Android. Esse acúmulo de estoques levou a preços agressivos por parte de concorrentes chineses como a Xiaomi, que levou meses para esgotar os estoques e agora está começando a aumentar as remessas novamente.

O surpreendente retorno da Huawei à proeminência no ano passado — com seu próprio chip fabricado na China e o sistema operacional HarmonyOS na série Mate 60 — vem corroendo a participação da Apple no mercado premium da China desde agosto.

— O aumento da concorrência na China é uma grande parte do declínio da Apple no primeiro trimestre — ressaltou Nabila.

Em outros lugares, várias regiões começaram o ano com excesso de estoque de iPhone após grandes remessas nos últimos meses de 2023, acrescentou ela.

Os preços médios de venda de aparelhos celulares estão aumentando, pois os consumidores optam cada vez mais por modelos premium que pretendem manter por mais tempo, segundo pesquisadores da IDC.

Estratégias para aumentar as vendas

A Apple, que mantém consistentemente o ASP mais alto do setor, liderou esse processo, com os consumidores mostrando uma preferência distinta por seus modelos de nível superior. Ainda assim, este ano, a empresa recorreu a descontos incomuns para estimular as vendas, com alguns parceiros varejistas na China chegando a descontar US$ 180 do preço normal.

Em março, a Apple abriu uma grande loja nova no centro do centro financeiro de Xangai, com a presença do CEO Tim Cook. A China abriga a maior rede de varejo da empresa fora dos EUA e responde por cerca de um quinto das vendas, em grande parte impulsionadas pelo iPhone.

Muitos dos participantes que conversaram com a Bloomberg no evento de Xangai haviam adquirido seus iPhones há mais de dois anos. E, embora esses fãs da Apple tenham dito que pretendiam permanecer no ecossistema da empresa, alguns disseram que também considerariam o sucessor do Mate 60 da Huawei ou opções de dispositivos dobráveis de concorrentes.

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