Beleza
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Por Laís Rissato

Apromessa é de uma transformação radical: pele nova e fina como a de um bebê, sem marcas, manchas, rugas ou linhas de expressão. As imagens do “antes e depois” dos pacientes impressionam. O peeling de fenol, procedimento que viralizou nas redes sociais com publicações beirando as 20 milhões de visualizações no TikTok, transformou-se em desejo imediato para quem quer rejuvenescer a, literalmente, qualquer custo.

Além de desembolsar uma alta quantia em dinheiro — cerca de R$ 20 mil — o paciente pode enfrentar dores agudas e um pós-tratamento que, em certos casos, requer cuidados por até nove meses. “O peeling de fenol é o único a alcançar a derme, segunda camada da pele, em nível profundo, e ela se reestrutura, trazendo resultados positivos. Mas não é totalmente previsível e isento de complicações. Muita gente acha que vai entrar no consultório com rugas e sair sem nada. Não é bem assim”, explica a dermatologista Nara Negretti, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

A dermatologista Nara Negretti — Foto: Reprodução/Instagram
A dermatologista Nara Negretti — Foto: Reprodução/Instagram

O fenol é o nome popular do ácido fênico ou ácido carbólico, agente químico tóxico que, em determinada concentração, induz a quebra das proteínas da epiderme, penetrando profundamente e agindo na coagulação e produção de colágeno. Antes do procedimento, feito em consultório equipado com aparelho de monitorização cardíaca, ou no hospital, o médico solicita exames para saber como está a saúde do coração, rins e fígado; os últimos dois órgãos vão metabolizar e excretar o fenol do organismo. O paciente é submetido a anagelsia durante a aplicação, uma mistura de fenol com água, óleo de cróton, sabão líquido e outras substâncias. De imediato, há inchaço no rosto e olhos, e nas 48 horas seguintes, a pele muda de cor e se liquefaz, ficando com o aspecto de uma queimadura e transformando-se em uma máscara.

“É preciso hidratar o paciente na hora. Eu o acompanho durante 15 dias, para limpar o rosto, checar a cicatrização da pele, se ele consegue se alimentar, dormir, se sente dor ou se há sinais de infecção”, completa Nara. A pele, então, começa a se regenerar, e os primeiros resultados podem ser vistos entre 20 a 30 dias após a aplicação. A administradora Ana Paula Braz, de 47 anos, encarou o desafio para se livrar das olheiras profundas. Sofrendo com o problema desde a adolescência e incomodada com rugas, seguiu à risca os cuidados pós-tratamento, feito em fevereiro. “Senti ardência logo após o procedimento, que diminui com o passar das horas. Não tomei nenhum remédio para dor”, conta.

A dermatologista Patricia Botini — Foto: Reprodução/Instagram
A dermatologista Patricia Botini — Foto: Reprodução/Instagram

Na primeira semana, preciso se alimentar de canudinho, apenas com comida líquida e pastosa, sem fazer movimentos com o rosto e boca. Nos sete dias seguintes, o paciente não lava o rosto nem o cabelo, aplicando apenas vaselina ou outra formulação hidratante recomendada pelo médico. E, atenção para o óbvio: é preciso ficar bem longe do sol. “Tirei férias para fazer o peeling de fenol e não saía de casa. É muito importante ter o apoio da família, porque você precisa de ajuda para comer, ir ao banheiro”, alerta Ana. Cinco meses após o fenol e sem complicações, ela diz que a vida é outra. “Fiquei bem surpresa, minha autoestima voltou, as pessoas elogiaram.”

Os estudos com o fenol começaram no século XIX, pelas mãos do alemão Paul Gerson Unna, um dos pais da dermatologia. Durante a Primeira Guerra Mundial, a substância foi usada para tratar cicatrizes faciais decorrentes dos machucados do conflito. Só na década de 1970 a fórmula do fenol utilizada hoje começou a ser aperfeiçoada pelos médicos Thomas Baker e Howard Gordon, batizada de Baker-Gordon. Apesar dos benefícios, nem todos podem fazer o tratamento, indicado apenas para peles brancas e fotoenvelhecidas, sem melasma, tendência a quelóide ou acne ativa. “Peles negras ou amarelas podem manchar. Quem fuma deve largar o cigarro pelo menos três meses antes do procedimento”, alerta a dermatologista Patricia Botini.

O fotógrafo João Castro em seu 'antes e depois' do peeling de fenol para amenizar cicatrizes de acne — Foto: Arquivo pessoal
O fotógrafo João Castro em seu 'antes e depois' do peeling de fenol para amenizar cicatrizes de acne — Foto: Arquivo pessoal

Com cicatrizes de acne profundas na testa e lateral do rosto, o fotógrafo João Castro, de 28 anos, encontrou no peeling de fenol a solução para deixar de usar filtros em fotos. “Era meu sonho fazer, porque minha pele sempre me incomodou. Tentei outros tratamentos, mas sem resultado”, conta ele, que completou dois meses de procedimento. Já para o técnico de enfermagem Renato Alvarenga, de 39 anos, a experiência não valeu a pena. Após ter feito o tratamento duas vezes, em 2015 e em 2020, diz não ter visto melhora na aparência das cicatrizes.

“Há muita propaganda desse peeling, e fiquei bem deprimido. Tentei de novo porque achei que, da primeira vez, a substância poderia não ter sido forte o suficiente. Mas não compensou o sacrifício financeiro e a dor”, lamenta. “Quase não vi diferença e estragou o contorno dos meus lábios.”

Tanto Patricia quanto Nara explicam que as cicatrizes de acne são difíceis de tratar, e o peeling de fenol não é a melhor indicação para o problema. O resultado pode variar de acordo com o tipo de marca na pele do paciente. “É preciso alinhar as expectativas. A cicatriz de acne é uma fibrose, não há mais colágeno nesse local da pele, e elas são diferentes entre si. Pode funcionar ou não. Como o fenol é muito agressivo, acredito que outros tratamentos associados trazem um resultado melhor”, defende Nara

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