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Os filmes em cartaz no Cine Santa vão ser anunciados, a partir deste sábado, por um painel de LED, e não mais pelas tradicionais letras magnéticas, que eram fixadas manualmente no alto do imóvel de 1862, no Largo dos Guimarães, em Santa Teresa. Aos mais apegados, Adil Tiscati, que fundou o cinema há mais 20 anos, com a mulher, Fernanda Oliveira, adianta-se: “Já estou com 67 anos. Não posso ficar subindo uma escada a quatro metros de altura”.

O letreiro é uma das novidades do lugar, que acaba de ser reformado e está tinindo de novo. Ganhou poltronas mais confortáveis, projetor a laser e uma tela moderna. Também passou por obras de acessibilidade, teve a bonbonnière ampliada e recebeu um painel do artista Smael Vagner, inspirado no filme “Dias perfeitos”, de Wim Wenders.

O cofre na sala de projeção é uma das peculiaridades do prédio histórico — Foto: Ana Branco
O cofre na sala de projeção é uma das peculiaridades do prédio histórico — Foto: Ana Branco

A justificativa dada por Adil para a mudança no painel faz todo o sentindo diante de algo que é também um projeto de vida do casal. Afinal, o negócio resistiu às crises no setor graças aos esforços de ambos, que já fizeram da pipoca vendida na entrada a sorteios de pães após as sessões para fidelizar o público. Eles chegaram ao bairro logo após se casarem, em 1997, e fundaram o cinema em 2002. Sem sede, as projeções eram feitas na Igreja Anglicana, a poucos metros do endereço atual, com a tela montada no altar. “Chamávamos de ‘Cinema Bunda Quadrada’, porque a galera ficava no banco de madeira”, conta Adil, relembrando exibições de clássicos como “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha.

Cedido pela prefeitura (que viabilizou a reforma juntamente com o Governo do Estado, via Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal), o imóvel do Largo dos Guimarães abrigava um posto policial, com o qual o cinema compartilhou instalações nos primeiros anos. Também já havia sido agência dos Correios e até de um Banerj, o que explica a existência de um cofre em plena sala de projeção. “Já fizemos de tudo para abri-lo, mas nunca conseguimos. Gosto de imaginar que está cheio de tesouros lá dentro”, brinca Fernanda.

Painel de Smael Vagner na parte superior do hall de entrada — Foto: Ana Branco
Painel de Smael Vagner na parte superior do hall de entrada — Foto: Ana Branco

Entusiasta do cinema nacional e de arte, o casal escolheu “Grande sertão”, de Guel Arraes, e “O meu sangue ferve por você”, de Paulo Machline, para as primeiras sessões pós-reforma, além da exposição “Elekô”, de Luciana Nabuco, que ocupa o hall de entrada. Isso depois de uma festa que celebra as novidades juntamente com moradores do bairro, nesta sexta, comandada pelo DJ Seu ZOD.

Comemoração à altura de um espaço com lugar cativo na memória de muita gente, como a diretora Bia Lessa, que já chegou a pegar as chaves emprestadas para passar uma noite de ano-novo por lá, assistindo a “Roberto Carlos em ritmo de aventura”. “Foi muito lindo para a nossa família”, recorda-se. “É um cinema muito importante para o bairro. É o coração de Santa Teresa. Vou lançar meu filme, ‘O Diabo na rua no meio do redemunho’, e quero muito fazer coisas especiais por lá.”

A nova temporada, portanto, promete.

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