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Por O Globo — Rio de Janeiro

Lidar com todo o resíduo produzido pelos humanos não é tarefa simples no nível do mar, agora imagine a 8.848 metros de altura. Cientistas e pesquisadores fazem alertas de que o Monte Everest, a montanha mais alta do mundo, está virando um grande lixão a céu aberto, o mais alto do mundo. O problema está se agravando de tal maneira que até as pessoas que decidirem se aventurar terão agora que trazer as suas próprias fezes de volta ao acampamento base.

Com o forte aumento de turistas que decidem encarar o desafio, — o número de visitantes dobrou a cada ano entre 2014 e 2017 — especialistas estimam que cerca de 50 toneladas de lixo estão ficando para trás na montanha, enquanto o acampamento base do Everest produz 75 toneladas de lixo a cada temporada. Segundo o britânico Daily Mail, estima-se que, todos os anos, entre 900 e 1.000 toneladas de resíduos sólidos são levadas ao parque por turistas estrangeiros.

Mas o problema não é novo: em 1991 foi criado o Comitê de Controle da Poluição de Sagarmatha (SPCC), para tentar controlar novamente os níveis de resíduos. O órgão gerencia a coleta de lixo do acampamento base do Everest e das trilhas do parque nacional. Uma das novas regras estabelecidas é que os escaladores que sobem além do acampamento base devem trazer de volta pelo menos 8 kg de lixo ou correm o risco de pagar uma multa de mais de R$ 20 mil.

Lixo deixado para trás na maior montanha do mundo — Foto: Reprodução
Lixo deixado para trás na maior montanha do mundo — Foto: Reprodução

Segundo Dr. Alton Byers, geólogo montanhista da Universidade do Colorado em Boulder entrevistado pelo jornal, a caminhada até o acampamento base do Everest costumava ser apelidada de “trilha do papel higiênico” devido à quantidade de lixo e dejetos humanos que restavam.

Segundo um artigo publicado em 2020, cerca de 50 toneladas de resíduos sólidos ficaram no Everest nos últimos 60 anos.Além disso, em 2022, o Exército do Nepal informou ter removido cerca de 34 toneladas de resíduos do Everest e das montanhas circundantes, contra 27,6 toneladas em 2021.

Tenzi Sherpa, um guia sherpa que estava escalando a montanha, compartilhou um vídeo do Acampamento Quatro dizendo que era “o acampamento mais sujo que já vi”. Na publicação, Tenzi Sherpa escreveu: “podemos ver muitas barracas, garrafas de oxigênio vazias, tigelas de aço, colheres, absorventes higiênicos”.

Outra questão séria são os dejetos humanos que os alpinistas inevitavelmente deixam na montanha. Não existem dados oficiais sobre a quantidade de excremento existente na montanha, mas o SPCC estima que possa haver entre uma e três toneladas entre o acampamento 1 e o acampamento 4. Com temperaturas que chegam a -60°C, os restos não se degradam totalmente, deixando as fezes humanas visíveis nas rochas.

Lixo no Mont Everest — Foto: Reprodução Instagram/ Ten G Sherpa
Lixo no Mont Everest — Foto: Reprodução Instagram/ Ten G Sherpa

A medida mais recente que obriga os alpinistas a retornarem com suas fezes foi tomada porque especialistas afirmam que a montanha começou a “cheirar mal”. As pessoas que decidirem subir o Everest ou escalar o vizinho Monte Lhotse devem levar ou encomendar pequenos sacos de cocô no acampamento base para recolher os seus resíduos. E eles serão “verificados” pelos funcionários ao regressar.

Segundo uma reportagem feita pela BBC, os produtos químicos contidos nos sacos não só solidificam os resíduos, mas também os tornam em grande parte inodoros. Cada sacola pode ser usada de cinco a seis vezes, o que significa que a maioria dos escaladores só precisa levar duas consigo durante a expedição.

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