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Por AFP — Juba, Sudão do Sul

O Papa Francisco encerrou neste domingo a missão de paz realizada no Sudão do Sul, pedindo ao povo que se tornem imune ao “veneno do ódio” para alcançar a paz e a prosperidade, após anos de sangrentos conflitos étnicos ocorridos no país — o mais novo da África. O pontífice presidiu uma missa ao ar livre no mausoléu do herói da libertação do Sudão do Sul, John Garang, que morreu em um acidente de helicóptero em 2005, antes que o país, predominantemente cristão, se separasse do Sudão, majoritariamente muçulmano, em 2011.

O papa centrou sua pregação nos temas que dominaram sua viagem à mais nova nação do mundo: reconciliação e perdão mútuo pelos erros do passado. A multidão cantou e fez enorme festa quando Francis entrou na área empoeirada onde a missa era realizada. Ele pregou à multidão, de cerca de 70 mil pessoas, que evitasse a "fúria cega da violência".

Dois anos após a independência, o Sudão do Sul mergulhou em uma guerra civil que matou cerca de 400 mil pessoas. Apesar de um acordo de paz assinado em 2018 entre os dois principais grupos envolvidos do conflito, os combates continuaram a matar e deslocar um grande número de civis.

Ao final da pregação, em um discurso de despedida pouco antes de seguir para o aeroporto para o voo de volta para casa, o papa agradeceu ao povo do Sudão do Sul pelo carinho que lhe demonstraram.

"Queridos irmãos e irmãs, volto a Roma com vocês ainda mais perto do meu coração", disse-lhes. "Nunca perca a esperança. E não perca nenhuma oportunidade de construir a paz. Que a esperança e a paz habitem entre vocês. Que a esperança e a paz habitem no Sudão do Sul!”

O papa tem um interesse de longa data no Sudão do Sul. Em um dos gestos mais marcantes de seu papado, ele se ajoelhou para beijar os pés dos líderes em guerra do país durante uma reunião no Vaticano em 2019. O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder da Comunhão Anglicana global, e Iain Greenshields, moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, acompanharam o papa durante sua visita ao Sudão do Sul.

A "peregrinação da paz" foi a primeira vez na história cristã que líderes das tradições católica, anglicana e reformada realizaram uma visita estrangeira conjunta.

Esperança de um ponto de virada

No início de sua viagem à África, o papa visitou a República Democrática do Congo, lar da maior comunidade católica romana do continente, onde celebrou a missa para um milhão de pessoas e ouviu histórias angustiantes de pessoas feridas pela guerra na parte oriental do país. Entre os fiéis da missa de domingo na capital do Sudão do Sul, Juba, estava Ferida Modon, de 72 anos, que perdeu três de seus filhos em conflitos.

— Quero que a paz chegue ao Sudão do Sul. Sim, acredito que a visita dele mudará a situação. Agora estamos cansados de conflitos — disse ela. — Queremos que Deus ouça nossas orações.

Jesilen Gaba, uma viúva com quatro filhos, celebrou a união entre diferentes religiões em prol da paz na região.

— O fato de as três Igrejas estarem unidas pelo bem do Sudão do Sul é o ponto de virada para a paz. Quero que a visita seja uma bênção para nós. na guerra, perdemos muitas pessoas — disse.

Francisco fez outro apelo pelo fim do tribalismo, irregularidades financeiras e clientelismo político na raiz de muitos dos problemas do país. Ele exortou o povo a construir "boas relações humanas como forma de conter a corrupção do mal, a doença da divisão, a sujeira dos negócios fraudulentos e a praga da injustiça".

O Sudão do Sul tem algumas das maiores reservas de petróleo bruto na África subsaariana, mas um relatório da ONU de 2021 disse que os líderes do país desviaram "quantias impressionantes de dinheiro e outras riquezas" dos cofres e recursos públicos. O governo rejeitou o relatório e negou as acusações de corrupção generalizada.

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