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Por O GLOBO

A República Islâmica do Irã já havia anunciado publicamente que lançaria um ataque contra o Estado de Israel, em represália ao ataque contra sua embaixada na Síria, que deixou onze mortos. Embora a ameaça tenha sido considerada por autoridades israelenses e seus aliados internacionais, restavam dúvidas sobre o horário, local e data do ataque — detalhes que foram esclarecidos na noite deste sábado, entrado pela madrugada do domingo.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou, pouco depois das 23h (17h em Brasília), que o Irã havia lançado "Veículos Aéreos Não-Tripulados", a partir de seu território, contra o Estado judeu — algo inédito até então, uma vez que o regime iraniano sempre agiu por meio de grupos armados e milícias contra o país. Um balanço divulgado pelas Forças Armadas de Israel por volta das 2h (21h em Brasília) dava conta de 200 artefatos disparados contra o país, incluindo drones, mísseis balísticos e de cruzeiro.

O ataque configurou uma escalada importante e perigosa na região. Jordânia, Líbano e Iraque ordenaram o fechamento de seus espaços aéreos, assim como Israel, que reforçou suas defesas à espera da chegada dos projéteis e equipamentos controlados remotamente. Hezbollah e Houthis, em uma ação aparentemente coordenada com o Irã, lançaram ataques contra alvos no Estado judeu, do Líbano e do Iêmen, respectivamente, ao passo que aliados israelenses como EUA e Reino Unido se colocaram à disposição para ajudar na defesa do país, apesar dos alertas iranianos para não se envolverem na questão.

O Irã confirmou, oficialmente, ter lançado o ataque aéreo. Em uma nota inicial, a Guarda Revolucionária disse que a operação usaria "dezenas de drones e mísseis" e que se tratava de uma "resposta ao crime da entidade sionista de alvejar o consulado iraniano na Síria". A missão permanente do país na ONU justificou que a missão foi conduzida de acordo com a Carta das Nações Unidas, no relativo à "legítima defesa". Um comunicado com conteúdo similar foi publicado nas redes sociais pelo Ministério das Relações Exteriores, dizendo que o país tomaria "mais medidas defensivas", se necessário.

Manifestantes agitam bandeiras do Irã e da Palestina durante ato em Teerã, em comemoração ao ataque contra Israel — Foto: Atta Kenare/AFP
Manifestantes agitam bandeiras do Irã e da Palestina durante ato em Teerã, em comemoração ao ataque contra Israel — Foto: Atta Kenare/AFP

Apesar do volume massivo de projéteis e veículos não-tripulados lançados contra Israel, as Forças Armadas confirmaram que a maioria das ameaças foram abatidas antes mesmo de chegarem ao território israelense, muitas delas com ajuda dos EUA e do Reino Unido. Ainda assim, alarmes de emergência soaram de norte a sul do país e explosões foram captadas em vídeo por repórteres e pessoas comuns em várias cidades, também na Cisjordânia ocupada.

Preventivamente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e autoridades de segurança decretaram o fechamento das escolas em todo o país por razões de segurança. Os cidadãos também foram orientados a procurarem abrigos seguros, e ficarem atentos às recomendações das autoridades. GPS ficaram indisponíveis em certas áreas como parte dos preparativos de segurança.

O impacto real dos ataques foi motivo de divergência entre os relatos israelense e iraniano. O porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, afirmou que os ataques iranianos causaram pequenos danos a uma base militar, sem revelar o nome ou a localização exata. Apenas uma menina teira ficado ferida, completou. A mídia estatal do Irã, por outro lado, disse que os bombardeios desferiram "golpes pesados" na base aérea de Neguev.

“A base aérea israelense mais importante no Negev foi alvo bem-sucedido do míssil Kheibar”, disse a agência de notícias oficial IRNA, acrescentando que “imagens e dados indicam que a base sofreu fortes golpes”.

Além de justificar o ataque, a nota da missão iraniana na ONU afirmava que o ataque lançado no sábado "encerrava o assunto" da retaliação, desde que "o regime israelense" não cometesse "outro erro" — uma escolha semântica que analistas apontaram como um misto de ameaça e sinalização de que não há interesse em uma escalada direta. Também dizia que o conflito era "entre o Irã e o criminoso regime israelense", alertando os EUA para "ficar de fora".

Embora não esteja claro de que maneira, analistas apontam que é muito provável que Israel responderá ao ataque iraniano. A emissora israelense Channel 12 noticiou que o Gabinete de Segurança autorizou o Gabinete de Guerra a tomar decisões sobre a resposta, eliminando a necessidade de aprovação prévia e agilizando o processo.

Explosões iluminam o céu de Jerusalém durante o ataque iraniano a Israel — Foto: AFPTV / AFP
Explosões iluminam o céu de Jerusalém durante o ataque iraniano a Israel — Foto: AFPTV / AFP

Mais cedo, antes dos ataques ocorrerem, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse enfaticamente que Israel está preparada para "qualquer cenário, tanto na defesa quanto no ataque".

— Estabeleci um princípio claro: quem nos ferir, nós os feriremos. Defenderemos contra qualquer ameaça e faremos isso com calma e determinação — disse em mensagem gravada à nação.

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