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Por O Globo — Paris

Poucos dias depois de dezenas de estudantes ocuparem o Instituto de Estudos Políticos (Sciences Po Paris), a polícia francesa voltou a atuar contra manifestações pró-Palestina realizadas por estudantes. Nesta segunda-feira, as forças de segurança invadiram a histórica Universidade de Sorbonne, em Paris, para expulsar ativistas que queriam montar acampamento no interior do edifício, confirmou um jornalista da AFP. Cinquenta manifestantes foram retirados do local, no Quartier Latin (bairro latino), e depois levados em grupos pelas forças de segurança.

— A retirada foi muito brutal, com uma dúzia de pessoas arrastadas pelo chão, mas nenhuma prisão — disse Rémi, um estudante de 20 anos, que fazia parte dos manifestantes.

Segundo um comunicado da polícia, citado pelo jornal Le Monde, várias dezenas de estudantes reuniram-se no interior e fora do campus para os protestos. A delegacia de Paris falou de uma "operação que durou apenas alguns minutos" e que "foi realizada com calma e sem incidentes". São raras as intervenções policiais neste local simbólico de revoltas estudantis.

Nesta manhã, mais de 30 estudantes montaram nove tendas no pátio e outras três no salão, além de estenderem no chão uma bandeira da Palestina, informou a reitoria. Ao meio-dia (horário local), mais pessoas chegaram e uniram-se aos estudantes: cerca de 150 pessoas, entre eles os deputados Louis Boyard, Thomas Portes e Rodrigo Arenas, todos do partido A França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), reuniram-se em frente ao campus, onde gritavam "Israel assassino, Sorbonne cúmplice" e "Não olhe para nós, junte-se a nós".

Segundo o jornal Revolução Permanente, alguns ativistas de uma organização estudantil de extrema-direita tentaram adentrar a manifestação, mas foram expulso sob vaias. Além disso, os ativistas também realizaram um minuto de silêncio pelas vítimas em Gaza que, segundo o Ministério da Saúde do enclave, já são mais de 34 mil.

Um policial detém um manifestante durante uma manifestação em apoio aos palestinos na Universidade Sorbonne, em Paris. — Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP
Um policial detém um manifestante durante uma manifestação em apoio aos palestinos na Universidade Sorbonne, em Paris. — Foto: GEOFFROY VAN DER HASSELT/AFP

Em um comunicado encaminhado à AFP, a universidade afirmou que já não era "mais possível entrar" nos edifícios e que, por isso, fechou as portas à tarde "por decisão da reitoria". Os exames também foram cancelados. O gabinete do primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, afirmou que ele "pediu que a Sorbonne fosse esvaziada rapidamente", como solicitou "no caso da Sciences Po na sexta-feira".

— Depois das ações da Sciences Po, estamos aqui para garantir que isso continue — disse a estudante e ativista de uma organização estudantil Lorélia Frejó, afirmando que a manifestação seguia "os apelos dos estudantes de Harvard e Columbia", universidades americanas que têm sido palco de protestos contra a guerra em Gaza desde a semana passada.

Tensão no país

O ataque sangrento do Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, e a resposta mortal de Israel em Gaza tensionam a atmosfera na França, que é o lar da primeira comunidade judaica da Europa e de milhões de muçulmanos. Na semana passada, durante a manifestação no Sciences Po Paris, cerca de cinquenta manifestantes pró-Israel, alguns deles com a cabeça coberta e capacetes de moto, participaram de uma contramanifestação gritando "Libertem Gaza do Hamas", obrigando a polícia a intervir.

Neste fim de semana, grupos estudantis franceses instaram a "intensificação da mobilização nos locais de estudo a partir de segunda-feira", enquanto o Sindicato do Ensino Médio (USL, na sigla em francês) pediu aos secundaristas que "se mobilizassem nos estabelecimentos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, o reconhecimento do Estado palestiniano e o fim da colonização".

O Executivo e partidos de direita também acusam A França Insubmissa de insuflar as manifestações. O partido, citado pelo Le Monde, afirmou que esperava que as manifestações "ganhassem impulso" nesta segunda-feira nas universidades e em outras instituições. Mas as organizações estudantis de movimento pró-Palestina enfrentam os esforços do governo francês para desativá-los rapidamente para evitar uma mobilização como nos EUA.

Ainda na sexta-feira, a direção da Sciences Po anunciou a realização de um acordo com os estudantes, o que foi recebido com satisfação pelos manifestantes. No fim de semana, o premier francês afirmou que "nunca haverá o direito ao bloqueio, nunca haverá tolerância para as ações de uma minoria ativa e perigosa que busca impor suas regras aos nossos alunos e professores." (Com AFP)

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