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Por O Globo com agências internacionais — Nairóbi

Em um novo balanço, um organismo nacional de defesa dos direitos humanos no Quênia anunciou nesta segunda-feira que um total de 39 pessoas foram mortas durante as manifestações de semana passada contra um controverso projeto de lei que pretendia aumentar os impostos no país.

"Os dados dos nossos registos indicam que 39 pessoas morreram e 361 ficaram feridas em relação aos protestos em todo o país", afirmou a Comissão Nacional dos Direitos Humanos do Quênia, financiada pelo Estado, num comunicado. A comissão também registrou 32 casos de "desaparecimentos forçados ou involuntários" e 627 prisões de manifestantes.

Na semana passada, a comissão afirmou que 22 tinham morrido, sendo 19 na capital, onde manifestantes entraram em confronto com agentes de segurança, que reprimiram os atos com gás lacrimogêneo e disparos com munição real

"A Comissão continua condenando veementemente a violência injustificada contra os manifestantes, profissionais de saúde, advogados, jornalistas e em espaços seguros como igrejas, centros médicos de emergência e ambulâncias", afirmou o órgão, acrescentando que "a força usada contra os manifestantes foi excessiva e desproporcional".

No sábado, a ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou que pelo menos 30 pessoas tinham sido mortas em Nairóbi e outras cidades, balanço feito a partir de depoimentos recolhidos, informações acessíveis ao público, registros hospitalares e serviços funerários. “As forças de segurança quenianas dispararam diretamente contra multidões de manifestantes em 25 de junho, incluindo manifestantes que fugiam”, acrescentou.

Novas manifestações

Há cerca de duas semanas, protestos liderados pelos mais jovens tomaram as ruas de Nairóbi e outras cidades do Quênia, posicionando-se de maneira contrária ao Projeto de Lei Financeira 2024, que tinha potencial para ampliar ainda mais os custos de vida.

As manifestações, que até então vinham ocorrendo de maneira pacífica, explodiram na última terça-feira na capital, após os parlamentares aprovarem um projeto de lei alterado. Milhares de manifestantes lotaram as ruas ao redor do Parlamento, que foi invadido momento após a polícia, segundo várias ONGs, abrir fogo para tentar conter a multidão. No dia seguinte, Ruto recuou e declarou que não iria sancionar o projeto de lei, argumentando que "o povo se pronunciou".

Apesar de terem enterrado o texto, os manifestantes voltaram a compartilhar nesta segunda-feira posts nas redes sociais chamando a população para ocupar o Central Business District em Nairob, informou a agência de notícias Reuters. De acordo com a agência, o movimento ainda não tem uma liderança oficial e não ficou claro até que ponto as pessoas de fato atenderiam ao apelo.

A faísca, ainda de acordo com a Reuters, teria sido uma entrevista declaração do presidente no domingo transmitida pelas emissoras quenianas, no qual ele defendeu a ação das forças de segurança e de seu governo, afirmando que a polícia tinha feito o melhor que podia, dada as circunstâncias, e culpou o que chamou de "criminosos" pela escalada dos protestos.

Em sua declaração, Ruto também teria reiterado se apelo pelo diálogo com os jovens, que teria parte em um fórum escolhido pelas lideranças. Muitos, porém, rejeitaram os movimentos do presidente, alertando como um possível esforço para sufocar o movimento. "Não se pode dialogar com alguém que, por outro lado, está nos matando", afirmou um ativista durante um X Space, fórum de áudio no X (antigo Twitter), citado pela Reuters,

Na quinta-feira passada, os manifestantes voltaram as ruas mesmo após o recuo de Ruto, desta vez em um ato em homenagem às vítimas da repressão brutal aos protestos. Na ocasião, a polícia voltou a usar balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

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