Política
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Por e — Brasília

Uma reunião no Palácio do Planalto no dia 5 de julho de 2022 é uma das provas citadas pela Polícia Federal como indício de que havia um planejamento para uma tentativa de golpe de Estado no país envolvendo integrantes do governo de Jair Bolsonaro. O encontro contou com a participação de ministros, integrantes das Forças Armadas e do deputado federal Filipe Barros (PL-PR).

O vídeo de mais de uma hora de duração mostra a reunião, que, segundo a PF, “revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo". Na gravação, Bolsonaro aparece alterado, atacando ministros do STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diz que todos ali precisam fazer “alguma coisa” antes das eleições. Ao seu lado estão Walter Braga Netto, que na época havia se desvinculado de cargos no governo para concorrer como vice na chapa de Bolsonaro, e Célio Faria Junior, então ministro da Secretaria de Governo.

Quem estava na reunião:

  • General Augusto Heleno, então comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Paulo Guedes, então ministro da Economia
  • General Walter Braga Netto, então candidato a vice na chapa de Bolsonaro
  • Célio Faria Junior, então ministro da Secretaria de Governo.
  • Anderson Torres, então ministro da Justiça
  • Paulo Sérgio Nogueira, então ministro da Defesa
  • Mário Fernandes, então chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência
  • José Carlos Oliveira, então ministro do Trabalho e Previdência
  • Marcelo Queiroga, então ministro da Saúde, então advogado-geral da União
  • Joaquim Alvaro Pereira Leite, então ministro do Meio Ambiente
  • Tatiana Alvarenga, então ministra-substituta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
  • Marcos Montes, então ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
  • Daniel de Oliveira Duarte, então ministro do Desenvolvimento Regional
  • Almirante de Esquadra Marcelo Francisco Campos, então secretário-geral da Marinha
  • Fábio Faria, então ministro das Comunicações
  • Filipe Barros, deputado federal (PL-PR)
  • Victor Godoy, então ministro da Educação
  • Ronaldo Vieira Bento, então ministro da Cidadania
  • Paulo Alvim, então ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações
  • Bruno Eustáquio, então secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura
  • Fernando Simas Magalhães, então secretário-executivo do Ministério das Relações Exteriores
  • José Victor Santini, então assessor especial da Casa Civil
  • Adolfo Sachsida, então ministro de Minas e Energia
  • Wagner Rosário, então ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU)
  • Carlos Alberto Brito, então ministro do Turismo
  • Tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens da Presidência da República
  • Coronel Marcelo Câmara, então assessor especial no gabinete da Presidência da República.

Reunião ministerial de Bolsonaro que embasou operação da PF - parte 1

Reunião ministerial de Bolsonaro que embasou operação da PF - parte 1

O então comandante do ministério da Economia, Paulo Guedes, estava presente na reunião. O ministro, que foi o grande fiador do ex-presidente para o empresariado e mercado financeiro, esboça poucas reações aos pedidos de Bolsonaro, e, no máximo, coça a cabeça quando o chefe ordena que seus ministros espalhem desinformação sobre o processo eleitoral.

O general Walter Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro nas eleições de 2022, também participou da reunião. As investigações da PF indicam que ele atuou ativamente na tentativa de golpe, coordenando ataques a militares da cúpula das Forças Armadas que “resistiam às investidas golpistas, por respeitarem a Constituição Federal”. Em mensagens obtidas pela PF, o ex-ministro da Defesa chamou o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, de “cagão”, ao saber que ele não aderiu à ideia.

Preso no ano passado por suposta omissão nos atos golpistas do 8 de janeiro, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres teve participação ativa na reunião e repete a orientação de Bolsonaro para que os ministros propaguem informações falsas sobre as urnas.

— Eu quero que cada um pense no que pode fazer previamente porque todos vão se f...— diz Torres.

O então ministro da Defesa de Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, aparece no vídeo atacando a Justiça Eleitoral, comparando-a a um inimigo, e dizendo que a Comissão de Transparência Eleitoral é “pra inglês ver”.

— Nós temos reuniões pela frente, decisivas pra gente ver o que pode ser feito; que ações poderão ser tomadas para que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições se transcorram da forma como a gente sonha! — diz no vídeo.

O general do Exército, Augusto Heleno, que também foi alvo da operação da PF, esteve na reunião e contou ter conversado com o diretor-adjunto da Abin sobre a possibilidade de infiltração de agentes na campanha eleitoral e advertiu para o risco de que eles sejam identificados. Ele é interrompido por Bolsonaro, que pediu para que "conversem em particular" sobre a atuação da Abin. Durante o governo do ex-presidente, Heleno foi comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Mário Fernandes, que era chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência, foi outro ministro que teve fala ativa na reunião. Ele cobra um prazo para que o TSE autorize o acompanhamento das eleições pelos Três Poderes e pede “uma alternativa” antes do pleito.

Revelado pela colunista Bela Megale, o vídeo da reunião ministerial do dia 5 de julho de 2022, foi peça- chave para a operação deflagrada pela PF nesta quinta, que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais aliados em uma suposta tentativa de golpe de Estado.

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