Política
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 11/07/2024 - 13:00

Indignação com espionagem ilegal no governo Bolsonaro

Alvos monitorados pela Abin no governo Bolsonaro expressam indignação com a espionagem ilegal, classificando-a como totalitária e reflexo de mania de perseguição do ex-presidente. Autoridades como Joice Hasselman e Rodrigo Maia repudiam a ação, prometendo medidas legais.

Alvos monitorados pela Abin durante o governo de Jair Bolsonaro, segundo a investigação da Polícia Federal, classificam as ações de espionagem como "comportamento típico das piores ditaduras" e reflexo da "mania de perseguição" do ex-mandatário. Entre os nomes presentes na lista de autoridades monitoradas ilegalmente estão o da ex-deputada federal Joice Hasselmann, o do ex-presidente da da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, do ex-prefeito de São Paulo João Doria e do senador Alessandro Vieira.

Em nota, Rodrigo Maia afirmou que a atuação da Abin configurou um comportamento "totalitário e criminoso".

"Espionagem utilizando o aparato estatal a pessoas consideradas adversárias do antigo presidente é comportamento de governo totalitário e criminoso, típico das piores ditaduras. Assusta imaginar que Alexandre Ramagem, então servidor público, hoje deputado federal, comandou um esquema de monitoramento de pessoas. Tomarei todas as medidas legais cabíveis contra ele e os outros envolvidos nas esferas cível e criminal”, afirmou Maia.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) também caracterizou o ato de espionar pessoas como algo comum ao que ele chamou de “regimes autoritários”.

— Espionar opositores e independentes é um mantra de regimes autoritários. Continuamos com enormes problemas nos Brasil, mas ao menos a ameaça de golpe de Estado foi afastada — disse Vieira.

A ex-deputada afirmou ao GLOBO que 'sempre soube' da atuação de 'arapongas' de forma indevida pelo órgão federal e disse que se sentia constantemente monitorada por agentes localizados nos arredores de sua casa.

— Eu sempre soube que era monitorada porque isso era parte da mania de perseguição do governo. O meu monitoramento chegou a ser tão absurdo que eu via sempre o mesmo carro parado na frente da minha casa e sentia a necessidade de fechar as cortinas para que não vissem. Mas eu não ia parar de viver por conta desses arapongas que ficavam atrás de mim — disse Joice.

Renan Calheiros(MDB-AL), relator da CPI da Covid em 2021, publicou nota afirmando que "como democrata", lamentava e repudiava que "as estruturas do estado tenham sido criminosamente capturadas para atuar como policias políticas". O parlamentar ainda comparou com os métodos da Gestapo. Alessandro Vieira(MDB-SE), que também atuava na mesma comissão em 2021, também comparou o caso a "governos ditatoriais": "O Brasil segue cheio de problemas, mas ao menos do risco de volta da ditadura nos livramos", publicou em seu perfil no X (antigo twitter).

Procurado, João Doria não quis comentar o ocorrido.

Operação da Polícia Federal

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira a 4ª fase da Operação Última Milha, com o objetivo de desarticular organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP. Até o momento, quatro pessoas foram presas e uma ainda não foi localizada. O uso do programa espião FirstMile foi revelado pelo GLOBO.

Entre os alvos da ação, estão ex-servidores cedidos para Abin e influenciadores digitais que trabalhavam no chamado "gabinete do ódio" do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Quatro prisões já foram efetuadas: Giancarlo Gomes Rodrigues; ⁠Matheus Sposito, que foi assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão passada; ⁠Marcelo de Araújo Bormevet; e Richards Dyer Pozzer.

Lista de alvos monitorados

As investigações da Polícia Federal sobre o monitoramento ilegal mostram que foram alvos da ferramenta autoridades dos poderes Judiciário e Legislativo, com o objetivo de obter vantagens políticas, além de um ex-presidenciável e jornalistas. A estrutura também produzia dossiês e disseminava notícias falsas contra adversários, aponta a investigação.

"A continuidade das investigações também evidenciou a utilização dos recursos da ABIN para monitorar autoridades dos Poderes Judiciário (Ministros desta CORTE e os seus familiares) e Legislativo (Senadores da República e Deputados Federais), com o objetivo de obter vantagens políticas", escreveu o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na decisão que deferiu a operação realizada nesta quinta-feira.

De acordo com o documento, nos arquivos até o momento analisados foram as seguintes autoridades e jornalistas monitorados:

PODER JUDICIÁRIO: Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux;

PODER LEGISLATIVO: Deputado Federal Arthur Lira (Presidente da Câmara dos Deputados), Deputado Rodrigo Maia (então Presidente da Câmara dos Deputados), Deputados Federais Kim Kataguiri e Joice Hasselmann, Senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.

PODER EXECUTIVO: Ex-Governador de São Paulo, João Dória, Servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, Auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.

JORNALISTAS: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.

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