Política
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Por — Brasília

As investigações da Polícia Federal (PF) sobre o monitoramento ilegal realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) mostram que um delegado e uma promotora que atuaram nas investigações do homicídio da vereadora Marielle Franco foram alvos de “relatórios de inteligência”.

Os documentos produzidos indicam que o monitoramento se deu para “antecipar eventuais referências que indevidamente vinculassem o núcleo político” do esquema, segundo a PF.

No relatório encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a PF expõe uma conversa entre o agente Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, em 14 de setembro de 2020. Na ocasião, ambos estavam cedidos para a Abin.

No diálogo, Bormevet determina que Rodrigues, sob ordens de Alexandre Ramagem, então diretor-geral da pasta, confeccionasse um dossiê com informações sobre o delegado Daniel Rosa, que estava à frente do inquérito sobre a morte de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, na Delegacia de Homicídios do Rio.

Segundo a PF, o dossiê elaborado, encontrado no celular de Rodrigues, aponta que Rosa não possuía vínculos societários, anotações criminais, tampouco filiações políticos-partidárias.

As informações sobre o delegado Daniel Rosa, então lotado na Delegacia de Homicídios do Rio — Foto: Reprodução
As informações sobre o delegado Daniel Rosa, então lotado na Delegacia de Homicídios do Rio — Foto: Reprodução

“Constam publicações significativas em fontes abertas, notadamente a matérias ligadas ao depoimento prestado pelo porteiro do condomínio onde residia o presidente Jair Bolsonaro, prestado inicialmente ao delegado da Polícia Civil em comento, o qual foi alterado posteriormente devido a inverdades e fulminado pelo laudo da própria Polícia Civil, levando a crer que houve um direcionamento do delegado Daniel Rosa na oitiva outrora prestada”, diz o relatório.

As informações sobre a promotora Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio — Foto: Reprodução
As informações sobre a promotora Simone Sibilio, do Ministério Público do Rio — Foto: Reprodução

As investigações mostram também registro de impressão do currículo da promotora Simone Sibilio do Nascimento, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio, bem como um resumo do número de denúncias oferecidas sobre o caso Marielle.

As informações sobre as denúncias oferecidas sobre o caso Marielle — Foto: Reprodução
As informações sobre as denúncias oferecidas sobre o caso Marielle — Foto: Reprodução

Esse arquivo foi impresso, conforme a PF, por Ramagem em 2019. “A impressão de documentos e informações se prestava para que informações de inteligência pudessem ser levadas aos destinatários, em regra integrantes do núcleo político”, frisa o relatório do inquérito.

Em janeiro, ao ser alvo de um mandado de busca e apreensão, Ramagem, no entanto, afirmou ser necessário “verificar” quem foi o responsável pela impressão do currículo de Sibilio.

— Quando chegou a mim a questão da Marielle eu fiquei: “como é possível?”. Aí eu verifiquei que não tem nada a ver com o sistema. É o currículo da promotora e parece que é uma informação que circulou aí. A inteligência é a coleta de dados e de informações. Se tem um servidor, e eu não sei quem acessou, tem que verificar, Polícia Federal, quem alimentou e quem é a pessoa que colocou o currículo da promotora. E perguntar a essa pessoa o porquê — disse Ramagem, em entrevista à Globonews, na época.

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