Após receber denúncia sobre um possível foco de dengue em uma propriedade privada no Cosme Velho, a subprefeitura da Zona Sul em parceria com a Superintendência de Vigilância em Saúde, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, realizou uma vistoria nesta terça-feira (27) no local. Esta é a segunda vez que a prefeitura realiza uma entrada compulsória em uma propriedade privada para combater focos de dengue na Zona Sul do Rio em 2024, e outras virão. Em plena epidemia da doença no Rio, só o órgão já deu andamento a quatro pedidos de vistorias compulsórias nos últimos dias.
A primeira aconteceu na última sexta-feira (23/02), na Rua Gabriel Garcia Moreno, em São Conrado. Na semana anterior, os agentes da subprefeitura já haviam estado no local, mas, como a propriedade estava desocupada, foi necessário cumprir trâmites burocráticos para garantir a entrada das equipes de saúde.
— Notificamos os proprietários, mas, como não houve qualquer retorno, foi necessário publicar uma portaria no Diário Oficial para garantir a entrada compulsória das equipes de saúde na propriedade. Os focos de dengue já foram todos extintos no local. Mas reforço meu pedido para que a população continue denunciando e participando no combate à proliferação do mosquito — explica o subprefeito da Zona Sul, Flávio Valle.
Ele ressalta que a vistoria compulsória é o último recurso, e só realizada quando a prefeitura não consegue contato com o proprietário da área a ser visitada mesmo depois de tê-lo notificado.
Durante a ação, agentes da Vigilância em Saúde da região coletaram 44 larvas do Aedes aegypti em uma piscina e em objetos com água acumulada, entre os quais um pneu. Os objetos foram removidos para um local coberto e sem exposição a possíveis focos do mosquito, e a piscina recebeu tratamento biológico com peixes larvófagos — os "barrigudinhos" (da espécie Poecilia reticulata). Introduzir predadores do mosquito transmissor da dengue em áreas infestadas é uma forma de conter sua reprodução.
Na propriedade do Cosme Velho, situada na Rua Itamonte, não foram encontrados criadouros do Aedes aegypti, mas os agentes aproveitaram a entrada no local para realizar um trabalho preventivo, utilizando a mesma técnica dos barrigudinhos.
Quando necessário, a população pode fazer pedidos de vistoria ou denunciar possíveis focos do mosquito pela Central de Atendimento da Prefeitura do Rio, no telefone 1746. Os agentes de saúde irão ao local e, após avaliação, adotarão o método de controle de vetor mais indicado para a situação.
Na Zona Sul do Rio, até 16 de fevereiro, foram vistoriados 41.381 imóveis para prevenção e controle do Aedes aegypti, e 8.167 recipientes que poderiam servir de criadouros de mosquitos foram tratados ou eliminados. Ao todo, foram recebidos 543 chamados relacionados ao Aedes na Central 1746.
O prazo previsto para atendimento é de até cinco dias úteis, mas a Secretaria Municipal de Saúde informa que tem feito os atendimentos em menos tempo.
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