RIO — A Mocidade Independente de Padre Miguel entrou com recurso na Liga Independente das Escolas de Samba do Rio para pedir a divisão do título e da premiação do Carnaval 2017 — conferido à Portela por diferença de um décimo, no mês passado.
A agremiação ainda solicitou uma plenária com os presidentes das 12 escolas do Grupo Especial para solucionar o erro de um jurado que, segundo a escola, custou o campeonato à Vila Vintém.
Acervo O GLOBO: Mocidade foi campeã 5 vezes
A agremiação entende que o julgador Valmir Aleixo usou o material inadequado para avaliar o quesito Enredo da Mocidade. A escola convocou uma entrevista coletiva para a tarde desta quinta-feira, em seu barracão, na qual mostrará os documentos que corroboram o pedido.
Uma confusão com o livro "abre-alas" da Mocidade acabou tirando o título da Mocidade. O jurado tirou um décimo da escola de Padre Miguel com o argumento de que "a escola não apresentou o destaque de chão, O Esplendor dos Sete Mares, que executa função narrativa dentro do enredo, comprometendo assim sua leitura".
Ocorre que este destaque, segundo a liga que organiza o desfile do Grupo Especial, só existiu na primeira versão do livro "abre-alas" — que registra todas as fantasias, destaques e alegorias da escola. Havia dois documentos do tipo, e houve falha na comunicação.
A Mocidade levou à Marquês de Sapucaí o enredo "As mil e uma noites de uma 'Mocidade' pra lá de Marrakesh", com homenagem ao Marrocos, e conquistou o vice-campeonato com um total de 269,8 pontos. A agremiação ficou apenas um décimo atrás da campeã, Portela,que somou 269,9.
Se o julgador Valmir Aleixo tivesse dado nota 10 para a Mocidade, ela empataria com a escola de Madureira. No desempate, seria a campeã do carnaval pelo quesito Comissão de Frente, setor em que a Portela perdeu um décimo, somando 29,9 pontos, e a agremiação de Vila Vintém registrou a nota máxima: 30.
O GLOBO aguarda posicionamento oficial da Liesa sobre o recurso.