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Por O Globo — Rio de Janeiro

Suyany Breschak, uma das personagens na trama da morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, apontada pela polícia como mandante do assassinato, está sendo acusada nas redes sociais de ser apenas “cartomante e vidente”. Ela, porém, afirma, também nas redes, que é “cigana legítima, que faz leituras na palma da mão e tarô de Santa Sara Kali, mas também é feita na Umbanda cruzada com Candomblé”. Segundo uma tese de doutorado de Brigitte Cairus, em 1996, a cidade de Campinas, em São Paulo, de onde Suyany e seus parentes são, era considerada um “vaticano” para as comunidades ciganas do país.

A tese de doutorado “Ciganos Roms no Brasil: imagens e identidades diaspóricas na contemporaneidade”, defendida em 2018, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), pela doutora em história e pesquisadora Brigitte Cairus, cita a cultura do povo cigano de Campinas que estaria sendo mencionado de maneira pejorativa em uma novela. O estudo também destaca matérias publicadas pela Folha de São Paulo, em 1996, que também afirmam que a cultura do povo cigano não estava sendo retratada com fidelidade. Entre eles, o Breschak.

Já em 1996, era destacada na matéria da Folha que, com as mudanças da sociedade, os costumes dos ciganos estavam “semelhantes aos da vida dos não-ciganos”. Como, por exemplo, “as mulheres solteiras usarem calças jeans com permissão dos pais”, mas com a ressalva de que “as ciganas seriam obrigadas a se vestir com saias só após casadas”. Assim como o uso de lenços na cabeça, que seria um símbolo da mulher casada entre os ciganos, que desde aquela época já não era mais aderido por todas as ciganas de Campinas, “muitas trocaram por uma espécie de prendedor de cabelos coloridos”.

Suyany Breschat, que se apresenta como cigana, ao ser presa — Foto: Reprodução
Suyany Breschat, que se apresenta como cigana, ao ser presa — Foto: Reprodução

A pesquisa de Brigitte, de 2018, e as reportagens da Folha, publicadas há quase 30 anos, já destacavam citações de que os casamentos também não eram mais “arranjados” entre as famílias desde 1946, segundo o relato de Giovanni Breschak, que na época tinha 81 anos, o cigano mais velho da comunidade de Campinas. Ele contou ainda que "já tinham deixado a vida em barracas e moravam em casas". Na década de 90, uma tradição que se mantinha era a de "as mulheres manteriam a virgindade até o casamento e o estudo ainda era proibido". Os jovens só cursavam, em geral, até a 4ª série do ensino fundamental.

Suyany Breschak afirma que é 'cigana legítima'

Suyany Breschak afirma que é 'cigana legítima'

Na época, a cidade de Campinas, onde Suyany nasceu, ainda segundo o estudo e as reportagens da Folha, era considerada um “vaticano” para a comunidade de ciganos no país. A sede da Igreja Evangélica Pentecostal Comunidade Cigana, na mesma cidade, estava prestes a inaugurar mais três templos no país. Apenas em Campinas, havia cerca de 400 famílias ciganas.

Os templos ciganos do Brasil eram ligados à Igreja Central Cigana, que ficava em Paris, na França. Naquela década, já tinham igrejas evangélicas ciganas em 36 países. O líder de uma delas, o pastor Mile Breschak, com 31 anos quando deu a entrevista, em 1996, carregava o mesmo sobrenome de Suyany.

— A mãe, o pai, a família da Suyany é toda cigana. Ela é de origem cigana, de Campinas, que há anos já tem resistência fixa e vive mais para o comércio de produtos, voltados para cartas e leitura de mão — afirma o advogado Etevaldo Tedeschi, defensor de dela.

Nas redes sociais, Suyany Breschak, que se intitula como “Cigana Esmeralda”, já fez publicações esclarecendo que ela é "cigana legítima", mas o nome dos perfis está relacionado à entidade que ela recebe. Segundo Suyany, ela é “federada na umbanda brasileira”.

— Tomem muito cuidado com golpistas que falam que têm um axé — alertou Suyany em uma das publicações, em que explicou e diferenciou a sua origem cigana “de berço” e a religiosidade espírita.

Segundo a investigação, Suyany prestava orientação espiritual à namorada da vítima, a psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos. A mulher, presa desde 28 de maio, é apontada como comparsa de Júlia, que se entregou no fim de noite da última terça-feira (4) após uma semana foragida.

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