Cinema
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Por , Em O Globo — Rio de Janeiro

O tão esperado "Barbie" é uma espécie de compilação de piadas e ironias sobre a própria Barbie. E sobre Ken. E sobre estereótipos propagados pela boneca e seus derivados, desde que a empresa americana Mattel lançou sua primeira versão, em 1959 — em modelos loura e morena, ambas vestindo maiô de listras brancas e pretas.

Algumas dessas piadas são engraçadas, é verdade. Mas o filme é decepcionante para um momento tão histórico quanto este do "primeiro live-action da Barbie". O marketing foi imenso, até quando a gente pesquisa "barbie" no Google a tela fica toda rosa — e certamente isso não saiu barato. Então a expectativa também se tornou gigante, ainda mais com uma personagem tão longeva e complexa. Há tanto teses mostrando a Barbie como uma nociva construção de imagem da mulher perfeita, quanto outras exaltando sua função no empoderamento feminino.

Acontece que, tendo a própria Mattel como produtora e a certeza de que o hype pode ajudar muito a vender mais brinquedos, "Barbie" se mantém dentro de uma fronteira segura de críticas e reflexões. Personagens, diálogos e enredos soam um tanto inocentes. Os coadjuvantes pouco são explorados: muitos são referência a versões antigas de bonecas, mas é preciso ser muito fã ou ler horas de Wikipédia para entender do que se trata.

A história se passa entre a Barbielândia e a Mundo Real. O primeiro é um fantasioso país cor de rosa habitado majoritariamente por diferentes tipos de Barbies e Kens. O segundo é um planeta quase como o nosso, em que uma empresa chamada Mattel lucra milhões vendendo suas bonecas e cujo CEO é puramente um personagem de tiradas cômicas (um tipo habitual na carreira do Will Ferrell).

Os dois universos se encontram quando uma das Barbies (Margot Robbie) surpreende as amigas com uma pergunta filosófica: "Vocês já pensaram sobre morrer?". As dúvidas existenciais levam Barbie a deixar a Barbielândia, mas um Ken (Ryan Gosling) se esconde no carro conversível da boneca e vai junto. Barbie e Ken, então, descobrem o patriarcado do Mundo Real.

A direção é da talentosa Greta Gerwig (autora e atriz de "Frances Ha", diretora de "Lady Bird") e o roteiro é dela em parceria com Noah Baumbach, seu companheiro. O elenco, encabeçado por Robbie e Gosling, é carismático e entra bem na brincadeira de interpretar brinquedos.

O problema é que, no fim, Barbie não consegue nem uma resposta satisfatória para a pergunta mais simples de sua jornada de autoconhecimento. "Quem é Barbie?": a única conclusão possível é de que se trata de um brinquedo que garantiu pelo menos mais duas décadas de popularidade.

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