Saúde

Por Redação Galileu

Imagine ficar bêbado sem tomar bebidas alcoólicas? Foi isso que aconteceu com uma canadense de 50 anos, levada ao hospital com sonolência intensa, fala arrastada e cheiro de bebida no hálito – mas sem ter consumido uma gota de álcool.

Encaminhada ao pronto-socorro com esses sintomas outras seis vezes ao longo de dois anos, a mulher era sempre diagnosticada com intoxicação alcoólica. Contudo, a paciente não consumia álcool por motivos religiosos, fato reiterado por sua família. Acontece que a mulher possuia uma raríssima condição chamada de Síndrome da Autocervejaria (ABS, na sigla em inglês), considerada uma doença subnotificada pela sua dificuldade em ser identificada.

Em um estudo de caso publicado nesta segunda-feira (03) no Canadian Medical Association Journal, os médicos relatam que só conseguiram diagnosticá-la corretamente a partir do seu histórico médico. A paciente possuia cinco anos de infecções recorrentes do trato urinário, que iam e viam de forma repetida e eram muito difíceis de prevenir.

Doses de antibióticos eram receitadas frequentemente para realizar seu tratamento. Os médicos então passaram a suspeitar de que, além de combater as infecções, o uso recorrente de antibióticos eliminara bactérias benéficas em seu intestino, permitindo que vários fungos intestinais proliferassem.

A Síndrome da Autocervejaria ocorre justamente pela ocorrência desses fungos. As leveduras fermentadoras, conhecidas por participarem da produção de bebidas alcoólicas, podem então se proliferar no intestino delgado, fazendo com que o próprio corpo fabrique álcool a partir do consumo de carboidratos e açúcares. O resultado é a apresentação de sintomas como vômitos, arrotos, fadiga crônica, tontura, perda de coordenação e desorientação.

No caso da canadense, sua sonolência era especialmente preocupante. Ela relatou que adormecia repentinamente enquanto se preparava para o trabalho ou fazia as refeições. Essa sonolência a afastava do trabalho por semanas e diminuía seu apetite – afetando drasticamente sua qualidade de vida. A paciente até chegou a receber atendimento psicológico para o tratamento de alcoolismo e abuso de substâncias, mas nenhuma das avaliações feitas apontou sinais de dependência.

Foi apenas na sua sétima visita ao hospital que a síndrome passou a ser considerada como um possível diagnóstico. Ela então foi orientada a uma clínica de gastroenterologia, na qual foi receitada uma dieta baixa em carboidratos para privar os fungos do necessário para fermentar, além de antifúngicos e probióticos. Essas medidas foram suficientes para eliminar os sintomas.

Com relação a suas infecções urinárias, antibióticos de especto estreito, conhecidos por serem mais específicos, passaram a ser receitados. Depois de vários meses sem recaídas, os médicos testaram se o aumento da ingestão de carboidratos resultaria no reaparecimento dos sintomas.

Ao descobrir que isso não ocorria, eles aconselharam a mulher a aumentar gradualmente a ingestão de carboidratos, enquanto era monitorada. “Nossa paciente teve várias consultas no pronto-socorro, foi avaliada por internistas e psiquiatras e foi notificada pela Lei de Saúde Mental antes de receber o diagnóstico de Síndrome de Auto-Cervejaria, reforçando como o conhecimento dessa síndrome é essencial para o diagnóstico e manejo clínico”, disse a equipe médica no relatório.

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