O Brasil não terá uma de suas grandes esperanças de medalha nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. Henrique Avancini, bicampeão mundial de ciclismo mountain bike, anunciou nesta terça-feira (22), a sua aposentadoria.
Ele, que aos 34 anos é considerado o maior atleta da modalidade na história do Brasil, fará apenas mais três provas em 2023, todas para celebrar o fim da carreira, e não competirá nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, que acontecem em outubro, e nem na Olimpíada, no ano que vem.
"Foi bem difícil ter a coragem para dar esse passo, para tomar essa decisão. Deixo de ser ciclista profissional para ser ciclista amador. Amanhã quero treinar para manter a forma", brincou ele, durante um evento realizado em São Paulo. Avancini também explicou a decisão de encerrar a carreira faltando tão pouco tempo para a Olimpíada.
"Jogos Olímpicos sempre são aquele Norte nosso. Nesse ciclo olímpico foi bem difícil chegar a Tóquio, depois ficou fácil pensar em Paris. Eu ouvi muitos atletas ficarem amargurados durante a carreira porque não conseguiram deixar de lado. A vida do atleta profissional é cruel. Leva muito tempo para você colher os frutos como atleta. É difícil parar a colheita. Tinha muitos motivos para continuar, acabei de ganhar um Mundial na véspera dos Jogos Olímpicos. Mas estou respeitando a decisão que eu senti dentro de mim. Tanto que não compartilhei com família ou patrocinador. Porque é o tipo de decisão que te convencem a deixar de lado muito fácil. Mas respeitei o que eu estava sentindo dentro de mim."
Em Tóquio, o brasileiro ficou na 13ª posição no mountain bike cross-country, conquistando a melhor posição de um atleta nascido no Brasil na história da prova. No início desse mês, ele conquistou o Campeonato Mundial na prova de maratona (prova mais longa que a olímpica), em Glasgow, na Escócia, repetindo o que havia conseguido em 2018.