O que são Arquivos Pessoais
As pessoas guardam documentos que testemunham momentos de sua vida, suas relações pessoais ou profissionais, seus interesses. São cartas, fotografias, documentos de trabalho, registros de viagens, diários, diplomas, comprovantes e recibos, entre tantos outros registros. Essa acumulação resulta da seleção do que deve ser guardado ao longo do tempo. Muitas vezes, principalmente no caso de arquivos privados de pessoas públicas, essa seleção pode ser feita também por auxiliares, familiares e amigos.
Os arquivos pessoais constituem valiosa fonte de pesquisa para as diversas áreas do conhecimento, não se restringindo à de história da vida privada e história do cotidiano. A relevância desses documentos deve se refletir na preocupação com sua preservação, organização e abertura à consulta pública.
O Brasil hoje já dispõe de um corpo de leis regulamentando várias questões na área de arquivos, entre elas, o acesso a informações de natureza privada. Além da lei 8.159, de 1991, conhecida como Lei de Arquivos, que possui um capítulo dedicado aos arquivos privados, está em vigor a Resolução nº 12, do Conselho Nacional de Arquivos – CONARQ, também voltada para o tema. O Decreto 2.942/99, que regulava a política nacional de arquivos privados foi revogado e agora a matéria é tratada pelo decreto 4.073/2002.
Programa de Arquivos Pessoais (PAP)
Os arquivos depositados no CPDOC apresentam diversos tipos documentais, como por exemplo, correspondência de caráter oficial, relatórios, pareceres, discursos, despachos, atos e diplomas. Além dos documentos textuais, o acervo abriga documentos em variados suportes, tais como fotografias, cartazes, discos e filmes que, após receberem tratamento arquivístico, são abertos à consulta pública.
Nos anos 2000, o CPDOC passou a informatizar seu acervo, que hoje está disponível gratuitamente na internet. Através da base de dados Accessus é possível recuperar, por múltiplas vias, as informações contidas nos documentos que integram os arquivos. Também é possível acessar os documentos digitalizados através de links diretos: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo.
Para as pessoas que desconhecem o universo desse acervo, o Guia dos Arquivos do CPDOC, cujo objetivo é fornecer ao pesquisador informações gerais sobre os arquivos, pode ser um bom começo.
Em 2015, o CPDOC reformulou e publicizou sua política de acervo, incluindo o marcador de gênero com o objetivo de promover a captação de arquivos de mulheres e estimular o debate sobre a importância da representatividade feminina nas instituições de arquivo. Para discutir o tema foi criada, em 2020, a Rede Arquivos de Mulheres (RAM). Além disso, a nova política de acervo ampliou o interesse na captação de arquivos de intelectuais das Ciências Sociais.
Política de acervo do CPDOC/FGV 